Existem actualmente dezenas de pessoas detidas na Guiné-Bissau por motivos que se poderiam considerar políticos ou de alteração das ordem pública, mais de sete meses depois de uma missão militar angolana, Missang, ter sido encarada benevolentemente pela União Europeia e a CEDEAO. O sentimento optimista em Maio divulgado pelo boletim Africa Monitor decorria da ideia generalizada de que o principal objectivo da missão, promover a reforma das FA guineenses, seria "meritório".
Factores considerados então numa análise feita sobre o assunto:
- É do interesse geral uma estabilização política duradoura da GB (ainda considerada exposta a riscos devido ao protelamento da reforma das FA).
- Considera-se que a missão angolana dispõe de condições para vir a desempenhar um papel determinante na referida estabilização.
De acordo com a referida análise, o interesse com que Angola encara uma estabilização da GB, de preferência através de uma participação activa no processo, também é devido a razões de interesse próprio, entre as quais a criação de um clima propício à implementação de projectos económicos, como o porto de Buba e bauxites do Boé.
Um balanço positivo da Missang é igualmente visto pelos dirigentes angolanos como um factor capaz de conferir prestígio externo ao país e gerar influências – estas sobretudo no plano regional. Uma tal cenário atenderia a antigas lógicas da política angolana; serviria para fazer esbater o revés da Costa do Marfim.
O principal objectivo da missão, conforme "regras de empenhamento" respectivas, é o de garantir, nas suas diferentes fases, uma "boa execução" do plano de reforma do sector de Defesa e Segurança da GB, cuja parte mais melindrosa é a desmobilização e passagem à reforma de parte considerável do efectivo das FA.
O plano, delineado por uma missão militar e policial da União Europeia, e já aprovado, nunca chegou a ser posto em marcha por razões entre as quais avultam as seguintes:
- Resistências e/ou falta de colaboração dos militares, em especial chefes, comandantes e oficiais em geral, que a si próprios se consideram "alvo" do plano; reticências políticas e outras, internas, no tocante modelo de forças estipulado.
-------- Portanto, no país onde foram mortos Nino Vieira, Tagme Na Wae, Ansumane Mané, Veríssimo Correia Seabra, Helder Proença, Baciro Dabó e tantos outros, durante esta última década e meia, nenhum plano de normalização da vida pública foi ainda levado à prática. Tudo continua no mesmo marasmo de 1996 ou 1997.
31.12.11
Um ano de grande agitação no Iémen
ADEN, Dec 31 (Reuters) - Thousands of Yemenis began a 50 km (31 mile) march on Saturday to demand an end to a conflict which has forced nearly 100,000 people to flee southern Yemen, residents said, a day after seven militants were killed in fighting there with the army.
Up to 20,000 activists set out from the port city of Aden towards Zinjibar, the capital of Abyan province where the army has been battling Islamist militants suspected of having links with al Qaeda, residents said.
The marchers called on both sides to lay down their arms and demanded the government open the Aden-Zinjibar coastal highway, a key trade route which has remained closed during the conflict.
The militants and the Yemen-based regional wing of al Qaeda -- seen by the United States as the group's most dangerous branch -- have thrived during the instability caused by nearly a year of protests against the 33-year rule of outgoing President Ali Abdullah Saleh.
Top oil exporter Saudi Arabia, which shares U.S. concerns over more instability in a country sitting next to oil shipping routes, has backed a Gulf Arab plan to ease Saleh out of power.
Since Saleh handed over the reins to his deputy under the Gulf peace accord, a new government headed by an opposition leader has been formed. A presidential election is scheduled for February.
But the fighting against the Islamist militants in the south has continued, forcing about 97,000 people to flee. More than 300,000 others have been displaced by a conflict in the north and nearly 200,000 have sought refuge from Somalia, according to U.N. estimates.
Up to 20,000 activists set out from the port city of Aden towards Zinjibar, the capital of Abyan province where the army has been battling Islamist militants suspected of having links with al Qaeda, residents said.
The marchers called on both sides to lay down their arms and demanded the government open the Aden-Zinjibar coastal highway, a key trade route which has remained closed during the conflict.
The militants and the Yemen-based regional wing of al Qaeda -- seen by the United States as the group's most dangerous branch -- have thrived during the instability caused by nearly a year of protests against the 33-year rule of outgoing President Ali Abdullah Saleh.
Top oil exporter Saudi Arabia, which shares U.S. concerns over more instability in a country sitting next to oil shipping routes, has backed a Gulf Arab plan to ease Saleh out of power.
Since Saleh handed over the reins to his deputy under the Gulf peace accord, a new government headed by an opposition leader has been formed. A presidential election is scheduled for February.
But the fighting against the Islamist militants in the south has continued, forcing about 97,000 people to flee. More than 300,000 others have been displaced by a conflict in the north and nearly 200,000 have sought refuge from Somalia, according to U.N. estimates.
29.12.11
Conflito Indjai-Bubo dura há bem mais de um ano
No fim de Agosto, fontes da Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau
referiram à Voz da América que, após as reuniões do Conselho Superior de Defesa e Segurança, realizadas na Presidência da República, as chefias militares estariam a ser consultadas no sentido do afastamento do Chefe
de Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.
Segundo a imprensa de Bissau, o processo, que estaria ainda na sua
fase preliminar, teria por base a recusa do Contra-Almirante em se
submeter ao processo de reforma do Sector de Defesa e Segurança,
actualmente em curso na Guiné-Bissau e cuja liderança pertence a
Angola.
Outro factor que teria contribuído para esta posição de força do Estado
Maior seria a atitude desafiadora que Bubo Na Tchuto assumira em reuniões na Presidência, recusando mesmo marcar presença em algumas delas.
O receio das potenciais consequências estava também a pesar para o relativo
secretismo que envolveu todo o processo, que culminou esta semana, com a detenção de Bubo.
Os últimos meses tinham sido férteis em boatos relativos à vontade de
Bubo Na Tchuto aproveitar a contestação ao Governo de Carlos Gomes Júnior para desencadear um novo momento de instabilidade política no país.
Qualquer pretexto serviria de trampolim para ele se tornar líder supremo das Forças Armadas guineenses.
A população de Bissau tinha há quatro meses, pelo menos, a noção clara de que a luta interna de poderes entre Bubo e o actual Chefe do Estado-Maior General, António Indjai, é real e perigosa, podendo lançar a qualquer momento a Guiné-Bissau numa nova espiral de mortes e violência entre quartéis desavindos.
As notícias desta última segunda-feira não foram, portanto, nenhuma grande novidade para quem nos últimos anos tem vindo a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos em terra guineense.
referiram à Voz da América que, após as reuniões do Conselho Superior de Defesa e Segurança, realizadas na Presidência da República, as chefias militares estariam a ser consultadas no sentido do afastamento do Chefe
de Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.
Segundo a imprensa de Bissau, o processo, que estaria ainda na sua
fase preliminar, teria por base a recusa do Contra-Almirante em se
submeter ao processo de reforma do Sector de Defesa e Segurança,
actualmente em curso na Guiné-Bissau e cuja liderança pertence a
Angola.
Outro factor que teria contribuído para esta posição de força do Estado
Maior seria a atitude desafiadora que Bubo Na Tchuto assumira em reuniões na Presidência, recusando mesmo marcar presença em algumas delas.
O receio das potenciais consequências estava também a pesar para o relativo
secretismo que envolveu todo o processo, que culminou esta semana, com a detenção de Bubo.
Os últimos meses tinham sido férteis em boatos relativos à vontade de
Bubo Na Tchuto aproveitar a contestação ao Governo de Carlos Gomes Júnior para desencadear um novo momento de instabilidade política no país.
Qualquer pretexto serviria de trampolim para ele se tornar líder supremo das Forças Armadas guineenses.
A população de Bissau tinha há quatro meses, pelo menos, a noção clara de que a luta interna de poderes entre Bubo e o actual Chefe do Estado-Maior General, António Indjai, é real e perigosa, podendo lançar a qualquer momento a Guiné-Bissau numa nova espiral de mortes e violência entre quartéis desavindos.
As notícias desta última segunda-feira não foram, portanto, nenhuma grande novidade para quem nos últimos anos tem vindo a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos em terra guineense.
Sanhá há mais de um mês ausente de Bissau
A presença de militares angolanos na Guiné-Bissau constitui uma "força de ocupação inadmissível", disse um porta-voz da oposição guineense.
Numa conferência de imprensa para reagir ao levantamento militar de Segunda-feira, os partidos da oposição da Guiné-Bissau acusaram o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, de ter vendido "a sua alma" e recursos do país a Angola.
Falando em nome dos partidos da oposição, Victor Pereira disse ser "inadmíssivel" que o primeiro-ministro tenha sido resgatado da sua residência por "forças de ocupação estrangeira" provenientes de Angola.
O porta-voz fazia assim alusão às notícias que o chefe do governo guineense tinha procurado refúgio na embaixada angolana e que soldados angolanos teriam feito uso de armas de fogo para o proteger de insurrectos que tencionavam capturá-lo.
Angola mantém actualmente na Guiné-Bissau conselheiros militares como parte de um programa destinado a ajudar a Guiné-Bissau a reformar as suas forças armadas.
Para Vítor Pereira a alegada tentativa de golpe de estado registada na Segunda-feira é apenas uma "paródia" e uma "purga" do chefe do governo guineense contra os adversários políticos do primeiro-ministro, que contou com o apoio de Angola. Lassana Cassamá, Voice of America (VOA)
----
**** Note-se que o Presidente Malam Bacai Sanhá se encontra há mais de um mês hospitalizado em Paris e que o seu substituto teórico, o presidente da Assembleia, Raimundo Pereira, é pessoa de quem nem sequer se ouve falar.
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general António Indjai, pode portanto fazer o que bem entender, perante a fragilidade do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e de toda uma classe política que deixa bastante a desejar.
A Guiné-Bissau, recorde-se aqui uma vez mais, é um país que não o sabe ser. Um Estado ainda por consolidar, 38 anos depois da proclamação unilateral da sua independência pelo PAIGC, de Luís Cabral e Nino Vieira. JH
Numa conferência de imprensa para reagir ao levantamento militar de Segunda-feira, os partidos da oposição da Guiné-Bissau acusaram o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, de ter vendido "a sua alma" e recursos do país a Angola.
Falando em nome dos partidos da oposição, Victor Pereira disse ser "inadmíssivel" que o primeiro-ministro tenha sido resgatado da sua residência por "forças de ocupação estrangeira" provenientes de Angola.
O porta-voz fazia assim alusão às notícias que o chefe do governo guineense tinha procurado refúgio na embaixada angolana e que soldados angolanos teriam feito uso de armas de fogo para o proteger de insurrectos que tencionavam capturá-lo.
Angola mantém actualmente na Guiné-Bissau conselheiros militares como parte de um programa destinado a ajudar a Guiné-Bissau a reformar as suas forças armadas.
Para Vítor Pereira a alegada tentativa de golpe de estado registada na Segunda-feira é apenas uma "paródia" e uma "purga" do chefe do governo guineense contra os adversários políticos do primeiro-ministro, que contou com o apoio de Angola. Lassana Cassamá, Voice of America (VOA)
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**** Note-se que o Presidente Malam Bacai Sanhá se encontra há mais de um mês hospitalizado em Paris e que o seu substituto teórico, o presidente da Assembleia, Raimundo Pereira, é pessoa de quem nem sequer se ouve falar.
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general António Indjai, pode portanto fazer o que bem entender, perante a fragilidade do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e de toda uma classe política que deixa bastante a desejar.
A Guiné-Bissau, recorde-se aqui uma vez mais, é um país que não o sabe ser. Um Estado ainda por consolidar, 38 anos depois da proclamação unilateral da sua independência pelo PAIGC, de Luís Cabral e Nino Vieira. JH
28.12.11
Militares e coca continuam fortes na Guiné-Bissau
O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, declarou em Julho do ano passado, de forma inequívoca, que o país “não é propriedade privada dos militares”. Mas a verdade é que tudo continua a ser como se o fosse.
Na sequência de um relatório do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a pedir profundas reformas na defesa e na segurança guineenses, Sanhá denunciou então o peso excessivo das Forças Armadas e a implicação de alguns dos seus elementos no narcotráfico.
Naquela que foi considerada pela AFP uma tomada de posição rara num país dominado pelos militares desde que a sua independência foi reconhecida por Portugal em 1974, o Presidente disse ter terminado o tempo da subjugação do poder político ao militar.
“O país não pode ficar para sempre refém das Forças Armadas”, sublinhou o chefe do Estado no início de uma reunião do Conselho Superior da Defesa Nacional.
A Guiné-Bissau “está cansada de sobressaltos”, declarou Sanhá, perante o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai, que no dia 1 de Abril de 2010 afastou pela força o anterior detentor do cargo, almirante Zamora Induta.
O Presidente nunca falara de uma forma tão virulenta desde que fora eleito, em 2009, quatro meses depois do assassínio do seu antecessor, João Bernardo Nino Vieira.
A gota de água que aparentemente fez extravasar o copo da sua paciência foi a agressão selvática de uma agente da polícia de trânsito por soldados a mando de um filho do general Indjai.
“Quem quiser dedicar-se ao narcotráfico deve ser excluído das Forças Armadas. O tráfico de drogas deve acabar neste país!”, afirmou Malam Bacai Sanhá, referindo-se a um comércio que tanto tem envolvido políticos como militares.
Um grande silêncio acolheu estas palavras, depois das quais a imprensa foi convidada a abandonar a sala, para que os trabalhos do Conselho Superior da Defesa Nacional prosseguissem à porta fechada.
No dia 3 de Julho do ano passado, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lamentara o pouco progresso da Guiné-Bissau na luta contra a impunidade, pois que ainda nem sequer levou a julgamento os assassinos de Nino Vieira e de outras personalidades que foram mortas no ano passado.
O país é tido pela Autoridade Internacional de Controlo de Estupefacientes como uma “grande plataforma para o narcotráfico” que passa pela África Ocidental, sendo ponto de passagem da cocaína que da América Latina é encaminhada para a Europa.
As Nações Unidas calculam que a cocaína que entra mensalmente no território guineense corresponde ao PIB anual de 304 milhões de dólares.
Na sequência de um relatório do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a pedir profundas reformas na defesa e na segurança guineenses, Sanhá denunciou então o peso excessivo das Forças Armadas e a implicação de alguns dos seus elementos no narcotráfico.
Naquela que foi considerada pela AFP uma tomada de posição rara num país dominado pelos militares desde que a sua independência foi reconhecida por Portugal em 1974, o Presidente disse ter terminado o tempo da subjugação do poder político ao militar.
“O país não pode ficar para sempre refém das Forças Armadas”, sublinhou o chefe do Estado no início de uma reunião do Conselho Superior da Defesa Nacional.
A Guiné-Bissau “está cansada de sobressaltos”, declarou Sanhá, perante o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai, que no dia 1 de Abril de 2010 afastou pela força o anterior detentor do cargo, almirante Zamora Induta.
O Presidente nunca falara de uma forma tão virulenta desde que fora eleito, em 2009, quatro meses depois do assassínio do seu antecessor, João Bernardo Nino Vieira.
A gota de água que aparentemente fez extravasar o copo da sua paciência foi a agressão selvática de uma agente da polícia de trânsito por soldados a mando de um filho do general Indjai.
“Quem quiser dedicar-se ao narcotráfico deve ser excluído das Forças Armadas. O tráfico de drogas deve acabar neste país!”, afirmou Malam Bacai Sanhá, referindo-se a um comércio que tanto tem envolvido políticos como militares.
Um grande silêncio acolheu estas palavras, depois das quais a imprensa foi convidada a abandonar a sala, para que os trabalhos do Conselho Superior da Defesa Nacional prosseguissem à porta fechada.
No dia 3 de Julho do ano passado, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lamentara o pouco progresso da Guiné-Bissau na luta contra a impunidade, pois que ainda nem sequer levou a julgamento os assassinos de Nino Vieira e de outras personalidades que foram mortas no ano passado.
O país é tido pela Autoridade Internacional de Controlo de Estupefacientes como uma “grande plataforma para o narcotráfico” que passa pela África Ocidental, sendo ponto de passagem da cocaína que da América Latina é encaminhada para a Europa.
As Nações Unidas calculam que a cocaína que entra mensalmente no território guineense corresponde ao PIB anual de 304 milhões de dólares.
27.12.11
A propósito da violência religiosa na Nigéria
A Nigéria, com mais de 160 milhões de habitantes, é tudo menos homogénea. Da zona da savana à dos pântanos, das planícies de Sokoto ao Delta do Níger, é todo um vasto mundo em ebulição, com surtos de violência que de vez em quando chegam a causar centenas de mortos.
Jorge Heitor
Mais de 100 línguas e muito mais dialectos originaram perto de 380 modos de comunicação entre os cidadãos do mais populoso dos países africanos, em vias mesmo de se tornar um dos mais populosos do mundo, com provável assento permanente, a médio prazo, no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Nigéria, dos haússas, dos fulas, dos yorubas, dos ibos e de tantos outros povos, com um crescimento de 6,6 por cento no seu Produto Nacional Bruto (PNB), tem estado muito conturbada desde que, em 2011, o sulista Goodluck Jonathan foi eleito Presidente, para suceder a um homem do Norte que falecera antes de acabar o seu mandato.
