17.4.11

Chamava-se Sankara e teve uma morte violenta

Blaise Compaoré, Presidente do Burkina Faso desde 15 de Outubro de 1987, treinado pelas Forças Armadas francesas, tem estado durante estas últimas semanas em maus lençóis, como se a História se desejasse vingar de si e das maldades que dizem que ele teria feito.
Blaise Compaoré, que aparentemente contou com o apoio da França para dar um golpe contra o anterior Presidente, Thomas Sankara, está agora a braços com o descontentamento de uma parte dos seus militares.
Tendo índices de governação inferiores aos de Hosni Mubarak e de Muammar Kadhafi, Compaoré é suspeito de ter dado ordens para o desmembramento e enterro em campa singela do referido Sankara, eliminado de forma "brutal, imprevista e incompreensível", conforme escreveu Sennen Andriamirado, chefe de redacção do grupo Jeune Afrique.
Blaise Compaoré era ministro de Estado e ministro da Presidência quando há 24 anos se dizia, muito antes de a coisa se concretizar, que andava a planear um golpe contra o seu amigo Thomas Sankara, autor de uma mensagem de esperança para o continente africano.
O capitão Compaoré acabou mesmo por conseguir neutralizar o homem que se chamava Sankara e que tinha grande carisma. Um revolucionário que procurara liquidar a base económico neo-colonial de um território chamado Alto Volta.
Thomas Sankara, tal como Muammar Khadafi e Otelo Saraiva de Carvalho, parecia acreditar numa revolução ao serviço da justiça social e concretizada por meio da chamada democracia directa. Jorge Heitor

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