3.4.11

Johnson-Sirleaf e Ouattara: percursos paralelos

No mês de Novembro de 2005, Ellen Johnson-Sirleaf, que estivera exilada nos Estados Unidos e regressara à Libéria como economista do Banco Mundial, foi eleita à segunda volta Presidente da República, depois de ter feito reverter a vantagem que na primeira tivera o futebolista George Weah.
Cinco anos depois, no dia 28 de Novembro de 2010, Alassane Dramane Ouattara, que também vivera nos Estados Unidos e estivera na administração do FMI, ganhou a segunda volta das presidenciais na vizinha Costa do Marfim, depois de na primeira o maior número de votos ter ido para o Presidente cessante Laurent Gbagbo.
Johnson-Sirleaf e Alassane Ouattara são duas criaturas queridas das instituições de Brenton Woods e por estas impulsionadas para o poder, respectivamente na Libéria e na Costa do Marfim, dois países de grande importância na África Ocidental.
Ministra das Finanças de William Tolbert, a partir de 1970, Ellen Johnson-Sirleaf estava há três décadas a preparar-se para assumir o controlo da Libéria, que é uma criação dos Estados Unidos.
Primeiro-ministro de Félix Houphopuët-Boigny, entre 1990 e 1993, Ouattara sonhava desde então com a Presidência da República.
É bom que se conheça o percurso destas duas individualidades, a senhora Johnson-Sirleaf e o economista liberal muçulmano e aristocrata Alassane Dramane-Ouattara para se compreender como é que os círculos dirigentes norte-americanos têm vindo a actuar na última meia dúzia de anos em relação aos territórios que vão de Monróvia a Abidjan.
A borracha, os diamantes e o petróleo da África Ocidental interessam a muita gente, de outros continentes. A Firestone, a Michelin, a Texaco, a Mobil e a Total gostam das paisagens africanas. Nicolas Sarkozy gosta de colaborar com os Estados Unidos, podendo fazê-lo tanto na Líbia como na Costa do Marfim. Jorge Heitor

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