Jonathan terá de aplacar a ira de todos os muçulmanos das terras setentrionais; e de enfrentar a constante agitação social que se sente num país cujo PNB por habitante não ultrapassa os 1.570 dólares, sendo portanto inferior ao de Marrocos, da Líbia ou da África do Sul.
O conflito que tantas vezes tem sido ali associado ao facto de um pouco mais de metade dos nigerianos serem muçulmanos e perto de metade cristãos anda em certa medida relacionado com o facto de os primeiros desejarem alargar a ainda mais estados a aplicação da Sharia, "a lei islâmica ideal", que já vigora nos de Zamfara, Kano, Sokoto, Katsina, Bauchi, Borno, Jigawa, Kebbi e Yobe. E que está a ser parcialmente aplicada nos de Kaduna, Níger e Gombe.
O caso Boko Haram
Uma das grandes dores de cabeça da Nigéria actual é a seita Boko Haram, que vagamente se poderia traduzir por "a educação ocidental é um pecado". Trata-se pois de um grupo islamista, ou fundamentalista, que reivindicou a responsabilidade por um ataque às instalações das Nações Unidas na capital federal, Abuja; ataque esse em que morreram 18 pessoas, no dia 26 de Agosto último.
O Congresso dos Estados Unidos começou nas últimas semanas a prestar mais atenção ao terrorismo nesse autêntico gigante negro que é a Nigéria, assombrada pelo desejo que o Boko Haram tem de aplicar a Sharia a todo o território, fazendo assim a ponte da Al Qaeda no Maghreb Islâmico (AQMI) com as minorias muçulmanas dos Camarões e da República Centro-Africana.
Um proselitismo religioso poderia fazer com que o Islão se impusesse com mais força em todas as terras situadas entre o Estreito de Gibraltar e o Golfo da Guiné, colocando inclusive em risco os cristãos de países como a Costa do Marfim e o Ghana.
O congressista republicano Patrick Meehan, da Pensilvânia, afirmou em Washington que o grupo violento Boko Haram constitui uma ameaça para os interesses dos Estados Unidos. Tal como o bispo católico de Maiduguri, no estado nigeriano de Borno, já disse à Agência Fides que a seita se encontra ligada à AQMI, a rede terrorista fortemente implantada na Mauritânia, no Mali e no Níger, de onde os seus tentáculos poderão descer até às proximidades da linha do Equador.
Uma vez que o combate das forças federais nigerianas aos activistas da Boko Haram nem sempre se tem processada da melhor maneira possível, originando fortes ressentimentos, o que é mais de temer é que eles escalem os seus ataques e que eventualmente tentem as tropas a tomar uma vez mais o poder, como já várias vezes o fizeram no passado.
O nome oficial da organização que todos conhecemos por Boko Haram é Jama'atu Ahlis Sunna Lidda'awati wal-Jihad, palavras árabes que se poderão traduzir por "Pessoas empenhadas na Propagação dos Ensinamentos do Profeta e da Jihad", que é uma espécie de cruzada contra os que não seguem Maomé.
Portanto, o que se está a passar na Nigéria, com a vitimização de tantos cristãos, em conflitos entre comunidades de religião diferente, poderá ser o prelúdio de episódios ainda mais sangrentos, que do Planalto de Jos desçam à fronteira com os Camarões e daí, no futuro, às imediações da própria Guiné Equatorial.
O facto de nestes últimos meses as televisões raramente nos falarem da Nigéria não esconde o facto de se prever que em 2050 ela deverá ter quase 450 milhões de habitantes e no fim do século mais de 700 milhões. Daqui a 40 anos a África sub-sariana já deverá ter quase três vezes a população da Europa; e no seu conjunto toda a África é o continente que mais cresce, em termos populacionais.
Ao reflectir sobre tudo isto, não deixa de ser preocupante ver como é que os fundamentalistas, tanto os da Al Qaeda no Maghreb Islâmico como os do dito grupo Boko Haram, estão empenhados em ganhar terreno desde Marrocos até ao Delta do Níger e aos Camarões. É, pois, um assunto a acompanhar com o máximo das atenções, durante os próximos anos. (vai sair na revista Além-Mar de Janeiro)
Jorge Heitor
Mais de 100 línguas e muito mais dialectos originaram perto de 380 modos de comunicação entre os cidadãos do mais populoso dos países africanos, em vias mesmo de se tornar um dos mais populosos do mundo, com provável assento permanente, a médio prazo, no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Nigéria, dos haússas, dos fulas, dos yorubas, dos ibos e de tantos outros povos, com um crescimento de 6,6 por cento no seu Produto Nacional Bruto (PNB), tem estado muito conturbada desde que, em 2011, o sulista Goodluck Jonathan foi eleito Presidente, para suceder a um homem do Norte que falecera antes de acabar o seu mandato.
Jonathan terá de aplacar a ira de todos os muçulmanos das terras setentrionais; e de enfrentar a constante agitação social que se sente num país cujo PNB por habitante não ultrapassa os 1.570 dólares, sendo portanto inferior ao de Marrocos, da Líbia ou da África do Sul.
O conflito que tantas vezes tem sido ali associado ao facto de um pouco mais de metade dos nigerianos serem muçulmanos e perto de metade cristãos anda em certa medida relacionado com o facto de os primeiros desejarem alargar a ainda mais estados a aplicação da Sharia, "a lei islâmica ideal", que já vigora nos de Zamfara, Kano, Sokoto, Katsina, Bauchi, Borno, Jigawa, Kebbi e Yobe. E que está a ser parcialmente aplicada nos de Kaduna, Níger e Gombe.
O caso Boko Haram
Uma das grandes dores de cabeça da Nigéria actual é a seita Boko Haram, que vagamente se poderia traduzir por "a educação ocidental é um pecado". Trata-se pois de um grupo islamista, ou fundamentalista, que reivindicou a responsabilidade por um ataque às instalações das Nações Unidas na capital federal, Abuja; ataque esse em que morreram 18 pessoas, no dia 26 de Agosto último.
O Congresso dos Estados Unidos começou nas últimas semanas a prestar mais atenção ao terrorismo nesse autêntico gigante negro que é a Nigéria, assombrada pelo desejo que o Boko Haram tem de aplicar a Sharia a todo o território, fazendo assim a ponte da Al Qaeda no Maghreb Islâmico (AQMI) com as minorias muçulmanas dos Camarões e da República Centro-Africana.
Um proselitismo religioso poderia fazer com que o Islão se impusesse com mais força em todas as terras situadas entre o Estreito de Gibraltar e o Golfo da Guiné, colocando inclusive em risco os cristãos de países como a Costa do Marfim e o Ghana.
O congressista republicano Patrick Meehan, da Pensilvânia, afirmou em Washington que o grupo violento Boko Haram constitui uma ameaça para os interesses dos Estados Unidos. Tal como o bispo católico de Maiduguri, no estado nigeriano de Borno, já disse à Agência Fides que a seita se encontra ligada à AQMI, a rede terrorista fortemente implantada na Mauritânia, no Mali e no Níger, de onde os seus tentáculos poderão descer até às proximidades da linha do Equador.
Uma vez que o combate das forças federais nigerianas aos activistas da Boko Haram nem sempre se tem processada da melhor maneira possível, originando fortes ressentimentos, o que é mais de temer é que eles escalem os seus ataques e que eventualmente tentem as tropas a tomar uma vez mais o poder, como já várias vezes o fizeram no passado.
O nome oficial da organização que todos conhecemos por Boko Haram é Jama'atu Ahlis Sunna Lidda'awati wal-Jihad, palavras árabes que se poderão traduzir por "Pessoas empenhadas na Propagação dos Ensinamentos do Profeta e da Jihad", que é uma espécie de cruzada contra os que não seguem Maomé.
Portanto, o que se está a passar na Nigéria, com a vitimização de tantos cristãos, em conflitos entre comunidades de religião diferente, poderá ser o prelúdio de episódios ainda mais sangrentos, que do Planalto de Jos desçam à fronteira com os Camarões e daí, no futuro, às imediações da própria Guiné Equatorial.
O facto de nestes últimos meses as televisões raramente nos falarem da Nigéria não esconde o facto de se prever que em 2050 ela deverá ter quase 450 milhões de habitantes e no fim do século mais de 700 milhões. Daqui a 40 anos a África sub-sariana já deverá ter quase três vezes a população da Europa; e no seu conjunto toda a África é o continente que mais cresce, em termos populacionais.
Ao reflectir sobre tudo isto, não deixa de ser preocupante ver como é que os fundamentalistas, tanto os da Al Qaeda no Maghreb Islâmico como os do dito grupo Boko Haram, estão empenhados em ganhar terreno desde Marrocos até ao Delta do Níger e aos Camarões. É, pois, um assunto a acompanhar com o máximo das atenções, durante os próximos anos. (vai sair na revista Além-Mar de Janeiro)
Tudo como sempre, na Guiné-Bissau
Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, Watna na Lai, ex-Chefe de Estado- Maior do Exército, Cletche Na Ghana, ex-Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, Tchipa na Bidun, recentemente nomeado para a DINFOSEMIL (serviços secretos militares), e Augusto Mário Có, vulgo «Capacete de Ferro», foram ontem detidos na Guiné-Bissau sob a acusação de tentativa de Golpe de Estado.
A Guiné-Bissau é o país da esperança adiada, conforme já há oito meses escrevi.
Quando em Fevereiro do ano 2000 Kumba Yalá Kobde Nhanca, líder do Partido da Renovação Social (PRS), tomou posse como Presidente da República da Guiné-Bissau, alguns julgaram precipitadamente que terminara a era do PAIGC, que em 24 de Setembro de 1973 proclamara unilateralmente a independência.
Kumba batera por larga margem o então Presidente interino Malam Bacai Sanhá, mas o seu mandato não chegou ao fim, encontrando-se ele hoje em dia exilado no Reino de Marrocos, enquanto Sanhá é o Presidente, eleito há perto de dois anos.
O PRS vencera as legislativas de Novembro de 1999, mas a sua passagem pelo poder foi efémera; e no último acto do género efectuado no pequeno país já o Partido da Renovação Social não conseguiu mais do que 25,3 por cento dos votos, face aos 49,8 do velho Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criado por Amílcar e Luís Cabral.
Aquilo que há 11 anos se julgava um marco na vida dos guineenses, a entrada em funções de um Presidente e de um Governo não saídos do PAIGC, foi apenas uma fase transitória; e hoje em dia o primeiro-ministro é mais uma vez o actual líder do partido dos Cabrais, Carlos Gomes Júnior.
Luís Cabral, primeiro Presidente, filho de um cabo-verdiano e de uma portuguesa, foi derrubado em 1980 por um guineense de etnia papel, João Bernardo Vieira, que por duas vezes viria a ser violentamente afastado do poder, respectivamente em 1999 e em 2009. Da última foi mesmo barbaramente assassinado.
Depois das esperanças de 1999 e de 2000 de que alguma coisa estaria a mudar na Guiné-Bissau, veio a triste realidade de que nada mudou substancialmente, devido à inexistência de condições objectivas para uma melhor governação.
A realização de eleições presidenciais e legislativas tem sido ali uma simples panaceia, conforme muito bem afirmou o sociólogo guineense Carlos Lopes, pertencente aos quadros superiores das Nações Unidas.
Ainda não se realizaram reformas profundas, não se desmantelou o enorme aparelho de segurança e não se fez justiça, de modo que não houve democratização. Nem em 1999, nem em 2000 nem em 2009.
O país, de 36.125 quilómetros quadrados, continou subdesenvolvido e, em última instância, à mercê dos militares saídos da estrutura de guerrilha que alcançou a independência mas não conseguiu adaptar-se aos novos tempos e garantir um futuro pacífico.
Os duros militares guineenses conseguiram derrotar as Forças Armadas Portuguesas, forçaram o saneamento dos cabo-verdianos que chegaram a ocupar cargos ministeriais, derrotaram os senegaleses que em 1998/1999 intervieram na guerra civil, ao lado de João Bernardo Vieira, e continuaram renitentes a quaisquer tentativas de modernização e de submissão ao poder civil.
Entrementes, alguns desses militares, hoje em dia pessoas com bem mais de 50 anos, deixaram-se envolver em questões de tráfico, fosse ele de drogas ou de armas.
Por tudo isto aqui exposto, com um Presidente da República e um primeiro-ministro não inteiramente senhores de si, com um Procurador-Geral pouco efectivo, com oficiais das Forças Armadas eivados de vícios, estávamos absolutamente preparados para que da Guiné-Bissau nos chegassem a qualquer altura más notícias.
Os acontecimentos das últimas 48 horas surgiram no contexto da fragilidade das estruturas locais e de toda a instabilidade que se vive na região ocidental da África. Hoje como há dois anos.
A Guiné-Bissau é o país da esperança adiada, conforme já há oito meses escrevi.
Quando em Fevereiro do ano 2000 Kumba Yalá Kobde Nhanca, líder do Partido da Renovação Social (PRS), tomou posse como Presidente da República da Guiné-Bissau, alguns julgaram precipitadamente que terminara a era do PAIGC, que em 24 de Setembro de 1973 proclamara unilateralmente a independência.
Kumba batera por larga margem o então Presidente interino Malam Bacai Sanhá, mas o seu mandato não chegou ao fim, encontrando-se ele hoje em dia exilado no Reino de Marrocos, enquanto Sanhá é o Presidente, eleito há perto de dois anos.
O PRS vencera as legislativas de Novembro de 1999, mas a sua passagem pelo poder foi efémera; e no último acto do género efectuado no pequeno país já o Partido da Renovação Social não conseguiu mais do que 25,3 por cento dos votos, face aos 49,8 do velho Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criado por Amílcar e Luís Cabral.
Aquilo que há 11 anos se julgava um marco na vida dos guineenses, a entrada em funções de um Presidente e de um Governo não saídos do PAIGC, foi apenas uma fase transitória; e hoje em dia o primeiro-ministro é mais uma vez o actual líder do partido dos Cabrais, Carlos Gomes Júnior.
Luís Cabral, primeiro Presidente, filho de um cabo-verdiano e de uma portuguesa, foi derrubado em 1980 por um guineense de etnia papel, João Bernardo Vieira, que por duas vezes viria a ser violentamente afastado do poder, respectivamente em 1999 e em 2009. Da última foi mesmo barbaramente assassinado.
Depois das esperanças de 1999 e de 2000 de que alguma coisa estaria a mudar na Guiné-Bissau, veio a triste realidade de que nada mudou substancialmente, devido à inexistência de condições objectivas para uma melhor governação.
A realização de eleições presidenciais e legislativas tem sido ali uma simples panaceia, conforme muito bem afirmou o sociólogo guineense Carlos Lopes, pertencente aos quadros superiores das Nações Unidas.
Ainda não se realizaram reformas profundas, não se desmantelou o enorme aparelho de segurança e não se fez justiça, de modo que não houve democratização. Nem em 1999, nem em 2000 nem em 2009.
O país, de 36.125 quilómetros quadrados, continou subdesenvolvido e, em última instância, à mercê dos militares saídos da estrutura de guerrilha que alcançou a independência mas não conseguiu adaptar-se aos novos tempos e garantir um futuro pacífico.
Os duros militares guineenses conseguiram derrotar as Forças Armadas Portuguesas, forçaram o saneamento dos cabo-verdianos que chegaram a ocupar cargos ministeriais, derrotaram os senegaleses que em 1998/1999 intervieram na guerra civil, ao lado de João Bernardo Vieira, e continuaram renitentes a quaisquer tentativas de modernização e de submissão ao poder civil.
Entrementes, alguns desses militares, hoje em dia pessoas com bem mais de 50 anos, deixaram-se envolver em questões de tráfico, fosse ele de drogas ou de armas.
Por tudo isto aqui exposto, com um Presidente da República e um primeiro-ministro não inteiramente senhores de si, com um Procurador-Geral pouco efectivo, com oficiais das Forças Armadas eivados de vícios, estávamos absolutamente preparados para que da Guiné-Bissau nos chegassem a qualquer altura más notícias.
Os acontecimentos das últimas 48 horas surgiram no contexto da fragilidade das estruturas locais e de toda a instabilidade que se vive na região ocidental da África. Hoje como há dois anos.
O genocídio do povo arménio
Le Point.fr - Publié le 26/12/2011 à 10:11 - Modifié le 26/12/2011 à 12:03
Un texte reconnaissant le génocide arménien de 1915 avait été rejeté en 2007. Mais, depuis, rien ne va plus entre Israël et la Turquie.
Une commission parlementaire israélienne examinait, lundi matin, un texte reconnaissant le génocide arménien, une mesure qui devrait aggraver les tensions déjà fortes avec la Turquie. Le texte propose de faire du 24 avril, date du début des exécutions en masse d'Arméniens en 1915, une journée de commémoration du "massacre du peuple arménien". Le Parlement avait rejeté une proposition similaire en 2007, quand Israël et la Turquie entretenaient des liens étroits. Mais les relations se sont tendues depuis que la marine israélienne a tué neuf Turcs en mai 2010, lors de l'arraisonnement d'une flottille qui tentait de briser le blocus de Gaza.
