24.5.13
Bissau: UE e CEDEAO lá vão dizendo coisas
Bissau, 23 mai (Lusa) - A União Europeia e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDAO) consideram importante para a Guiné-Bissau que haja mudanças nas forças armadas e de segurança do país, "especialmente a renovação da liderança militar superior".
"A União Europeia (UE) e a CEDEAO concordam que reformas profundas e irreversíveis, começando com a reestruturação radical das forças armadas e de segurança, especialmente a renovação da liderança militar superior, bem como uma profunda reforma dos setores de segurança e da justiça e do sistema político, são essenciais para a estabilização e prosperidade do país", diz um comunicado hoje divulgado.
O comunicado refere-se a uma reunião ocorrida em Bruxelas no passado dia 16, mas cujo conteúdo só hoje foi tornado público através de um comunicado do gabinete da União Europeia em Bissau.
A reunião realizou-se "no âmbito do regular diálogo político a nível ministerial" e debateu temas como o papel da CEDEAO na promoção da paz, segurança e boa governação na África Ocidental, a cooperação regional para o desenvolvimento e as relações comerciais entre os dois blocos.
Além de debater a crise no Mali e os desafios eleitorais na Guiné-Conacri e no Togo, as duas delegações discutiram ainda, segundo o comunicado, a luta contra a corrupção e o crime organizado, bem como a resposta à crise alimentar no Sahel.
Em relação à Guiné-Bissau, UE e CEDEAO "expressaram ainda a sua profunda preocupação com a infiltração inquietante em todas as estruturas do Estado pelo crime organizado e o narcotráfico, observando que a detenção do ex-chefe da marinha, sob acusação de narcotráfico, e a acusação ao atual chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, de alegada participação no narcotráfico, demonstram a gravidade do problema".
Os dois blocos manifestaram "a sua determinação em tomar todas as medidas necessárias contra todas as pessoas e entidades condenadas pelos tribunais", e salientaram a importância de "uma luta eficaz contra o crime organizado e o narcotráfico", a proteção dos direitos humanos e o fim da impunidade.
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Toda a Guiné-Bissau tem mesmo de ser reformulada de alto a baixo; mas há mais de cinco anos que isto é bem sabido e ninguém consegue fazê-lo. A CEDEAO chega a falar de uma maneira e a agir de outra.
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