4.12.13

Prosseguem emboscadas no interior de Moçambique

Um comandante da Força de Intervenção Rápida (FIR) conta-se entre as vítimas mortais de uma emboscada efectuada por homens armados supostamente da Renamo na manhã de domingo passado na região de Chotobué, no perigoso troço entre Muxúnguè e Rio Save, na província central de Sofala. Outros dois militares, incluindo o “ajudante de campo” do comandante da FIR, pereceram na refrega travada a aproximadamente 50 quilómetros da vila-sede do distrito de Muxúnguè, segundo testemunhas que integravam a coluna de viaturas militares e civis atacada naquela manhã (por volta das nove horas). Apesar da espectacularidade e gravidade da ocorrência, que segundo testemunhas saldou-se também em “dezenas de feridos”, a mesma não mereceu parangonas na media local por esta ter reservado destaque ao acidente aéreo envolvendo uma aeronave da LAM que se despenhou em Rundo, na Faixa do Caprivi, Namíbia, no dia 29 de Novembro, matando 33 pessoas, incluindo 16 moçambicanos. Viajantes que estavam na coluna atacada descreveram um cenário dantesco da operação que resultou também em danos consideráveis em duas viaturas militares, incluindo um blindado, que teve de ser rebocado para um ponto seguro, depois de imobilizado por disparos que “choviam” dos dois lados da Estrada Nacional Número Um. Situação “muito complicada” “As mortes fora do hospital não são contabilizadas internamente, mas registámos feridos dos ataques”, confirmou Pedro Vidamão, director do hospital rural de Muxúnguè. “São muitos feridos, é uma situação muito complicada que se regista naquele troço”, comentou, por seu turno, José Luís, pároco da Igreja Católica em Muxúnguè, que diz ter existido “um número maior de baixas militares”. Um residente na zona de Chotobué disse que os atacantes construíram “trincheiras” na perigosa secção junto da estrada principal de Moçambique, o que fez com que as viaturas se desviassem. “Foi nessa oportunidade que os homens armados se aproveitaram para atacar”. A região de Muxúnguè é, até agora, a mais atingida pelo conflito político-militar na região Centro do país, devido aos ataques a colunas militares de viaturas, decretadas em Abril pelo Governo, para proteger a passagem de pessoas e bens. Pontos localizados da região Centro do país vivem a pior tensão políticomilitar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, em Roma, que pôs fim à guerra civil entre a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) e o Governo. A situação piorou depois que em 21 de Outubro deste ano as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique afugentaram o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, do local onde residia. Correio da Manhã, Maputo

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