En octobre, la Turquie a expulsé l'ambassadeur israélien à Ankara et rompu ses contrats militaires et de défense avec Israël. "Cela fait des années que nous travaillons" sur ce projet de journée commémorative, a déclaré Georgette Avakian, membre du Comité national arménien à Jérusalem, à la radio publique. "Nous espérons que le temps est venu." "Pendant des années, le gouvernement israélien a refusé de reconnaître le génocide pour des raisons cyniques, stratégiques et économiques, liées à ses relations avec la Turquie", a regretté Zahava Gal-On, une députée du parti de gauche Meretz qui soutient la proposition de loi.
1,5 million de victimes, selon l'Arménie
Mais le président de la Knesset, Reuven Rivlin, a estimé, à l'ouverture de la réunion, que la question n'était pas politique. "La question n'a pas été soulevée à cause de ce qui s'est passé entre Israël et la Turquie. Nous ne voulons pas exploiter une situation politique pour régler des comptes", a-t-il assuré.
Le massacre de centaines de milliers d'Arméniens en 1915 - 1,5 million, selon les Arméniens - a été reconnu en 1985 comme un génocide par l'ONU, mais la Turquie rejette fermement cette qualification. Elle évoque des morts dans les combats et les déportations, mais nie toute volonté d'extermination. La semaine dernière, Ankara a vivement réagi à l'adoption par l'Assemblée nationale française, qui a déjà reconnu le génocide arménien, d'une proposition de loi pénalisant la contestation d'un génocide, annonçant un gel de sa coopération militaire avec la France, rappelant son ambassadeur à Paris et accusant à son tour la France de génocide en Algérie.
Un texte reconnaissant le génocide arménien de 1915 avait été rejeté en 2007. Mais, depuis, rien ne va plus entre Israël et la Turquie.
Une commission parlementaire israélienne examinait, lundi matin, un texte reconnaissant le génocide arménien, une mesure qui devrait aggraver les tensions déjà fortes avec la Turquie. Le texte propose de faire du 24 avril, date du début des exécutions en masse d'Arméniens en 1915, une journée de commémoration du "massacre du peuple arménien". Le Parlement avait rejeté une proposition similaire en 2007, quand Israël et la Turquie entretenaient des liens étroits. Mais les relations se sont tendues depuis que la marine israélienne a tué neuf Turcs en mai 2010, lors de l'arraisonnement d'une flottille qui tentait de briser le blocus de Gaza.
En octobre, la Turquie a expulsé l'ambassadeur israélien à Ankara et rompu ses contrats militaires et de défense avec Israël. "Cela fait des années que nous travaillons" sur ce projet de journée commémorative, a déclaré Georgette Avakian, membre du Comité national arménien à Jérusalem, à la radio publique. "Nous espérons que le temps est venu." "Pendant des années, le gouvernement israélien a refusé de reconnaître le génocide pour des raisons cyniques, stratégiques et économiques, liées à ses relations avec la Turquie", a regretté Zahava Gal-On, une députée du parti de gauche Meretz qui soutient la proposition de loi.
1,5 million de victimes, selon l'Arménie
Mais le président de la Knesset, Reuven Rivlin, a estimé, à l'ouverture de la réunion, que la question n'était pas politique. "La question n'a pas été soulevée à cause de ce qui s'est passé entre Israël et la Turquie. Nous ne voulons pas exploiter une situation politique pour régler des comptes", a-t-il assuré.
Le massacre de centaines de milliers d'Arméniens en 1915 - 1,5 million, selon les Arméniens - a été reconnu en 1985 comme un génocide par l'ONU, mais la Turquie rejette fermement cette qualification. Elle évoque des morts dans les combats et les déportations, mais nie toute volonté d'extermination. La semaine dernière, Ankara a vivement réagi à l'adoption par l'Assemblée nationale française, qui a déjà reconnu le génocide arménien, d'une proposition de loi pénalisant la contestation d'un génocide, annonçant un gel de sa coopération militaire avec la France, rappelant son ambassadeur à Paris et accusant à son tour la France de génocide en Algérie.
22.12.11
Um sonho de há quatro anos e meio
O próximo dia 8 de Julho de 2007 é uma data histórica para Portugal, com a abertura da ponte entre o Carregado e Benavente, de modo a desbravar um pouco mais os campos de Samora Correia e de Salvaterra de Magos, numa zona que alguns consideram acintosamente de desértica e pouco têm feito para a povoar.
Com a ida de uma estrada da Arruda para Benavente, sobre o rio Tejo, são novas oportunidades para as terras que rodeiam o campo de tiro de Alcochete e que se estendem até ao Biscaínho e à Azervadinha, de modo a descongestionar o forte aglomerado populacional de Carregado/Castanheira do Ribatejo/Vila Franca de Xira/Quinta das Torres/Alhandra/Alverca, que já não aguenta mais gente. Está a rebentar pelas costuras.
A área urbana de Lisboa tem definitivamente de se alargar às vastas zonas planas onde se situam Santo Estêvão, Rio Frio, as Faias e o Poceirão; 15/25 quilómetros a leste do território em que actualmente se concentra. A abertura de uma ponte para o Barreiro, em 2013, e quiçá de outra entre a Vasco da Gama e a Carmona, a meio caminho entre Moscavide e Vila Franca, deverá originar daqui a 10 anos horizontes absolutamente novos para que qualquer cidadão de Loures ou da Amadora chegue mais depressa a Vendas Novas e a Montemor-o-Novo, desenvolvendo-se assim um grande tecido urbanizado desde os lados de Mafra até à Marateca e a Águas de Moura. Fazer crescer o povoamento por uma superfície maior, em vez de estar a fazer prédios de 12 andares.
A leste dos estuários do Tejo e do Sado é que Portugal se poderá agora desenvolver, em 2016, 2020, 2025. Vamos a isso! Jorge Heitor 23 de Junho de 2007
Com a ida de uma estrada da Arruda para Benavente, sobre o rio Tejo, são novas oportunidades para as terras que rodeiam o campo de tiro de Alcochete e que se estendem até ao Biscaínho e à Azervadinha, de modo a descongestionar o forte aglomerado populacional de Carregado/Castanheira do Ribatejo/Vila Franca de Xira/Quinta das Torres/Alhandra/Alverca, que já não aguenta mais gente. Está a rebentar pelas costuras.
A área urbana de Lisboa tem definitivamente de se alargar às vastas zonas planas onde se situam Santo Estêvão, Rio Frio, as Faias e o Poceirão; 15/25 quilómetros a leste do território em que actualmente se concentra. A abertura de uma ponte para o Barreiro, em 2013, e quiçá de outra entre a Vasco da Gama e a Carmona, a meio caminho entre Moscavide e Vila Franca, deverá originar daqui a 10 anos horizontes absolutamente novos para que qualquer cidadão de Loures ou da Amadora chegue mais depressa a Vendas Novas e a Montemor-o-Novo, desenvolvendo-se assim um grande tecido urbanizado desde os lados de Mafra até à Marateca e a Águas de Moura. Fazer crescer o povoamento por uma superfície maior, em vez de estar a fazer prédios de 12 andares.
A leste dos estuários do Tejo e do Sado é que Portugal se poderá agora desenvolver, em 2016, 2020, 2025. Vamos a isso! Jorge Heitor 23 de Junho de 2007
21.12.11
Os iraquianos encontram-se divididos
The Iraqi Prime Minister Nouri al-Maliki has urged Kurdish authorities in northern Iraq to hand over Iraq's Sunni Vice-President, Tariq al-Hashemi.
An arrest warrant was issued for Mr Hashemi on Monday over terror charges.
Tariq al-Hashemi is Iraq's most senior Sunni Arab politician. He says the allegations are "fabricated".
Mr Hashemi is currently in the region of northern Iraq controlled by Kurdish authorities. The warrant was issued a day after US troops pulled out.
The US Vice-President Joe Biden has urged Iraqi leaders to work together to avert renewed sectarian strife.
At a news conference broadcast live on Iraqi television, Mr Maliki, a Shia, said he would dismiss ministers belonging to the main Sunni political grouping, Iraqiyya, if they did not lift their boycott of parliament and cabinet.
Barely had the last American soldier stepped across the border into Kuwait than the fragile Iraqi political structure the US military left behind began to fall dangerously apart, as long-standing tensions between Shia and Sunni political leaders came to a head.
Iraq's most senior Sunni Arab politician, Tariq al-Hashemi, is effectively a fugitive. While he hides out under Kurdish protection in the north, the entire al-Iraqiyya political bloc to which he belongs has pulled out of both parliament and the cabinet.
That paralyses Sunni participation in the hard-won power-sharing deal that underpins a year-old national unity government which has rarely pulled together. Frantic efforts are now under way to try to hold that structure together.
The alternative, at its direst, could be the country's de facto partition, as part of a wider regional Balkanisation along sectarian lines.
Rift endangers unity government
Iraqiyya - which was already boycotting parliament in protest at Mr Maliki's alleged authoritarian manner - has suspended its ministers' participation in cabinet in response to the arrest warrant for Mr Hashemi.
The prime minister offered an invitation to all political factions to hold talks to try to resolve the crisis.
But if that did not work out he said that in the future Iraq could have a majority government which any person or bloc would be welcome to join, to "take the country forward in a positive direction".
Asked about Mr Hashemi's call for the Arab League to oversee any process against him, Mr Maliki said this was a criminal issue in Iraq. He saw no reason why the Arab League or the United Nations should intervene in an Iraqi criminal case, he said.
"We do not accept any interference in Iraqi justice," he said. "We gave Saddam a fair trial, and we will give Hashemi a fair trial too."
Mr Hashemi denies the claims that he paid his bodyguards to kill during Iraq's bloody insurgency.
On Monday evening Iraqi television showed purported confessions from his bodyguards, but the vice-president says that they were false and "politicised".
Mr Hashemi said he was ready to defend himself against accusations of terrorism
He told reporters on Tuesday: "I swear to God that I never committed a sin when it comes to Iraqi blood."
He said he would be willing to face trial in Kurdistan.
Mr Maliki's news conference came after he had spoken on the phone to Mr Biden.
The US vice-president "stressed the urgent need for the prime minister and the leaders of the other major blocs to meet and work through their differences together," the White House said.
BBC
An arrest warrant was issued for Mr Hashemi on Monday over terror charges.
Tariq al-Hashemi is Iraq's most senior Sunni Arab politician. He says the allegations are "fabricated".
Mr Hashemi is currently in the region of northern Iraq controlled by Kurdish authorities. The warrant was issued a day after US troops pulled out.
The US Vice-President Joe Biden has urged Iraqi leaders to work together to avert renewed sectarian strife.
At a news conference broadcast live on Iraqi television, Mr Maliki, a Shia, said he would dismiss ministers belonging to the main Sunni political grouping, Iraqiyya, if they did not lift their boycott of parliament and cabinet.
Barely had the last American soldier stepped across the border into Kuwait than the fragile Iraqi political structure the US military left behind began to fall dangerously apart, as long-standing tensions between Shia and Sunni political leaders came to a head.
Iraq's most senior Sunni Arab politician, Tariq al-Hashemi, is effectively a fugitive. While he hides out under Kurdish protection in the north, the entire al-Iraqiyya political bloc to which he belongs has pulled out of both parliament and the cabinet.
That paralyses Sunni participation in the hard-won power-sharing deal that underpins a year-old national unity government which has rarely pulled together. Frantic efforts are now under way to try to hold that structure together.
The alternative, at its direst, could be the country's de facto partition, as part of a wider regional Balkanisation along sectarian lines.
Rift endangers unity government
Iraqiyya - which was already boycotting parliament in protest at Mr Maliki's alleged authoritarian manner - has suspended its ministers' participation in cabinet in response to the arrest warrant for Mr Hashemi.
The prime minister offered an invitation to all political factions to hold talks to try to resolve the crisis.
But if that did not work out he said that in the future Iraq could have a majority government which any person or bloc would be welcome to join, to "take the country forward in a positive direction".
Asked about Mr Hashemi's call for the Arab League to oversee any process against him, Mr Maliki said this was a criminal issue in Iraq. He saw no reason why the Arab League or the United Nations should intervene in an Iraqi criminal case, he said.
"We do not accept any interference in Iraqi justice," he said. "We gave Saddam a fair trial, and we will give Hashemi a fair trial too."
Mr Hashemi denies the claims that he paid his bodyguards to kill during Iraq's bloody insurgency.
On Monday evening Iraqi television showed purported confessions from his bodyguards, but the vice-president says that they were false and "politicised".
Mr Hashemi said he was ready to defend himself against accusations of terrorism
He told reporters on Tuesday: "I swear to God that I never committed a sin when it comes to Iraqi blood."
He said he would be willing to face trial in Kurdistan.
Mr Maliki's news conference came after he had spoken on the phone to Mr Biden.
The US vice-president "stressed the urgent need for the prime minister and the leaders of the other major blocs to meet and work through their differences together," the White House said.
BBC
19.12.11
A islamização da África Ocidental
The government's confused strategy has made little headway against the Boko Haram militia's shootings and bombings across northern Nigeria. The security services have turned the capital, Abuja, into an armed camp replete with spy cameras at major road junctions. On 13 December, President Goodluck Jonathan announced that the government would spend a staggering 921 billion naira (US$5.5 bn.) of the N4,749 bn. budget for 2012 on the armed forces and security services. This is a Boko Haram campaign bonanza for the generals and private security companies but the huge diversion of resources will not achieve its aims without a clear strategy to address the grievances that the militants exploit.
Throwing money and soldiers at Boko Haram may in the short term deter it from more spectacular attacks on landmark buildings in the capital but will do little to hold back operations from its base in north-eastern Nigeria. Well targeted attacks by the Islamist militants exacerbate the growing political and economic divide between the oil-rich south and the barren north. The national impact of this seems to have eluded policy-makers, who have failed to launch any political response to the militia's campaign, let alone provide education and other social services to ameliorate the often dire conditions in Boko Haram's home base.
Throwing money and soldiers at Boko Haram may in the short term deter it from more spectacular attacks on landmark buildings in the capital but will do little to hold back operations from its base in north-eastern Nigeria. Well targeted attacks by the Islamist militants exacerbate the growing political and economic divide between the oil-rich south and the barren north. The national impact of this seems to have eluded policy-makers, who have failed to launch any political response to the militia's campaign, let alone provide education and other social services to ameliorate the often dire conditions in Boko Haram's home base.
16.12.11
Maioria dos marfinenses ignorou as legislativas
ABIDJAN, Dec 16 (Reuters) - Ivorian President Alassane Ouattara's ruling coalition won four fifths of seats in parliament, provisional election results showed on Friday, boosting his hand in governing the war-scarred West African state.
His RDR party took 127 of the National Assembly's 255 seats while his allied PDCI party took 77 seats, according to results from the Dec. 11 poll announced by election commission chief Youssouf Bakayoko.
Bakayoko said turnout was 36 percent, slightly higher than in Ivory Coast's last parliamentary poll in 2000, despite a boycott by the main opposition FPI party allied to former leader Laurent Gbagbo, now facing war crimes charges at The Hague.
His RDR party took 127 of the National Assembly's 255 seats while his allied PDCI party took 77 seats, according to results from the Dec. 11 poll announced by election commission chief Youssouf Bakayoko.
Bakayoko said turnout was 36 percent, slightly higher than in Ivory Coast's last parliamentary poll in 2000, despite a boycott by the main opposition FPI party allied to former leader Laurent Gbagbo, now facing war crimes charges at The Hague.
15.12.11
Pescas nas águas de Marrocos e Sara Ocidental
Morocco has ordered foreign fishing boats operating in its waters under an EU deal to leave immediately.
The moves comes after the European Parliament voted not to extend a deal under which the EU paid Morocco for access to its fish stocks.
MEPs said the deal was illegal as it did not benefit the people living in the disputed Western Sahara, off which most of the fishing took place. BBC
The moves comes after the European Parliament voted not to extend a deal under which the EU paid Morocco for access to its fish stocks.
MEPs said the deal was illegal as it did not benefit the people living in the disputed Western Sahara, off which most of the fishing took place. BBC
14.12.11
Raúl Braga Pires escreve sobre Marrocos
Para além da retumbante vitória dos islamistas do PJD, com 107 deputados eleitos, mais 61 que na legislatura anterior, há outros factos que me parecem importantes realçar e analisar, agora que Abdelillah Benkirane estará prestes a apresentar o seu Executivo.
Em 2007, estavam registados nas listas eleitorais 15,5 milhões de potenciais votantes. Em 2011, estão registados 13,6 milhões, existindo cerca de 21 milhões de marroquinos em idade de votar, pelo que o número de registados deveria tendencialmente subir e não descer. A baixa deste valor absoluto, deve-se à tentativa das autoridades em amenizarem a crónica forte taxa de abstenção, a qual chegou a 63% em 2007, segundo os valores oficiais.
