Os por alguns considerados "liberais" Barack Obama e Hillary Clinton meteram-se durantes estas últimas semanas numa aventura líbia que poderá acabar muito mal.
Porta-aviões norte-americanos cruzam o Suez e aproximam-se da Líbia, onde a oposição ao coronel Khadafi é muito heterogénea e, ameaça, se acaso levar a sua por diante, mergulhar o país numa nova Somália, há 20 anos sem rei nem roque.
Há que ser claro e não falar com subterfúgios: o sistema político-social vigente na Líbia não é de forma alguma perfeito, mas correr o risco de o substituir por uma anarquia, um caos onde ninguém se entenda, não poderá até ser pior.
O senhor Barack Obama, tão precocemente galardoado com um Prémio Nobel da Paz, por se ter suposto que iria resolver os conflitos do Iraque e do Afeganistão, meteu-se agora com a França e o Reino Unido numa jogada de alto risco.
Sob o pretexto humanitário de que Muammar Khadafi estava a tratar muito mal alguns dos seus compatriotas, Paris, Londres e Washington decidiram castigá-lo, destruir-lhe os aviões e apoiar activamente a estranha amálgama dos seus adversários internos.
Perante o desconforto da Alemanha, da Turquia e da Rússia, a França sarkoziana e os seus amigos anglo-saxões meteram-se numa grande alhada, quando os Estados Unidos e o Reino Unido ainda não tinham conseguido descalçar as botas iraquiana e afegã.
A bacia do Mar Mediterrâneo é hoje em dia uma zona mais perigosa do que o era no início deste ano de 2011. A Europa Meridional recebe cada vez mais refugiados. A União Europeia, que já tinha tantas outras dores de cabeça, não sabe o que fazer.
A quem é que poderá servir tamanha precipitação, como a que estamos a assistir desde que caíram os presidentes da Tunísia e do Egipto? Temo muito que não seja a uma grande parte dos líbios; nem sequer aos malteses e aos italianos cujas praias estão a ser inundadas por legiões de pessoas em fuga. Jorge Heitor
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