Nestas legislativas, o valor apresentado para a abstenção foi de 55%. Melhor, não se fala em abstenção, mas sim em taxa de participação, de 45%, ou seja, 6,1 milhões de marroquinos. Desta taxa de participação, foram contabilizados 1,6 milhões de votos nulos e em branco. Ou seja, 26% de votantes que se deram ao trabalho de se deslocarem às urnas para depositarem o seu voto de protesto, de rejeição de todos os partidos políticos, de todo um sistema, os quais representam 11,7% dos 13,6 milhões registados. Em rigor, apenas 33,3% de marroquinos decidiram o futuro dos próximos 5 anos, calculos sempre baseados nos número oficiais apresentados.
Quanto aos vencedores, há sobretudo a assinalar que representam/acompanham/marcam a mudança do paradigma que se vive pós-"Primavera Árabe", já que são o surgir de uma nova élite, a qual não foi formada no estrangeiro, não trabalhou em grandes multinacionais, nem tem graus de parentesco entre si. Neste sentido, foram legitimados pelo voto popular, o que também faz desta eleição talvez a mais limpa e transparente da História do Marrocos, dada também a presença de cerca de 4 mil observadores, de 12 instâncias marroquinas e 4 estrangeiras.
Nesse sentido, falhei completamente a previsão do texto anterior sobre as mesmas, quando alvitrei que se arranjaria uma maningância constitucional para evitar um Abdelillah Benkirane Chefe do Governo. Chegou mesmo a especular-se que o Artigo 47º da Constituição nada especifica sobre se deve ser o líder do partido mais votado o nomeado para chefiar o governo, abrindo assim a porta a outras possibilidades no seio do partido vencedor.
Mohamed VI foi escrupuloso e nomeou Benkirane Chefe do Governo, conferindo também desta forma a transparência já mencionada anteriormente. Uma semana depois reforçou o gabinete real com o anúncio da nomeação de mais 2 Conselheiros Reais, desta feita Yasser Zenagui, o ainda Ministro do Turismo e do Artesanato e, Fouad Ali El Himma, "O" amigo do Rei e seu confidente dos tempos do Colégio Real, ex-Ministro Delegado do Interior entre 2002/07, fundador do Mouvement Pour Tous Les Démocrates em 2007, o qual em Agosto de 2008 se torna no Parti Authenticité et Modernité(um dos grandes derrotados destas legislativas), tendo como objectivo principal contrabalançar a influência e popularidade dos islamistas do PJD.
Com esta passagem de El Himma de oficioso a oficial, terá um gosto especial seguir a gestão que o Palácio fará do Governo, bem como a gestão que o soberano fará das rivalidades entre os seus conselheiros, sobretudo entre El Himma e Mohammed Mounir Majidi, o gestor da fortuna real e também colega de carteira no Colégio Real.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/legislativas-marroquinas-analise=f694170
Em 2007, estavam registados nas listas eleitorais 15,5 milhões de potenciais votantes. Em 2011, estão registados 13,6 milhões, existindo cerca de 21 milhões de marroquinos em idade de votar, pelo que o número de registados deveria tendencialmente subir e não descer. A baixa deste valor absoluto, deve-se à tentativa das autoridades em amenizarem a crónica forte taxa de abstenção, a qual chegou a 63% em 2007, segundo os valores oficiais.
Nestas legislativas, o valor apresentado para a abstenção foi de 55%. Melhor, não se fala em abstenção, mas sim em taxa de participação, de 45%, ou seja, 6,1 milhões de marroquinos. Desta taxa de participação, foram contabilizados 1,6 milhões de votos nulos e em branco. Ou seja, 26% de votantes que se deram ao trabalho de se deslocarem às urnas para depositarem o seu voto de protesto, de rejeição de todos os partidos políticos, de todo um sistema, os quais representam 11,7% dos 13,6 milhões registados. Em rigor, apenas 33,3% de marroquinos decidiram o futuro dos próximos 5 anos, calculos sempre baseados nos número oficiais apresentados.
Quanto aos vencedores, há sobretudo a assinalar que representam/acompanham/marcam a mudança do paradigma que se vive pós-"Primavera Árabe", já que são o surgir de uma nova élite, a qual não foi formada no estrangeiro, não trabalhou em grandes multinacionais, nem tem graus de parentesco entre si. Neste sentido, foram legitimados pelo voto popular, o que também faz desta eleição talvez a mais limpa e transparente da História do Marrocos, dada também a presença de cerca de 4 mil observadores, de 12 instâncias marroquinas e 4 estrangeiras.
Nesse sentido, falhei completamente a previsão do texto anterior sobre as mesmas, quando alvitrei que se arranjaria uma maningância constitucional para evitar um Abdelillah Benkirane Chefe do Governo. Chegou mesmo a especular-se que o Artigo 47º da Constituição nada especifica sobre se deve ser o líder do partido mais votado o nomeado para chefiar o governo, abrindo assim a porta a outras possibilidades no seio do partido vencedor.
Mohamed VI foi escrupuloso e nomeou Benkirane Chefe do Governo, conferindo também desta forma a transparência já mencionada anteriormente. Uma semana depois reforçou o gabinete real com o anúncio da nomeação de mais 2 Conselheiros Reais, desta feita Yasser Zenagui, o ainda Ministro do Turismo e do Artesanato e, Fouad Ali El Himma, "O" amigo do Rei e seu confidente dos tempos do Colégio Real, ex-Ministro Delegado do Interior entre 2002/07, fundador do Mouvement Pour Tous Les Démocrates em 2007, o qual em Agosto de 2008 se torna no Parti Authenticité et Modernité(um dos grandes derrotados destas legislativas), tendo como objectivo principal contrabalançar a influência e popularidade dos islamistas do PJD.
Com esta passagem de El Himma de oficioso a oficial, terá um gosto especial seguir a gestão que o Palácio fará do Governo, bem como a gestão que o soberano fará das rivalidades entre os seus conselheiros, sobretudo entre El Himma e Mohammed Mounir Majidi, o gestor da fortuna real e também colega de carteira no Colégio Real.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/legislativas-marroquinas-analise=f694170
11.12.11
Mugabe quer manter-se no poder em 2012
Zimbabwean President Robert Mugabe has said it would be an act of cowardice for him to retire ahead of elections expected to be held next year.
Closing his party's annual conference, Mr Mugabe, 87, condemned the current power-sharing government as a "monster" which should be buried.
Resolutions were passed endorsing Mr Mugabe as candidate, in spite of reports he is suffering ill-health.
Correspondents say despite party divisions, public dissent is rare.
President Mugabe's Zanu-PF party formed a coalition in 2009 with the MDC party of Morgan Tsvangirai, now prime minister, following disputed elections.
The agreement has brought greater stability to Zimbabwe but correspondents say many people believe elections could bring further turmoil.
Elections do not have to happen until 2013, but analysts say Mr Mugabe's supporters want them earlier for fear that the elderly president may not cope with the pressure of campaigning.
'Such a mess'
"Luckily, God has given me this longer life than others to be with you and I will not let you down," Mr Mugabe told thousands of delegates in Bulawayo, the country's second city.
"I can't leave you in such a mess. It would be completely wrong and a loss of confidence in myself. When the party is moving ahead, then I'll say it is in your own hands."
Mr Mugabe has governed Zimbabwe since independence from Britain in 1980 and has at times resorted to ruthless measures to stay in power.
He suffered his first electoral defeat in a 2000 referendum and his supporters immediately unleashed a campaign of violence against the MDC.
Mr Mugabe's critics say a combination of violence and fraud secured subsequent election victories.
He says Western countries, led by the UK, are trying to oust him because of his policy of seizing white-owned land.
BBC
Closing his party's annual conference, Mr Mugabe, 87, condemned the current power-sharing government as a "monster" which should be buried.
Resolutions were passed endorsing Mr Mugabe as candidate, in spite of reports he is suffering ill-health.
Correspondents say despite party divisions, public dissent is rare.
President Mugabe's Zanu-PF party formed a coalition in 2009 with the MDC party of Morgan Tsvangirai, now prime minister, following disputed elections.
The agreement has brought greater stability to Zimbabwe but correspondents say many people believe elections could bring further turmoil.
Elections do not have to happen until 2013, but analysts say Mr Mugabe's supporters want them earlier for fear that the elderly president may not cope with the pressure of campaigning.
'Such a mess'
"Luckily, God has given me this longer life than others to be with you and I will not let you down," Mr Mugabe told thousands of delegates in Bulawayo, the country's second city.
"I can't leave you in such a mess. It would be completely wrong and a loss of confidence in myself. When the party is moving ahead, then I'll say it is in your own hands."
Mr Mugabe has governed Zimbabwe since independence from Britain in 1980 and has at times resorted to ruthless measures to stay in power.
He suffered his first electoral defeat in a 2000 referendum and his supporters immediately unleashed a campaign of violence against the MDC.
Mr Mugabe's critics say a combination of violence and fraud secured subsequent election victories.
He says Western countries, led by the UK, are trying to oust him because of his policy of seizing white-owned land.
BBC
9.12.11
Retrospectativa da África em 2011
Este período histórico em que nasceu o Sudão do Sul e em que três países árabes do Norte de África perderam os seus dirigentes de longa data merece bem uma reflexão, numa revista que tão apropriadamente se debruça sobre os problemas do além-mar, sobre as situações existentes fora da Europa. A fome imensa que atormenta as populações de uma série de Estados e as convulsões que se registam noutros dominaram a actualidade africana ao longo do ano que ora se aproxima do fim; mais um ano em que o continente ainda não conseguiu ultrapassar aquele atraso de desenvolvimento que desde há muitas décadas nele verificamos. Quer seja pelas sequelas da colonização a que há um século se encontrava sujeito, por parte dos europeus, quer seja por outros e múltiplos factores que não é fácil analisar no simples espaço de duas ou três páginas de uma qualquer publicação.
Digamos apenas que se colocou talvez demasiada esperança no alastrar a outras terras da dita Primavera Árabe que principiou nas ruas tunisinas e egípcias; para depois falarmos quase que esquematicamente de uma dúzia de casos ocorridos ao longo de 2011, a mero título exemplificativo; uma vez que por cada situação abordada há sempre cinco ou seis que ficam por mencionar. Temos bem a consciência das nossas limitações, quando desejamos passar em revista um determinado período da História.
Gostaríamos de acreditar que a África é o continente do século XXI e que os factores de optimismo existem; mas por vezes é difícil. Dizem-nos que os conflitos armados estão a diminuir e que os africanos tomam o destino nas suas próprias mãos, mas isso é muitas vezes mais a linguagem de políticos bem intencionados do que a percepção geral da maioria das pessoas.
Na prática, há velhas cobiças que renascem; e outras que aparecem, do Leste e do Ocidente, em relação à África, mãe da Humanidade, que nela nasceu há cerca de 200.000 anos. África que em 2050 contará com mais de um quinto da população mundial em idade de trabalhar.
Da Tunísia ao Egipto
Depois de afastado no mês de Janeiro o Presidente tunisino Ben Ali, realizaram-se em Outubro as eleições para uma Assembleia Constituinte, ganhas pelo partido islamista Ennadha. Um dos prémios Sakharov deste ano foi atribuído pelo Parlamento Europeu, a título póstumo, a Mohamed Bouazizi, que se imolou pelo fogo no dia 17 de Dezembro de 2010 em Sidi Bouzid, e morreu duas semanas mais tarde, num gesto que desencadeou o vasto movimento popular que levou à queda do ditador que sucedera a Habib Burguiba e à sua fuga para a Arábia Saudita.
Entretanto, a forma trágica como morreu em Outubro o coronel Muammar Khadafi e como o seu cadáver foi exibido manchou o que poderia ter sido a alvorada de um novo tempo, com muitas promessas de democratização. Depois, a notícia de que a Líbiase iria reger pela sharia, "a lei islâmica ideal", também não ajudou muito quem estava à espera de um Estado que seguisse padrões culturais mais próximos dos europeus, mais de acordo com os valores dominantes na França e no Reino Unido. Mas só o ano de 2012 é que irá dizer como é que se irá desenvolver o novo sistema político, que tão desejado foi pelos países da NATO, sem os quais nunca teria havido mudança de regime.
O que se teme é que, com dirigentes mais dóceis, empresas das Américas, da Europa e da Ásia possam procurar tirar maior proveito das enormes reservas petrolíferas líbias, que são as maiores de todo o continente africano. Isto num país sem coesão étnica, pois que se a norte tem árabes e berberes arabizados, com bolsas exclusivamente berberes, a sul tem tébus nómadas e semi-nómadas e a ocidente tuaregues. Um país que é constituído por três territórios bem distintos: a Tripolitânia, a Cirenaica e Fezzan.
Quanto ao Egipto, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que substituiu o Presidente Hosni Mubarak, não tem conseguido impedir alguns actos de violência que são cometidos por agentes policiais, de modo que a esperança numa existência mais decente continua adiada.
Na África Ocidental
Depois de alguns meses de grande impasse, o Presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, conseguiu tomar posse, enquanto o seu antecessor, Laurent Gbagbo era, detido, ficando a aguardar julgamento. Ouattara é um economista liberal, antigo quadro superior do FMI, e conta com toda a simpatia do Presidente francês Nicolas Sarkozy, enquanto Gbagbo é um historiador socialista bem visto em círculos evangélicos norte-americanos. Estes últimos temem sobretudo o facto de Ouattara ser proveniente de uma família muçulmana, radicada desde há muito na zona de fronteira da Costa do Marfim com o Burkina Faso.
Por outro lado, em Julho, alguns militares da República da Guiné atacaram em Conacri a residência particular do Presidente Alpha Condé, que fora eleito em Novembro de 2010, depois de décadas à frente da oposição. Foram detidas 38 pessoas, na sequência desse atentado contra um político escolhido de forma livre e credível, mas que é diabético e tem dificuldade em andar sem assistência.
Condé está a tentar retirar o país de um ciclo brutal de violência e de submissão aos interesses do narcotráfico internacional, bem patentes tanto no seu território como no da vizinha Guiné-Bissau, que continua a ser um dos países menos desenvolvidos do mundo, sempre no temor de novos derramamentos de sangue.
África Austral
Herdeiro do velho reino do Zimbabwe e do Monomotapa, que do século XI ao XVII ia do curso médio do Zambeze até à sua foz, entre as actuais cidades de Quelimane e Beira, o país que existe desde 1980 no território que chegou a chamar-se Rodésia continua a ser dirigido desde essa altura por Robert Gabriel Mugabe, que em vez de Presidente da República mais se comporta como um antigo tirano. O cobre, o carvão, o ouro, o manganés e as pedras preciosas permitem perpetuar-se no poder, apesar de ter perdido as eleições de 2008, de cujos resultados fez tábua rasa, manietando o verdadeiro vencedor, Morgan Tsvangirai, com um lugar de primeiro-ministro com um espaço de manobra cada vez mais reduzido.
A clarificação do que se está a passar em solo zimbabweano deveria ser um dos nossos desejos para o próximo Natal, para que não se arrastem por mais tempo sistemas como os do Zimbabwe, da Guiné Equatorial ou da Eritreia, que são tudo menos democráticos.
Enquanto isso, imediatamente a norte, e quase sem o mundo dar por isso, Michael Chilufya Sata, da Frente Patriótica, passou a ser no dia 23 de Setembro Presidente da República da Zâmbia, tendo como vice-presidente Guy Scott, na sequência de eleições que lhe deram um mandato de cinco anos, com 43,3 por cento dos votos expressos, face aos 36,2 por cento do seu antecessor, Rupiah Banda. Este último só esteve três anos no poder, mas aceitou muito bem a derrota nas urnas, ao contrário do que acontecera na Costa do Marfim com Laurent Gbagbo. Sata destacara-se por ter denunciado a forma agressiva como a China está a entrar na África e a falta de respeito pelos trabalhadores em muitas das empresas chinesas instaladas no continente africano.
Do Sudão ao Quénia
A forma suave como o Sudão do Sul, em grande parte cristão, se conseguiu separar de Cartum foi um bom augúrio para os que acreditam na inevitabilidade de novas fronteiras africanas, mais adequadas a um continente cuja superfície é bem superior ao conjunto dos Estados Unidos, da Europa Ocidental, da China e da Índia. No fim de Junho, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou a Força de Segurança Interina para a região fronteiriça desmilitarizada de Abyei, de modo a garantir a segurança nessas terras ricas em petróleo que existem entre os dois Sudões. A UNISFA foi dotada de cerca de 4.000 militares e de 50 polícias.
O Presidente Omar al-Bashir, procurado em vão pelo Tribunal Penal Internacional, foi em visita oficial à China, assinar um acordo de cooperação económica e tecnológica, bem como contrair dois empréstimos e estabelecer uma parceria para a exploração petrolífera (sempre ela, a pairar sobre o quotidiano de povos que sofrem fome e epidemias).
No mês de Julho, a FAO, a União Africana, o Programa Alimentar Mundial e outras instituições procuraram soluções para a crise alimentar desencadeada pela seca, os conflitos armados e outros males que afectam a Etiópia, o Quénia, a Somália, os territórios sudaneses e o Uganda. Dezenas de milhares de pessoas têm vindo a morrer e pelo menos 12 milhões encontram-se em situação de grande vulnerabilidade.
Já em finais de Outubro, do outro lado da África, a parte ocidental, soube-se que um milhão de pessoas estão em risco de fome no Níger e 700.000 na Mauritânia, países situados na área do Sahel, imediatamente a sul do Sara; e que entre si têm o Mali, que também não estará isento das sequências trágicas de uma seca prolongada.
A insegurança alimentar, se bem que disseminada, encontra-se particularmente em níveis de extrema urgência nas terras do Corno de África, tendo a fome sido declarada no Sul da Somália, um país que há mais de 20 anos não sabe o que é uma administração centralizada, antes constituindo uma autêntica manta de retalhos, formada por uma série de poderes. Um quarto dos 7,5 milhões de somalis são pessoas deslocadas, 50 por cento do gado chega a morrer e os preços dos cereais básicos atingem níveis recorde, o que leva a situações de catástrofe, nas proximidades de Mogadíscio, uma capital que só o é no papel.
O acesso das instituições humanitárias é muito limitado em cerca de metade do território nacional, devido à existência de milícias fundamentalistas. Como a Al Haraka al Shababaab, contra a qual o Exército do Quénia se aventurou na segunda quinzena de Outubro, na primeira campanha que desde há 44 anos efectua além-fronteiras. É sabido que a partir de Nairobi, capital queniana, os Estados Unidos e o Reino Unido dirigem grandes operações regionais de combate ao terrorismo.
Washington decidiu neste último trimestre do ano enviar para o interior da África alguns conselheiros militares, de modo a ajudarem o Uganda e outros países nas suas imediações a neutralizarem de uma vez por todas esse horroroso flagelo que é o dito Exército de Resistência do Senhor (LRS), de Joseph Konny, figura sinistra procurada pelo Tribunal Penal Internacional. Ao longo de um quarto de século, Kony tem vindo a aterrorizar populações não só do seu próprio território como, também, do Sudão do Sul e do Nordeste da República Democrática do Congo.
Revista Além-Mar n.609 Dezembro 2011
Digamos apenas que se colocou talvez demasiada esperança no alastrar a outras terras da dita Primavera Árabe que principiou nas ruas tunisinas e egípcias; para depois falarmos quase que esquematicamente de uma dúzia de casos ocorridos ao longo de 2011, a mero título exemplificativo; uma vez que por cada situação abordada há sempre cinco ou seis que ficam por mencionar. Temos bem a consciência das nossas limitações, quando desejamos passar em revista um determinado período da História.
Gostaríamos de acreditar que a África é o continente do século XXI e que os factores de optimismo existem; mas por vezes é difícil. Dizem-nos que os conflitos armados estão a diminuir e que os africanos tomam o destino nas suas próprias mãos, mas isso é muitas vezes mais a linguagem de políticos bem intencionados do que a percepção geral da maioria das pessoas.
Na prática, há velhas cobiças que renascem; e outras que aparecem, do Leste e do Ocidente, em relação à África, mãe da Humanidade, que nela nasceu há cerca de 200.000 anos. África que em 2050 contará com mais de um quinto da população mundial em idade de trabalhar.
Da Tunísia ao Egipto
Depois de afastado no mês de Janeiro o Presidente tunisino Ben Ali, realizaram-se em Outubro as eleições para uma Assembleia Constituinte, ganhas pelo partido islamista Ennadha. Um dos prémios Sakharov deste ano foi atribuído pelo Parlamento Europeu, a título póstumo, a Mohamed Bouazizi, que se imolou pelo fogo no dia 17 de Dezembro de 2010 em Sidi Bouzid, e morreu duas semanas mais tarde, num gesto que desencadeou o vasto movimento popular que levou à queda do ditador que sucedera a Habib Burguiba e à sua fuga para a Arábia Saudita.
Entretanto, a forma trágica como morreu em Outubro o coronel Muammar Khadafi e como o seu cadáver foi exibido manchou o que poderia ter sido a alvorada de um novo tempo, com muitas promessas de democratização. Depois, a notícia de que a Líbiase iria reger pela sharia, "a lei islâmica ideal", também não ajudou muito quem estava à espera de um Estado que seguisse padrões culturais mais próximos dos europeus, mais de acordo com os valores dominantes na França e no Reino Unido. Mas só o ano de 2012 é que irá dizer como é que se irá desenvolver o novo sistema político, que tão desejado foi pelos países da NATO, sem os quais nunca teria havido mudança de regime.
O que se teme é que, com dirigentes mais dóceis, empresas das Américas, da Europa e da Ásia possam procurar tirar maior proveito das enormes reservas petrolíferas líbias, que são as maiores de todo o continente africano. Isto num país sem coesão étnica, pois que se a norte tem árabes e berberes arabizados, com bolsas exclusivamente berberes, a sul tem tébus nómadas e semi-nómadas e a ocidente tuaregues. Um país que é constituído por três territórios bem distintos: a Tripolitânia, a Cirenaica e Fezzan.
Quanto ao Egipto, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que substituiu o Presidente Hosni Mubarak, não tem conseguido impedir alguns actos de violência que são cometidos por agentes policiais, de modo que a esperança numa existência mais decente continua adiada.
Na África Ocidental
Depois de alguns meses de grande impasse, o Presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, conseguiu tomar posse, enquanto o seu antecessor, Laurent Gbagbo era, detido, ficando a aguardar julgamento. Ouattara é um economista liberal, antigo quadro superior do FMI, e conta com toda a simpatia do Presidente francês Nicolas Sarkozy, enquanto Gbagbo é um historiador socialista bem visto em círculos evangélicos norte-americanos. Estes últimos temem sobretudo o facto de Ouattara ser proveniente de uma família muçulmana, radicada desde há muito na zona de fronteira da Costa do Marfim com o Burkina Faso.
Por outro lado, em Julho, alguns militares da República da Guiné atacaram em Conacri a residência particular do Presidente Alpha Condé, que fora eleito em Novembro de 2010, depois de décadas à frente da oposição. Foram detidas 38 pessoas, na sequência desse atentado contra um político escolhido de forma livre e credível, mas que é diabético e tem dificuldade em andar sem assistência.
Condé está a tentar retirar o país de um ciclo brutal de violência e de submissão aos interesses do narcotráfico internacional, bem patentes tanto no seu território como no da vizinha Guiné-Bissau, que continua a ser um dos países menos desenvolvidos do mundo, sempre no temor de novos derramamentos de sangue.
África Austral
Herdeiro do velho reino do Zimbabwe e do Monomotapa, que do século XI ao XVII ia do curso médio do Zambeze até à sua foz, entre as actuais cidades de Quelimane e Beira, o país que existe desde 1980 no território que chegou a chamar-se Rodésia continua a ser dirigido desde essa altura por Robert Gabriel Mugabe, que em vez de Presidente da República mais se comporta como um antigo tirano. O cobre, o carvão, o ouro, o manganés e as pedras preciosas permitem perpetuar-se no poder, apesar de ter perdido as eleições de 2008, de cujos resultados fez tábua rasa, manietando o verdadeiro vencedor, Morgan Tsvangirai, com um lugar de primeiro-ministro com um espaço de manobra cada vez mais reduzido.
A clarificação do que se está a passar em solo zimbabweano deveria ser um dos nossos desejos para o próximo Natal, para que não se arrastem por mais tempo sistemas como os do Zimbabwe, da Guiné Equatorial ou da Eritreia, que são tudo menos democráticos.
Enquanto isso, imediatamente a norte, e quase sem o mundo dar por isso, Michael Chilufya Sata, da Frente Patriótica, passou a ser no dia 23 de Setembro Presidente da República da Zâmbia, tendo como vice-presidente Guy Scott, na sequência de eleições que lhe deram um mandato de cinco anos, com 43,3 por cento dos votos expressos, face aos 36,2 por cento do seu antecessor, Rupiah Banda. Este último só esteve três anos no poder, mas aceitou muito bem a derrota nas urnas, ao contrário do que acontecera na Costa do Marfim com Laurent Gbagbo. Sata destacara-se por ter denunciado a forma agressiva como a China está a entrar na África e a falta de respeito pelos trabalhadores em muitas das empresas chinesas instaladas no continente africano.
Do Sudão ao Quénia
A forma suave como o Sudão do Sul, em grande parte cristão, se conseguiu separar de Cartum foi um bom augúrio para os que acreditam na inevitabilidade de novas fronteiras africanas, mais adequadas a um continente cuja superfície é bem superior ao conjunto dos Estados Unidos, da Europa Ocidental, da China e da Índia. No fim de Junho, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou a Força de Segurança Interina para a região fronteiriça desmilitarizada de Abyei, de modo a garantir a segurança nessas terras ricas em petróleo que existem entre os dois Sudões. A UNISFA foi dotada de cerca de 4.000 militares e de 50 polícias.
O Presidente Omar al-Bashir, procurado em vão pelo Tribunal Penal Internacional, foi em visita oficial à China, assinar um acordo de cooperação económica e tecnológica, bem como contrair dois empréstimos e estabelecer uma parceria para a exploração petrolífera (sempre ela, a pairar sobre o quotidiano de povos que sofrem fome e epidemias).
No mês de Julho, a FAO, a União Africana, o Programa Alimentar Mundial e outras instituições procuraram soluções para a crise alimentar desencadeada pela seca, os conflitos armados e outros males que afectam a Etiópia, o Quénia, a Somália, os territórios sudaneses e o Uganda. Dezenas de milhares de pessoas têm vindo a morrer e pelo menos 12 milhões encontram-se em situação de grande vulnerabilidade.
Já em finais de Outubro, do outro lado da África, a parte ocidental, soube-se que um milhão de pessoas estão em risco de fome no Níger e 700.000 na Mauritânia, países situados na área do Sahel, imediatamente a sul do Sara; e que entre si têm o Mali, que também não estará isento das sequências trágicas de uma seca prolongada.
A insegurança alimentar, se bem que disseminada, encontra-se particularmente em níveis de extrema urgência nas terras do Corno de África, tendo a fome sido declarada no Sul da Somália, um país que há mais de 20 anos não sabe o que é uma administração centralizada, antes constituindo uma autêntica manta de retalhos, formada por uma série de poderes. Um quarto dos 7,5 milhões de somalis são pessoas deslocadas, 50 por cento do gado chega a morrer e os preços dos cereais básicos atingem níveis recorde, o que leva a situações de catástrofe, nas proximidades de Mogadíscio, uma capital que só o é no papel.
O acesso das instituições humanitárias é muito limitado em cerca de metade do território nacional, devido à existência de milícias fundamentalistas. Como a Al Haraka al Shababaab, contra a qual o Exército do Quénia se aventurou na segunda quinzena de Outubro, na primeira campanha que desde há 44 anos efectua além-fronteiras. É sabido que a partir de Nairobi, capital queniana, os Estados Unidos e o Reino Unido dirigem grandes operações regionais de combate ao terrorismo.
Washington decidiu neste último trimestre do ano enviar para o interior da África alguns conselheiros militares, de modo a ajudarem o Uganda e outros países nas suas imediações a neutralizarem de uma vez por todas esse horroroso flagelo que é o dito Exército de Resistência do Senhor (LRS), de Joseph Konny, figura sinistra procurada pelo Tribunal Penal Internacional. Ao longo de um quarto de século, Kony tem vindo a aterrorizar populações não só do seu próprio território como, também, do Sudão do Sul e do Nordeste da República Democrática do Congo.
Revista Além-Mar n.609 Dezembro 2011
6.12.11
Nós, os árabes
Alfama, Alcântara e Alvalade anseiam pelo triunfo da Primavera Árabe que há 10 meses começou a florir em Tunes e no Cairo.
Álamo, Alandroal, Albardo, Albarraque, Albergaria-a-Velha, Albergaria das Cabras, Albergaria dos Fusos, Albergaria dos Doze, Alberge, Albernoa, Albreiro, Albufeira, Albrunheira, Alburitel, Alcabideche, Alcácel do Sal, Alcáçovas, Alcafeche e Alcafozes também têm o coração a bater um uníssono com o dos marroquinos, tunisinos, líbios e egípcios.
Alcaide, Alcainão Grande, Alcaíns, Alcalva, Alcanede, Alcanena, Alcanhões, Alcantarilha, Alcaravela, Alcaria de Javazes, Alcaria do Coelho, Alcaria Queimada, Alcaria Ruiva, Alcarias Pedro Guerreiro, Alcarvas e Alcobaça sonham com um futuro risonho para o Maghreb.
Alcobertas, Alcochete, Alcoentre, Alcofra, Alcoitão, Alcongosta, Alcordal, Alcornicosa, Alcoroches, Alcôrrego, Alcorriol, Alcorvel, Alcountim, Aldão, Aldeios dos Marmelos, Aldreu, Aldriz, Alfaião e Alfaiates sonham com Damascos a florir, frutos novos de uma Síria mais justa.
Alfândega da Fé, Alfazina, Alfarela de Jales, Alfarelos, Alfarim, Alfarrobeira, Alfebre do Mato, Alfebrinho, Alfeicão, Alfeizerão, Alfena e Alferrarede torcem pela democratização do Iémen.
Alforgermel, Alfontes, Alfouvês, Alfrívida, Alfundão, Algale, Algares, Algariz, Algarvia (e todo o Algarve), Algeriz, Algeruz, Algoceira, Algodor, Algodres, Algosinho, Algoso e Algoz encontram-se na expectativa sobre para que lado irá pender o Bahrein.
Alguber, Algueirão, Alhandra, Alverca, Aljaraz, Aljezur, Aljubarrota, Aljustrel, Almaceda, Almacinha e Almada interrogam-se por que é que a Argélia ainda está tão calma, ali entalada entre os fervores islamizantes que se notam em Marrocos e na Tunísia.
Almada de Ouro, Almadena, Almagreira, Almalaguês, Almancil, Almargem, Almarjão, Almeida e outros recantos de Portugal reflectem sobre o que é que irá acontecer na Jordânia e em Omã. Jorge Heitor
Álamo, Alandroal, Albardo, Albarraque, Albergaria-a-Velha, Albergaria das Cabras, Albergaria dos Fusos, Albergaria dos Doze, Alberge, Albernoa, Albreiro, Albufeira, Albrunheira, Alburitel, Alcabideche, Alcácel do Sal, Alcáçovas, Alcafeche e Alcafozes também têm o coração a bater um uníssono com o dos marroquinos, tunisinos, líbios e egípcios.
Alcaide, Alcainão Grande, Alcaíns, Alcalva, Alcanede, Alcanena, Alcanhões, Alcantarilha, Alcaravela, Alcaria de Javazes, Alcaria do Coelho, Alcaria Queimada, Alcaria Ruiva, Alcarias Pedro Guerreiro, Alcarvas e Alcobaça sonham com um futuro risonho para o Maghreb.
Alcobertas, Alcochete, Alcoentre, Alcofra, Alcoitão, Alcongosta, Alcordal, Alcornicosa, Alcoroches, Alcôrrego, Alcorriol, Alcorvel, Alcountim, Aldão, Aldeios dos Marmelos, Aldreu, Aldriz, Alfaião e Alfaiates sonham com Damascos a florir, frutos novos de uma Síria mais justa.
Alfândega da Fé, Alfazina, Alfarela de Jales, Alfarelos, Alfarim, Alfarrobeira, Alfebre do Mato, Alfebrinho, Alfeicão, Alfeizerão, Alfena e Alferrarede torcem pela democratização do Iémen.
Alforgermel, Alfontes, Alfouvês, Alfrívida, Alfundão, Algale, Algares, Algariz, Algarvia (e todo o Algarve), Algeriz, Algeruz, Algoceira, Algodor, Algodres, Algosinho, Algoso e Algoz encontram-se na expectativa sobre para que lado irá pender o Bahrein.
Alguber, Algueirão, Alhandra, Alverca, Aljaraz, Aljezur, Aljubarrota, Aljustrel, Almaceda, Almacinha e Almada interrogam-se por que é que a Argélia ainda está tão calma, ali entalada entre os fervores islamizantes que se notam em Marrocos e na Tunísia.
Almada de Ouro, Almadena, Almagreira, Almalaguês, Almancil, Almargem, Almarjão, Almeida e outros recantos de Portugal reflectem sobre o que é que irá acontecer na Jordânia e em Omã. Jorge Heitor
5.12.11
Aviso de tempestade para África
Economic gloom in Europe and North America will slow African growth next year and may spark more challenges to incumbent regimes
For many African countries, the West’s economic travails will translate into spiralling food and fuel prices, higher unemployment and less state spending on education and health. The rumbling Eurozone crisis and the United States’ debt-burdened economy will not necessarily divert Africa from its more positive growth path but may slow its rate of progress, given its direct and indirect (via China) dependence on trade with the industrialised West (see Chart).
The West’s slowdown has pulled back growth in China and India – and with it demand for African exports. That could prove a dangerous combination for some authoritarian regimes, already shakier as North Africa’s revolutions resonate across the continent. With over 30 parliamentary and presidential elections due in 2012, savvier opposition parties will hope to capitalise on tougher social and economic conditions. Inflation and interest rates are spiralling across East Africa: inflation hit 33% in Uganda and 17% in Kenya in September.
AFRICA CONFIDENTIAL
For many African countries, the West’s economic travails will translate into spiralling food and fuel prices, higher unemployment and less state spending on education and health. The rumbling Eurozone crisis and the United States’ debt-burdened economy will not necessarily divert Africa from its more positive growth path but may slow its rate of progress, given its direct and indirect (via China) dependence on trade with the industrialised West (see Chart).
The West’s slowdown has pulled back growth in China and India – and with it demand for African exports. That could prove a dangerous combination for some authoritarian regimes, already shakier as North Africa’s revolutions resonate across the continent. With over 30 parliamentary and presidential elections due in 2012, savvier opposition parties will hope to capitalise on tougher social and economic conditions. Inflation and interest rates are spiralling across East Africa: inflation hit 33% in Uganda and 17% in Kenya in September.
AFRICA CONFIDENTIAL
2.12.11
Raúl M. Braga Pires, em Rabat
(www.expresso.pt)
Segunda feira, 28 de novembro de 2011
A ida às urnas é tão importante quanto o acampamento em Tahrir
Foi há precisamente 1 ano, a 28 de Novembro que decorreram as últimas eleições legislativas no Egito, às quais concorreram o Partido Nacional Democrata (PND) de Hosni Mubarak e de seu filho Gamal, o qual era o Secretário-Geral do Comité Político.
Os acontecimentos da última semana e meia no Egito, comprovam que o que se tem passado neste país desde janeiro, em nada corresponde a uma "Primavera Árabe", mas sim à tentativa de um golpe de Estado militar. Nem tão pouco se tratou de um levantamento popular expontâneo, já que o Movimento 6 de Abril tem vindo a receber formação do Movimento Estudantil Otpor (Resistência) da Sérvia, há cerca de 3 anos. O Otpor foi em parte um grande responsável pela queda de Slobodan Milosevic, tendo sido também financiado por George Soros.
Quanto aos militares, há muito que se digladiavam com Mubarak e seu filho, a propósito da eleição do próximo Presidente, prevista para setembro de 2011. Em finais de agosto, aparecem cartazes no Cairo e em Alexandria com a cara de Gamal Mubarak e as seguintes mensagens: "Gamal Mubarak, o sonho dos pobres", "Gamal Mubarak, o país espera por ti" e "Gamal Mubarak, a esperança de uma geração". Em resposta, no início de setembro, aparecem outros cartazes, mas desta vez apresentavam a cara de Omar Suleiman com óculos escuros e a fazer continência. O chefe dos Serviços Secretos egípcios apresentava-se assim ao país sob o mote "Omar Suleiman, a verdadeira alternativa como Presidente da República", isto numa quinta-feira, enquanto acompanhava o Presidente Mubarak e o seu filho, em Washington, para o reatar das negociações entre israelitas e palestinianos.
Há um ano, o PND "limpou" completamente o Parlamento egípcio, elegendo 420 deputados em 508 possiveis, garantindo-lhe uma maioria de 3/4 necessária para a eleição do seu candidato presidencial, já que este é eleito pela Assembleia do Povo Egípcio e não directamente pela população. Para ser ainda mais claro quanto à dimensão desta monumental chapelada eleitoral, a qual não teve direito a observadores internacionais, nem se quer a controlo pelos magistrados locais, a Irmandade Muçulmana perdeu os seus 88 deputados eleitos como independentes em 2005, desistindo na 2.ª volta em sinal de protesto pois só conseguira eleger um único deputado na 1.ª volta e, o segundo partido mais votado, o New Wafd (Nova Delegação), conseguiu eleger 6 deputados!
Para os militares, o futuro Presidente nunca poderia ser um ultra-liberal como Gamal Mubarak, o qual certamente teria um largo projecto de privatizações, o que colidiria com os esquemas económicos dos generais, para além de se tratar de um civil que nem se quer terminara o serviço militar obrigatório. Por outro lado, Omar Suleiman, o qual chegou a ser Vice-Presidente de Mubarak durante 13 dias, já este ano, geria o dossiê "Processo de Paz israelo-palestiniano" há mais de 10 anos, sendo o seu nome também consensual entre israelitas, o que oferecia garantias de estabilidade para o país e toda a região.
Todos os dados apontavam para um 2011 agitado no Egito, tendo a auto-imolação de Mohamed Bouazizi em Sidi Bouzid e a queda de Ben Ali na Tunísia, servido de catalizador dos acontecimentos, não apanhando, no entanto, ninguém desprevenido.
A importância das eleições de hoje, 28-11, parecem-me serem até mais cruciais para o futuro do mundo árabo-muçulmano, do que para o próprio Egito, embora também o sejam para estes, naturalmente. O exemplo de resistência a esta tentativa de golpe militar, simbolizado pelos acampamentos em Tahrir, são cada vez mais inspiradores para todos. O Movimento 6 de Abril tem seguido o roteiro traçado durante os contactos que teve com o Otpor, sendo que a base deste é a resistência pacífica, a não violência e a desobediência civil, ensinamentos do académico americano Gene Sharp. Por outro lado, é fundamental que as eleições sejam transparentes como o foram na Tunísia, já que o alcance deste exemplo no mundo árabo-muçulmano será tremendo, inspirando a rua a exercer mais pressão sobre o Poder e obrigando este a perceber que governar é negociar e que a democracia é conflito.
Os egipcios já o perceberam, tendo vivido na semana passada um déjà vu enquanto escutavam o discurso do Marechal Tantawi à nação. Foi consensual o paralelo estabelecido com o discurso de Mubarak em janeiro, o que lhes assegura que estão no bom caminho e que enquanto mantiverem as tendas montadas, o Conselho Militar vai ter que continuar a ceder. Mas também é preciso votar.
Segunda feira, 28 de novembro de 2011
A ida às urnas é tão importante quanto o acampamento em Tahrir
Foi há precisamente 1 ano, a 28 de Novembro que decorreram as últimas eleições legislativas no Egito, às quais concorreram o Partido Nacional Democrata (PND) de Hosni Mubarak e de seu filho Gamal, o qual era o Secretário-Geral do Comité Político.
Os acontecimentos da última semana e meia no Egito, comprovam que o que se tem passado neste país desde janeiro, em nada corresponde a uma "Primavera Árabe", mas sim à tentativa de um golpe de Estado militar. Nem tão pouco se tratou de um levantamento popular expontâneo, já que o Movimento 6 de Abril tem vindo a receber formação do Movimento Estudantil Otpor (Resistência) da Sérvia, há cerca de 3 anos. O Otpor foi em parte um grande responsável pela queda de Slobodan Milosevic, tendo sido também financiado por George Soros.
Quanto aos militares, há muito que se digladiavam com Mubarak e seu filho, a propósito da eleição do próximo Presidente, prevista para setembro de 2011. Em finais de agosto, aparecem cartazes no Cairo e em Alexandria com a cara de Gamal Mubarak e as seguintes mensagens: "Gamal Mubarak, o sonho dos pobres", "Gamal Mubarak, o país espera por ti" e "Gamal Mubarak, a esperança de uma geração". Em resposta, no início de setembro, aparecem outros cartazes, mas desta vez apresentavam a cara de Omar Suleiman com óculos escuros e a fazer continência. O chefe dos Serviços Secretos egípcios apresentava-se assim ao país sob o mote "Omar Suleiman, a verdadeira alternativa como Presidente da República", isto numa quinta-feira, enquanto acompanhava o Presidente Mubarak e o seu filho, em Washington, para o reatar das negociações entre israelitas e palestinianos.
Há um ano, o PND "limpou" completamente o Parlamento egípcio, elegendo 420 deputados em 508 possiveis, garantindo-lhe uma maioria de 3/4 necessária para a eleição do seu candidato presidencial, já que este é eleito pela Assembleia do Povo Egípcio e não directamente pela população. Para ser ainda mais claro quanto à dimensão desta monumental chapelada eleitoral, a qual não teve direito a observadores internacionais, nem se quer a controlo pelos magistrados locais, a Irmandade Muçulmana perdeu os seus 88 deputados eleitos como independentes em 2005, desistindo na 2.ª volta em sinal de protesto pois só conseguira eleger um único deputado na 1.ª volta e, o segundo partido mais votado, o New Wafd (Nova Delegação), conseguiu eleger 6 deputados!
Para os militares, o futuro Presidente nunca poderia ser um ultra-liberal como Gamal Mubarak, o qual certamente teria um largo projecto de privatizações, o que colidiria com os esquemas económicos dos generais, para além de se tratar de um civil que nem se quer terminara o serviço militar obrigatório. Por outro lado, Omar Suleiman, o qual chegou a ser Vice-Presidente de Mubarak durante 13 dias, já este ano, geria o dossiê "Processo de Paz israelo-palestiniano" há mais de 10 anos, sendo o seu nome também consensual entre israelitas, o que oferecia garantias de estabilidade para o país e toda a região.
Todos os dados apontavam para um 2011 agitado no Egito, tendo a auto-imolação de Mohamed Bouazizi em Sidi Bouzid e a queda de Ben Ali na Tunísia, servido de catalizador dos acontecimentos, não apanhando, no entanto, ninguém desprevenido.
A importância das eleições de hoje, 28-11, parecem-me serem até mais cruciais para o futuro do mundo árabo-muçulmano, do que para o próprio Egito, embora também o sejam para estes, naturalmente. O exemplo de resistência a esta tentativa de golpe militar, simbolizado pelos acampamentos em Tahrir, são cada vez mais inspiradores para todos. O Movimento 6 de Abril tem seguido o roteiro traçado durante os contactos que teve com o Otpor, sendo que a base deste é a resistência pacífica, a não violência e a desobediência civil, ensinamentos do académico americano Gene Sharp. Por outro lado, é fundamental que as eleições sejam transparentes como o foram na Tunísia, já que o alcance deste exemplo no mundo árabo-muçulmano será tremendo, inspirando a rua a exercer mais pressão sobre o Poder e obrigando este a perceber que governar é negociar e que a democracia é conflito.
Os egipcios já o perceberam, tendo vivido na semana passada um déjà vu enquanto escutavam o discurso do Marechal Tantawi à nação. Foi consensual o paralelo estabelecido com o discurso de Mubarak em janeiro, o que lhes assegura que estão no bom caminho e que enquanto mantiverem as tendas montadas, o Conselho Militar vai ter que continuar a ceder. Mas também é preciso votar.
30.11.11
Ex-sindicalista é dos homens mais ricos da África
Former union activist, lawyer and politician Cyril Ramaphosa created the Shanduka Group in 2000 as an African black owned investment holding group, and is now one of South Africa's leading businessmen. Shanduka's investments include stakes in mining company Assore, trading company Bidvest, Standard Bank, and a joint venture with CocaCola called CocaCola Shanduka, plus holdings in real estate, insurance and telecom. Ramaphosa owns slightly more than 30% of the privately held group through a family trust. He first came to prominence in the 1980s as founder and promoter of the National Union of Mineworkers, created to improve the rights of black African workers. In 1991, at age 39, he was elected secretary general of the African National Congress and was the main negotiator with the National Party during the transition to democracy. After less than three years in parliament Ramaphosa resigned in 1997, first joining New Africa Investments and then starting the Shanduka Group. His wife Tshepo is the sister of fellow South African tycoon Patrice Motsepe. Forbes
29.11.11
A corrupção em Moçambique
Mozambique is the most corrupt country in southern Africa, with 68% of people having paid a bribe in the past year, and 56% saying they think corruption is getting worse. These are the results of a survey carried out earlier this year for Transparency International and published 22 November. Police are most corrupt everywhere, but education and health in Mozambique are significantly more corrupt than in other countries, except the DRC.
Respondents were asked if they had paid bribes to various institutions. Of those who had contact with the police, 48% paid a bribe. For other institutions (only those who had contact with that institution), the portion who paid a bribe was: health 39%, education 35%, registry and permit services 35%, and customs 31%. Bribes were quite large, with 17% paying over $100 in bribes in the past year. The most common reason to pay a bribe was "to speed things up", 61%.
Across the region more than half of people paid bribes in the past year and 62% think corruption is worsening. Zimbabwe and Zambia are seen as the least corrupt countries, although even in Zambia, the least corrupt, 42% of people said they paid a bribe in the past year.
Mozambique has by far the highest trust in the media, with 22% saying they trusted the media most to fight corruption. (Zimbabwe and DRC had the lowest trust of media.) Mozambicans put most faith in the media, followed by government 20%, and international organisations and NGOs 17% each.
1,000 people were surveyed in Mozambique in April and May 2011 by local company TRS through Gallup International. The data were weighted by age, gender and region to nationally representative.
"Daily Lives and Corruption, Public Opinion in Mozambique" will be posted on my website: tinyurl.com/mozamb
"Daily Lives and Corruption, Public Opinion in Southern Africa" surveyed more than 6,000 people in the Democratic Republic of Congo (DRC), Malawi, Mozambique, South Africa, Zambia and Zimbabwe between 2010 and 2011. On the TI website:
http://www.transparency.org/content/download/64242/1028614
Respondents were asked if they had paid bribes to various institutions. Of those who had contact with the police, 48% paid a bribe. For other institutions (only those who had contact with that institution), the portion who paid a bribe was: health 39%, education 35%, registry and permit services 35%, and customs 31%. Bribes were quite large, with 17% paying over $100 in bribes in the past year. The most common reason to pay a bribe was "to speed things up", 61%.
Across the region more than half of people paid bribes in the past year and 62% think corruption is worsening. Zimbabwe and Zambia are seen as the least corrupt countries, although even in Zambia, the least corrupt, 42% of people said they paid a bribe in the past year.
Mozambique has by far the highest trust in the media, with 22% saying they trusted the media most to fight corruption. (Zimbabwe and DRC had the lowest trust of media.) Mozambicans put most faith in the media, followed by government 20%, and international organisations and NGOs 17% each.
1,000 people were surveyed in Mozambique in April and May 2011 by local company TRS through Gallup International. The data were weighted by age, gender and region to nationally representative.
"Daily Lives and Corruption, Public Opinion in Mozambique" will be posted on my website: tinyurl.com/mozamb
"Daily Lives and Corruption, Public Opinion in Southern Africa" surveyed more than 6,000 people in the Democratic Republic of Congo (DRC), Malawi, Mozambique, South Africa, Zambia and Zimbabwe between 2010 and 2011. On the TI website:
http://www.transparency.org/content/download/64242/1028614
25.11.11
Milhares de líbios estão a ser detidos
Britain yesterday renewed its call on the new Libyan government to stamp out alleged human rights abuses following the revelation that thousands of people are being illegally detained.
As Libya's transitional government was sworn in, the Foreign Office urged it to act on a United Nations report, revealed by The Independent yesterday, suggesting that up to 7,000 "enemies of the state" are being illegally detained.
A Foreign Office spokesman said: "We condemn all human rights violations. The Foreign Secretary [William Hague] recently raised the issue of detainees with Prime Minister al-Kib and made clear our expectation that the Transitional National Council [TNC] must fully investigate all allegations of abuse committed by its forces and bring anyone responsible to account."
The spokesman added: "We have welcomed the TNC's clear public statements that there should be no acts of retribution or reprisal and also their stated commitment to uphold the rule of law and due process. We also recognise that the Libyan authorities have been co-operating fully with the UN Human Rights Council's commission of inquiry. The newly formed transitional government should take forward its commitment to respect human rights with clear actions on the ground."
British officials hope the new government in Tripoli will now create and exercise the central authority that has been lacking since the overthrow of the Gaddafi regime. The UK is funding a project to provide training for lawyers and justice officials in order to improve understanding and adherence to international human rights standards. According to the UN report, most courts in Libya are currently "not fully operational" due to lack of security and absenteeism by judges and administrators.
The report by Ban Ki-moon, the UN secretary general, is due to be discussed by the UN Security Council on Monday.
The Independent
As Libya's transitional government was sworn in, the Foreign Office urged it to act on a United Nations report, revealed by The Independent yesterday, suggesting that up to 7,000 "enemies of the state" are being illegally detained.
A Foreign Office spokesman said: "We condemn all human rights violations. The Foreign Secretary [William Hague] recently raised the issue of detainees with Prime Minister al-Kib and made clear our expectation that the Transitional National Council [TNC] must fully investigate all allegations of abuse committed by its forces and bring anyone responsible to account."
The spokesman added: "We have welcomed the TNC's clear public statements that there should be no acts of retribution or reprisal and also their stated commitment to uphold the rule of law and due process. We also recognise that the Libyan authorities have been co-operating fully with the UN Human Rights Council's commission of inquiry. The newly formed transitional government should take forward its commitment to respect human rights with clear actions on the ground."
British officials hope the new government in Tripoli will now create and exercise the central authority that has been lacking since the overthrow of the Gaddafi regime. The UK is funding a project to provide training for lawyers and justice officials in order to improve understanding and adherence to international human rights standards. According to the UN report, most courts in Libya are currently "not fully operational" due to lack of security and absenteeism by judges and administrators.
The report by Ban Ki-moon, the UN secretary general, is due to be discussed by the UN Security Council on Monday.
The Independent
Estão a decorrer as legislativas marroquinas
Polling stations have opened in Morocco's parliamentary election amid concerns the vote may be marred by low turnout with a pro-reform movement calling for a boycott.
The polls on Friday are the first under a new constitution proposed by King Mohammed VI and approved in a July 1 referendum amid popular uprisings in nearby countries.
Voting stations will close at 7pm (19:00 GMT) with the first provisional official results expected several hours later. Final results will be announced on Saturday.
Opinion polls are not allowed in the North African country but observers said the Islamist opposition Justice and Development Party is likely to win the largest number of seats.
The party's main rival is the Coalition for Democracy, a loose eight-party pro-monarchy bloc that includes Finance Minister Salaheddine Mezouar's National Rally of Independents party.
Boycott call
Overall 31 parties are vying for the 395 seats in the lower house of parliament, 70 more than during the last election in 2007.
The new seats are reserved for women and younger deputies in a bid to give the assembly, in the past dominated by high-ranking public figures, a more modern look.
The amended constitution gives more powers to parliament and the prime minister, who now must be appointed by the king from the party that wins the most assembly seats.
Some voters in the nation of 35 million people said they did not plan to cast their ballots because they had no faith that legislators would work to improve their lives.
The pro-reform February 20 Movement, which was responsible for the protests staged just before the king announced his plans to reform the constitution, has called for a boycott of the election.
It argues the constitutional reforms do not go far enough and that the elections will only give credibility to an undemocratic government.
Power transfer
More than 1,000 young people who have degrees but are unemployed staged a demonstration in Rabat on Thursday, demanding jobs and joining the calls to boycott the vote.
With authorities concerned about voter turnout, Omar Bendourou, a constitutional law professor at Rabat's Mohamed V University, said they would "do all they can" to ensure turnout is higher than the 37 per cent recorded in the last elections.
Bendourou said "a strong turnout in the 2011 elections would give credibility to the constitutional reform adopted in July".
"And it would give them some credibility, a favourable image abroad of how the kingdom responded to protests," he added.
While the constitutional reform transferred some of the king's powers to parliament and the prime minister, the monarch remains the head of state and the military and still appoints ambassadors and diplomats.
Source: Agencies
The polls on Friday are the first under a new constitution proposed by King Mohammed VI and approved in a July 1 referendum amid popular uprisings in nearby countries.
Voting stations will close at 7pm (19:00 GMT) with the first provisional official results expected several hours later. Final results will be announced on Saturday.
Opinion polls are not allowed in the North African country but observers said the Islamist opposition Justice and Development Party is likely to win the largest number of seats.
The party's main rival is the Coalition for Democracy, a loose eight-party pro-monarchy bloc that includes Finance Minister Salaheddine Mezouar's National Rally of Independents party.
Boycott call
Overall 31 parties are vying for the 395 seats in the lower house of parliament, 70 more than during the last election in 2007.
The new seats are reserved for women and younger deputies in a bid to give the assembly, in the past dominated by high-ranking public figures, a more modern look.
The amended constitution gives more powers to parliament and the prime minister, who now must be appointed by the king from the party that wins the most assembly seats.
Some voters in the nation of 35 million people said they did not plan to cast their ballots because they had no faith that legislators would work to improve their lives.
The pro-reform February 20 Movement, which was responsible for the protests staged just before the king announced his plans to reform the constitution, has called for a boycott of the election.
It argues the constitutional reforms do not go far enough and that the elections will only give credibility to an undemocratic government.
Power transfer
More than 1,000 young people who have degrees but are unemployed staged a demonstration in Rabat on Thursday, demanding jobs and joining the calls to boycott the vote.
With authorities concerned about voter turnout, Omar Bendourou, a constitutional law professor at Rabat's Mohamed V University, said they would "do all they can" to ensure turnout is higher than the 37 per cent recorded in the last elections.
Bendourou said "a strong turnout in the 2011 elections would give credibility to the constitutional reform adopted in July".
"And it would give them some credibility, a favourable image abroad of how the kingdom responded to protests," he added.
While the constitutional reform transferred some of the king's powers to parliament and the prime minister, the monarch remains the head of state and the military and still appoints ambassadors and diplomats.
Source: Agencies
24.11.11
Uma vez mais, a Alemanha assusta a Europa
C'est le destin de l'Europe qui se joue. "Nous nous en sortirons ensemble ou nous périrons chacun de notre côté", a déclaré Nicolas Sarkozy, mercredi 23 novembre, devant les maires de France réunis à l'Elysée. Le président de la République n'a pas été jusqu'au bout de sa pensée : l'avenir du Vieux Continent est entre les mains de l'Allemagne, et d'elle seule.
En recevant ce jeudi à Strasbourg la chancelière allemande, Angela Merkel, et le président du conseil italien, Mario Monti, M. Sarkozy fera mine de faire jeu égal avec l'Allemagne et cherchera à montrer que les trois principales économies de la zone euro font bloc face aux marchés. Il va prendre l'initiative, en prononçant, jeudi 1er décembre, un grand discours sur l'Europe.
En réalité, les Européens scrutent avec angoisse la chancelière, ou plus précisément la nébuleuse du pouvoir en Allemagne, faite de subtils équilibres entre le gouvernement Merkel, le Bundestag, la Cour constitutionnelle de Karlsruhe et la Bundesbank. De leur compromis interne viendra la décision, ou non, d'autoriser la Banque centrale européenne (BCE) à financer durablement les Etats attaqués par les marchés. De cette décision dépendra la survie de l'Italie et de l'euro. "Les Allemands dominent tout. On attend leurs décisions sans avoir de prise sur les événements", s'afflige un poids lourd du gouvernement français.
"L'ARME DU SUICIDE COLLECTIF"
Et c'est la panique. Jacques Attali, l'ancien conseiller de François Mitterrand, a tiré la sonnette d'alarme ce week-end : l'Europe s'est suicidée lors des deux conflits mondiaux du XXe siècle. "Aujourd'hui, c'est de nouveau au tour de l'Allemagne de tenir dans sa main l'arme du suicide collectif du continent", met en garde M. Attali, qui expose sa solution technique. Si l'Allemagne la refuse, "la catastrophe aura lieu", prévient M. Attali.
Certes, l'Allemagne a fait ce qu'on lui avait promis qu'elle n'aurait jamais à faire, voler au secours des pays latins en faillite. Mais la spirale négative semblant inexorable, elle fait figure d'accusée. Les eurosceptiques multiplient les sorties antigermaniques. "L'Allemagne porte une responsabilité totale dans la faillite du système. Après l'obsession de la politique monétaire restrictive, on veut nous proposer le diktat sur le budget, la trique allemande. C'est la fin des démocraties nationales", accuse le député Jacques Myard (UMP, Yvelines).
Il est désormais rejoint par les fédéralistes, angoissés par une Allemagne moraliste, qui pourchasse les déficits. "Ce que disent les Allemands était valable il y a dix ans. Il ne fallait pas faire de déficits. Mais c'est trop tard. Ils prônent de manière névrotique des choses qui ne peuvent pas produire les résultats qu'ils espèrent", s'afflige Jean-Louis Bourlanges, président de la Fondation du centre, qui voit trois solutions : "La mort par autarcie, c'est la sortie de l'euro. La mort par asphyxie, c'est la rigueur proposée par l'Allemagne. Et puis la réforme, avec solidarité et pragmatisme."
CHEMIN ÉTROIT
Ce chemin étroit inquiète les Français, qui ne savent quelle dose de rigueur et de contrainte fédérale ils vont devoir concéder. Le fantôme de l'Europe allemande ressurgit. L'ancien ministre des affaires étrangères, le socialiste Hubert Védrine, s'inquiète d'une Allemagne qui pousse ses pions sur deux fronts, économique et institutionnel : pour mieux contrôler les politiques budgétaires, elle exige un renforcement du Parlement qu'elle domine par sa démographie, et de la Commission, émanant de ce même Parlement. "Le gouvernement de la zone euro de demain ne peut pas être germano-allemand, imposé à des pays qui ne peuvent pas refuser car ils sont pris en otage par les marchés", dénonce M. Védrine.
Le Quai d'Orsay met en garde contre une Allemagne qui défend froidement ses intérêts – elle est accusée de vouloir abandonner le principe "un pays, une voix" et pondérer le pouvoir à la BCE en fonction de la richesse économique de chaque pays. Le salut de la France passerait par un Conseil européen fort, où le président français, tout puissant dans son pays, est particulièrement influent.
Les Français s'inquiètent parallèlement de se voir imposer une ligne économique allemande. Le sujet est encore plus sensible en campagne électorale, M. Sarkozy ayant instrumentalisé le modèle allemand pour mieux vendre ses propres réformes. La gauche contre-attaque sur les concessions faites par le président français. "L'Allemagne a clairement pris le leadership. Modifier les traités dans le sens de la seule rigueur, ce n'est pas une perspective. Je ne vois par les avancées ou les contreparties que Nicolas Sarkozy recueille", accuse Pierre Moscovici, directeur de campagne de François Hollande, qui annonce que le candidat socialiste souhaite rencontrer la chancelière avant mai 2012.
Pour se connaître : "On ne peut pas se découvrir au lendemain de l'élection présidentielle." Pour débattre du fond : "Il faudra expliquer à Angela Merkel combien la France d'après est une France solide, qui donne des garanties sur ses finances, mais tenter de définir une nouvelle donne qui ne peut être la rigueur seule."
RÉVOLTE DES VOISINS
L'enjeu pour Paris est de convaincre Berlin qu'elle doit retrouver la sagesse de l'après-réunification. L'Allemagne avait alors compris qu'elle n'avait pas intérêt à pousser jusqu'au bout son avantage, car elle risquait, in fine, de se heurter à la révolte de ses voisins affaiblis ou inquiets, et Helmut Kohl avait abandonné le deutschemark pour l'euro.
"Aujourd'hui, l'Allemagne croit que son intérêt est d'être très dure sur la doctrine et de s'imposer comme seul leader en Europe", analyse un ministre français. "Mais elle ne tiendra pas, car elle va susciter un sentiment trop fort de germanophobie. Avec l'Autriche, c'est désormais son Hinterland qui est attaqué ; avec la France, son premier partenaire. Elle va finir par bouger", espère ce ministre. "Je n'entends pas de résurgences d'autres temps de l'histoire, mais si l'Europe se délite, certains voudront trouver des responsabilités et cela peut être mauvais", analyse l'ancien premier ministre, Laurent Fabius.
Arnaud Leparmentier/Le Monde
Article paru dans l'édition du 25.11.11
En recevant ce jeudi à Strasbourg la chancelière allemande, Angela Merkel, et le président du conseil italien, Mario Monti, M. Sarkozy fera mine de faire jeu égal avec l'Allemagne et cherchera à montrer que les trois principales économies de la zone euro font bloc face aux marchés. Il va prendre l'initiative, en prononçant, jeudi 1er décembre, un grand discours sur l'Europe.
En réalité, les Européens scrutent avec angoisse la chancelière, ou plus précisément la nébuleuse du pouvoir en Allemagne, faite de subtils équilibres entre le gouvernement Merkel, le Bundestag, la Cour constitutionnelle de Karlsruhe et la Bundesbank. De leur compromis interne viendra la décision, ou non, d'autoriser la Banque centrale européenne (BCE) à financer durablement les Etats attaqués par les marchés. De cette décision dépendra la survie de l'Italie et de l'euro. "Les Allemands dominent tout. On attend leurs décisions sans avoir de prise sur les événements", s'afflige un poids lourd du gouvernement français.
"L'ARME DU SUICIDE COLLECTIF"
Et c'est la panique. Jacques Attali, l'ancien conseiller de François Mitterrand, a tiré la sonnette d'alarme ce week-end : l'Europe s'est suicidée lors des deux conflits mondiaux du XXe siècle. "Aujourd'hui, c'est de nouveau au tour de l'Allemagne de tenir dans sa main l'arme du suicide collectif du continent", met en garde M. Attali, qui expose sa solution technique. Si l'Allemagne la refuse, "la catastrophe aura lieu", prévient M. Attali.
Certes, l'Allemagne a fait ce qu'on lui avait promis qu'elle n'aurait jamais à faire, voler au secours des pays latins en faillite. Mais la spirale négative semblant inexorable, elle fait figure d'accusée. Les eurosceptiques multiplient les sorties antigermaniques. "L'Allemagne porte une responsabilité totale dans la faillite du système. Après l'obsession de la politique monétaire restrictive, on veut nous proposer le diktat sur le budget, la trique allemande. C'est la fin des démocraties nationales", accuse le député Jacques Myard (UMP, Yvelines).
Il est désormais rejoint par les fédéralistes, angoissés par une Allemagne moraliste, qui pourchasse les déficits. "Ce que disent les Allemands était valable il y a dix ans. Il ne fallait pas faire de déficits. Mais c'est trop tard. Ils prônent de manière névrotique des choses qui ne peuvent pas produire les résultats qu'ils espèrent", s'afflige Jean-Louis Bourlanges, président de la Fondation du centre, qui voit trois solutions : "La mort par autarcie, c'est la sortie de l'euro. La mort par asphyxie, c'est la rigueur proposée par l'Allemagne. Et puis la réforme, avec solidarité et pragmatisme."
CHEMIN ÉTROIT
Ce chemin étroit inquiète les Français, qui ne savent quelle dose de rigueur et de contrainte fédérale ils vont devoir concéder. Le fantôme de l'Europe allemande ressurgit. L'ancien ministre des affaires étrangères, le socialiste Hubert Védrine, s'inquiète d'une Allemagne qui pousse ses pions sur deux fronts, économique et institutionnel : pour mieux contrôler les politiques budgétaires, elle exige un renforcement du Parlement qu'elle domine par sa démographie, et de la Commission, émanant de ce même Parlement. "Le gouvernement de la zone euro de demain ne peut pas être germano-allemand, imposé à des pays qui ne peuvent pas refuser car ils sont pris en otage par les marchés", dénonce M. Védrine.
Le Quai d'Orsay met en garde contre une Allemagne qui défend froidement ses intérêts – elle est accusée de vouloir abandonner le principe "un pays, une voix" et pondérer le pouvoir à la BCE en fonction de la richesse économique de chaque pays. Le salut de la France passerait par un Conseil européen fort, où le président français, tout puissant dans son pays, est particulièrement influent.
Les Français s'inquiètent parallèlement de se voir imposer une ligne économique allemande. Le sujet est encore plus sensible en campagne électorale, M. Sarkozy ayant instrumentalisé le modèle allemand pour mieux vendre ses propres réformes. La gauche contre-attaque sur les concessions faites par le président français. "L'Allemagne a clairement pris le leadership. Modifier les traités dans le sens de la seule rigueur, ce n'est pas une perspective. Je ne vois par les avancées ou les contreparties que Nicolas Sarkozy recueille", accuse Pierre Moscovici, directeur de campagne de François Hollande, qui annonce que le candidat socialiste souhaite rencontrer la chancelière avant mai 2012.
Pour se connaître : "On ne peut pas se découvrir au lendemain de l'élection présidentielle." Pour débattre du fond : "Il faudra expliquer à Angela Merkel combien la France d'après est une France solide, qui donne des garanties sur ses finances, mais tenter de définir une nouvelle donne qui ne peut être la rigueur seule."
RÉVOLTE DES VOISINS
L'enjeu pour Paris est de convaincre Berlin qu'elle doit retrouver la sagesse de l'après-réunification. L'Allemagne avait alors compris qu'elle n'avait pas intérêt à pousser jusqu'au bout son avantage, car elle risquait, in fine, de se heurter à la révolte de ses voisins affaiblis ou inquiets, et Helmut Kohl avait abandonné le deutschemark pour l'euro.
"Aujourd'hui, l'Allemagne croit que son intérêt est d'être très dure sur la doctrine et de s'imposer comme seul leader en Europe", analyse un ministre français. "Mais elle ne tiendra pas, car elle va susciter un sentiment trop fort de germanophobie. Avec l'Autriche, c'est désormais son Hinterland qui est attaqué ; avec la France, son premier partenaire. Elle va finir par bouger", espère ce ministre. "Je n'entends pas de résurgences d'autres temps de l'histoire, mais si l'Europe se délite, certains voudront trouver des responsabilités et cela peut être mauvais", analyse l'ancien premier ministre, Laurent Fabius.
Arnaud Leparmentier/Le Monde
Article paru dans l'édition du 25.11.11
21.11.11
A Primavera egípcia foi sequestrada por militares
A huit jours du premier scrutin législatif depuis le départ de Hosni Moubarak, la tension est montée en Egypte entre le gouvernement de transition et la rue. Vingt-deux personnes ont trouvé la mort depuis le début des affrontements qui ont éclaté samedi 19 novembre sur la place Tahrir, au Caire. Certains sont morts par balles, les autres par asphyxie après que la police a utilisé des gaz lacrymogènes pour disperser les manifestants. Plus de 750 personnes ont été blessées dans la capitale, selon le ministère de la santé. Et les heurts se poursuivaient lundi matin avec des tirs de grenades lacrymogènes sur des centaines de manifestants répartis en petits groupes place Tahrir.
La police antiémeute avait déjà tiré des gaz lacrymogènes dans la nuit pour contenir la foule près du ministère de l'intérieur, à proximité de la place. Ces scènes de violence, d'une moindre ampleur, rappellent les affrontements de la révolte contre le régime Moubarak du début de l'année.
Des dispensaires de fortune installés à même la chaussée ont accueilli de nombreux manifestants en proie à des malaises ou suffoquant en raison des tirs intensifs de grenades lacrymogènes. Dans un communiqué publié sur sa page Facebook, le ministère de l'intérieur a toutefois assuré que "la police n'avait pas fait usage d'armes à feu, de fusils de chasse, ou de balles en caoutchouc", affirmant que les forces de l'ordre avaient eu recours à des "moyens légaux", n'utilisant "que des gaz lacrymogènes pour disperser les émeutiers".
DOUTES SUR LA TENUE DES ÉLECTIONS
Le gouvernement de transition cherche une solution de sortie de crise, sans succès pour le moment. Dimanche après-midi, le premier ministre, Essam Charaf, a tenu une réunion afin de trouver les moyens de contenir la colère du peuple, après s'être entretenu dans la matinée avec des membres du conseil militaire qui tient les rênes du pays.
Pour l'exécutif, ces affrontements sont très malvenus, car les Egyptiens doivent voter le 28 novembre pour élire les représentants de l'Assemblée du peuple (chambre des députés). Ce scrutin doit se dérouler au total sur quatre mois. L'armée s'est engagée à rendre le pouvoir aux civils après l'élection d'un nouveau président. Le fait que la date de la présidentielle ne soit toujours pas connue suscite de nombreuses craintes de voir les militaires s'accrocher au pouvoir.
Une crainte devenue un mot d'ordre pour les manifestants qui réclament inlassablement la chute du maréchal Hussein Tantaoui, à la tête du Conseil suprême des forces armées (CSFA), qui dirige le pays depuis le départ du président Moubarak, chassé par une révolte populaire en février.
"Le Conseil des forces armées poursuit la politique de Moubarak, rien n'a changé après la révolution", explique Khaled, 29 ans, en installant une tente au centre de la place Tahrir. "Tout ce qui arrive est la preuve que les militaires veulent garder le pouvoir", estime Ahmed Abou el-Enein, un militant de 30 ans. "A bas Tantaoui", scandent autour de lui des manifestants hostiles à ce militaire septuagénaire, qui fut pendant vingt ans le ministre de la défense de Hosni Moubarak et l'un de ses plus proches collaborateurs.
LE POUVOIR AUX CIVILS
Plusieurs personnalités politiques et des intellectuels, parmi lesquels l'ancien chef de l'Agence internationale de l'énergie atomique (AIEA) Mohamed ElBaradei, ont publié un document demandant un délai supplémentaire pour les élections législatives, dans le cadre d'une révision du calendrier politique du pays.
Ils proposent, dans un premier temps, d'avoir une assemblée constituante, puis une élection présidentielle et enfin des législatives. Les militaires quant à eux ont décidé de mettre la présidentielle à la fin de ce processus politique, et de ne rendre le pouvoir aux civils qu'une fois élu un nouveau chef de l'Etat.
Le Conseil suprême des forces armées a en outre présenté au début du mois une proposition constitutionnelle accordant à l'armée une autorité exclusive sur la gestion de ses affaires et de son budget. Cette disposition devait être négociée avec les groupes islamistes et libéraux mais les discussions ont été rompues.
Selon une dépêche de l'agence MENA diffusée samedi soir, le vice-premier ministre, Ali Al-Silmi, a modifié deux articles contestés du projet. L'alinéa de l'article 9, qui faisait de l'armée la garante de la légitimité constitutionnelle, a ainsi été retiré. Celui selon lequel les forces gouvernementales devaient être seules responsables de leurs affaires internes, de leur budget et de leur législation a été modifié, tout comme l'article 10, qui annonçait la création d'un conseil national de défense présidé par le chef de l'Etat.
Le Monde
La police antiémeute avait déjà tiré des gaz lacrymogènes dans la nuit pour contenir la foule près du ministère de l'intérieur, à proximité de la place. Ces scènes de violence, d'une moindre ampleur, rappellent les affrontements de la révolte contre le régime Moubarak du début de l'année.
Des dispensaires de fortune installés à même la chaussée ont accueilli de nombreux manifestants en proie à des malaises ou suffoquant en raison des tirs intensifs de grenades lacrymogènes. Dans un communiqué publié sur sa page Facebook, le ministère de l'intérieur a toutefois assuré que "la police n'avait pas fait usage d'armes à feu, de fusils de chasse, ou de balles en caoutchouc", affirmant que les forces de l'ordre avaient eu recours à des "moyens légaux", n'utilisant "que des gaz lacrymogènes pour disperser les émeutiers".
DOUTES SUR LA TENUE DES ÉLECTIONS
Le gouvernement de transition cherche une solution de sortie de crise, sans succès pour le moment. Dimanche après-midi, le premier ministre, Essam Charaf, a tenu une réunion afin de trouver les moyens de contenir la colère du peuple, après s'être entretenu dans la matinée avec des membres du conseil militaire qui tient les rênes du pays.
Pour l'exécutif, ces affrontements sont très malvenus, car les Egyptiens doivent voter le 28 novembre pour élire les représentants de l'Assemblée du peuple (chambre des députés). Ce scrutin doit se dérouler au total sur quatre mois. L'armée s'est engagée à rendre le pouvoir aux civils après l'élection d'un nouveau président. Le fait que la date de la présidentielle ne soit toujours pas connue suscite de nombreuses craintes de voir les militaires s'accrocher au pouvoir.
Une crainte devenue un mot d'ordre pour les manifestants qui réclament inlassablement la chute du maréchal Hussein Tantaoui, à la tête du Conseil suprême des forces armées (CSFA), qui dirige le pays depuis le départ du président Moubarak, chassé par une révolte populaire en février.
"Le Conseil des forces armées poursuit la politique de Moubarak, rien n'a changé après la révolution", explique Khaled, 29 ans, en installant une tente au centre de la place Tahrir. "Tout ce qui arrive est la preuve que les militaires veulent garder le pouvoir", estime Ahmed Abou el-Enein, un militant de 30 ans. "A bas Tantaoui", scandent autour de lui des manifestants hostiles à ce militaire septuagénaire, qui fut pendant vingt ans le ministre de la défense de Hosni Moubarak et l'un de ses plus proches collaborateurs.
LE POUVOIR AUX CIVILS
Plusieurs personnalités politiques et des intellectuels, parmi lesquels l'ancien chef de l'Agence internationale de l'énergie atomique (AIEA) Mohamed ElBaradei, ont publié un document demandant un délai supplémentaire pour les élections législatives, dans le cadre d'une révision du calendrier politique du pays.
Ils proposent, dans un premier temps, d'avoir une assemblée constituante, puis une élection présidentielle et enfin des législatives. Les militaires quant à eux ont décidé de mettre la présidentielle à la fin de ce processus politique, et de ne rendre le pouvoir aux civils qu'une fois élu un nouveau chef de l'Etat.
Le Conseil suprême des forces armées a en outre présenté au début du mois une proposition constitutionnelle accordant à l'armée une autorité exclusive sur la gestion de ses affaires et de son budget. Cette disposition devait être négociée avec les groupes islamistes et libéraux mais les discussions ont été rompues.
Selon une dépêche de l'agence MENA diffusée samedi soir, le vice-premier ministre, Ali Al-Silmi, a modifié deux articles contestés du projet. L'alinéa de l'article 9, qui faisait de l'armée la garante de la légitimité constitutionnelle, a ainsi été retiré. Celui selon lequel les forces gouvernementales devaient être seules responsables de leurs affaires internes, de leur budget et de leur législation a été modifié, tout comme l'article 10, qui annonçait la création d'un conseil national de défense présidé par le chef de l'Etat.
Le Monde
19.11.11
Ennahda dirige o Governo da Tunísia
Le parti islamiste Ennahda et ses deux partenaires de la coalition formée après les élections tunisiennes du 23 octobre seraient parvenus à s'entendre vendredi 18 novembre sur le partage des postes clés. D'après Abdelwaheb Matar, un dirigeant du CPR (Congrès pour la République), les trois mouvements ont conclu "un accord de principe" dont l'application "reste sous réserve de validation par la Constituante souveraine qui tiendra sa première réunion mardi prochain".
Selon cet accord, Hamadi Jebali, secrétaire général d'Ennahda, deviendrait premier ministre, poste le plus lourd de responsabilités. La présidence serait confiée à Moncef Marzouki, chef de file du Congrès pour la République (CPR). Enfin, Moustapha Ben Jaafar, qui dirige le parti Ettakattol, serait propulsé président de l'Assemblée constituante.
Le Monde
Selon cet accord, Hamadi Jebali, secrétaire général d'Ennahda, deviendrait premier ministre, poste le plus lourd de responsabilités. La présidence serait confiée à Moncef Marzouki, chef de file du Congrès pour la République (CPR). Enfin, Moustapha Ben Jaafar, qui dirige le parti Ettakattol, serait propulsé président de l'Assemblée constituante.
Le Monde
15.11.11
Palestinianos em luta contra o apartheid
In the next few hours, history could be made in Palestine. A small number of brave Palestinians will risk attack and arrest to commit a forbidden act -- they will board a public bus.
Lacking their own state, Palestinians are forbidden to use buses and roads reserved for non-Arabs -- part of a host of race-based rules that US President Jimmy Carter has called "apartheid". 50 years ago, African-Americans in the US challenged these rules by simply and non-violently refusing to follow them. In a few hours, Palestinians will take the same approach, and their actions will be live webcasted by Avaaz teams at the link below.
As diplomats stall in the fight for a Palestinian state, the Palestinian people are taking the fight into their own hands, one public service at a time. And they're doing it with the simple, elegant and unstoppable moral force of non-violence in the tradition of Gandhi and Martin Luther King. The Palestinian spring begins right now - click below to watch it LIVE, register support, and give these brave activists the global solidarity and attention they urgently need to win:
http://www.avaaz.org/en/palestine_freedom_riders/?vl
Non-violence is the game-changing force in this long-standing conflict. Boarding buses is a symbolic act, but so was Gandhi's salt march, and Rosa Park's own courageous ride on a segregated bus in the US. Just as non-violent protest was able to topple dictators in Egypt and Tunisia, so can it finally free the Palestinian people from 40 years of crippling military oppression by a foreign power.
There are many dangers. Israel has been arming the extremist settler population, a tactic which is likely, if not intended, to provoke awful violence that will draw the news cameras away from the brave acts of non-violence. Even the Palestinian authorities are pushing back on the action which they fear will start a democratic protest movement that they cannot control. But these few brave Palestinians have had enough, and if we stand with them now, we can help them ignite a flame that will burn its way all the way to a free and peaceful Palestinian state:
http://www.avaaz.org/en/palestine_freedom_riders/?vl
We have no idea what will happen in the next 24 hours. Maybe the authorities will crush this brave action. Maybe it will spark into a massive conflagration. Maybe it will sow the first seed of an unstoppable movement with tremendous integrity. But we can watch it live, and lend our voices to the effort. And maybe one day, we can tell our grandchildren that we were there when Palestinians boarded the buses that would ultimately take them to freedom.
With hope and determination,
Ricken, Emma, Alice, Raluca, Pascal, Diego and the rest of the Avaaz team
Lacking their own state, Palestinians are forbidden to use buses and roads reserved for non-Arabs -- part of a host of race-based rules that US President Jimmy Carter has called "apartheid". 50 years ago, African-Americans in the US challenged these rules by simply and non-violently refusing to follow them. In a few hours, Palestinians will take the same approach, and their actions will be live webcasted by Avaaz teams at the link below.
As diplomats stall in the fight for a Palestinian state, the Palestinian people are taking the fight into their own hands, one public service at a time. And they're doing it with the simple, elegant and unstoppable moral force of non-violence in the tradition of Gandhi and Martin Luther King. The Palestinian spring begins right now - click below to watch it LIVE, register support, and give these brave activists the global solidarity and attention they urgently need to win:
http://www.avaaz.org/en/palestine_freedom_riders/?vl
Non-violence is the game-changing force in this long-standing conflict. Boarding buses is a symbolic act, but so was Gandhi's salt march, and Rosa Park's own courageous ride on a segregated bus in the US. Just as non-violent protest was able to topple dictators in Egypt and Tunisia, so can it finally free the Palestinian people from 40 years of crippling military oppression by a foreign power.
There are many dangers. Israel has been arming the extremist settler population, a tactic which is likely, if not intended, to provoke awful violence that will draw the news cameras away from the brave acts of non-violence. Even the Palestinian authorities are pushing back on the action which they fear will start a democratic protest movement that they cannot control. But these few brave Palestinians have had enough, and if we stand with them now, we can help them ignite a flame that will burn its way all the way to a free and peaceful Palestinian state:
http://www.avaaz.org/en/palestine_freedom_riders/?vl
We have no idea what will happen in the next 24 hours. Maybe the authorities will crush this brave action. Maybe it will spark into a massive conflagration. Maybe it will sow the first seed of an unstoppable movement with tremendous integrity. But we can watch it live, and lend our voices to the effort. And maybe one day, we can tell our grandchildren that we were there when Palestinians boarded the buses that would ultimately take them to freedom.
With hope and determination,
Ricken, Emma, Alice, Raluca, Pascal, Diego and the rest of the Avaaz team
Portugal ficou-se pela década de 1980
No Verão de 1997 escrevi ao primeiro-ministro António Guterres a chamar a atenção para as novas pontes que deveriam começar urgentemente a ser construídas na área de Lisboa, para que não se verificasse um estrangulamento nas ligações entre o Norte e o Sul.
Há 24 anos já não havia na capital portuguesa nenhuma ponte que satisfizesse cabalmente o fluxo de trânsito para quem desejasse dirigir-se para as terras meridionais e regressar de lá sem grandes demoras.
Nessa carta de meados de 1997, chamei a atenção do Governo para o escândalo de se aguardar por vezes 30 minutos quando cerca das 20h30 se procurava regressar à cidade de Lisboa, vindo da Arrábida ou da Fonte da Telha.
Dez meses depois já havia a ponte Vasco da Gama, para Alcochete e o Montijo; mas isso não veio ajudar grandemente as necessidades do trânsito para a Caparica, o Seixal, o Barreiro, a Lagoa de Albufeira, o Meco e outras terras meridionais.
Não era dessa segunda ponte, apenas, que nós precisávamos, mas de mais duas ou três, a juntar à que a década de 1960 nos legara e que no fim da década de 1980 se encontrava já completamente saturada, incapaz de corresponder às necessidades dos novos tempos.
Em 1997, em 1998 e hoje era premente arrancar com novas travessias; nomeadamente de Beato/Marvila para o Barreiro e de Belém para a Trafaria.
Não o fazer é ficar com 15, 20 ou mais anos de atraso em relação às necessidades de um país que se pretende desenvolvido e já entrado no século XXI.
De cada vez que demoro mais de 25 minutos entre o Fogueteiro e a Praça de Espanha vocifero contra as autoridades deste país e contra a sua falta de iniciativa, por em 1999, 2002 ou 2010 não terem arrancado com as obras de uma terceira ponte na área de Lisboa, de modo a diminuir a pressão sobre o trajecto que nos foi legado pelo Governo de Oliveira Salazar.
Na década de 1960 realizou-se o que era necessário para essa altura; mas nos últimos 13 anos não tem existido a mesma capacidade de se facilitar a interligação entre as duas margens dop Tejo, na área da Grande Lisboa,
"Não avançar, já, já, já, para a terceira e a quarta pontes que ainda não temos parece-me criminoso e um atestado de menoridade para as pessoas que nos têm governado", dizia eu na minha carta de 1997 para o Engenheiro António Guterres. E entretanto passaram-se uns longos 14 anos, o número de viaturas em circulação aumentou e a necessidade de mobilidade também.
Queremos nós ficar tão pobrezinhos como uma qualquer Mauritânia ou ser de facto parceiros da Holanda e da Dinamarca?
Esta questão das pontes, na área da capital, parece-me bem reveladora da incapacidade de gestão da coisa pública ao longo das últimas duas décadas e meia.
Em certos aspectos, este país parece que se ficou por alturas de 1987/1988, não tendo conseguido ir mais além. Esgotou-se.
Há 24 anos já não havia na capital portuguesa nenhuma ponte que satisfizesse cabalmente o fluxo de trânsito para quem desejasse dirigir-se para as terras meridionais e regressar de lá sem grandes demoras.
Nessa carta de meados de 1997, chamei a atenção do Governo para o escândalo de se aguardar por vezes 30 minutos quando cerca das 20h30 se procurava regressar à cidade de Lisboa, vindo da Arrábida ou da Fonte da Telha.
Dez meses depois já havia a ponte Vasco da Gama, para Alcochete e o Montijo; mas isso não veio ajudar grandemente as necessidades do trânsito para a Caparica, o Seixal, o Barreiro, a Lagoa de Albufeira, o Meco e outras terras meridionais.
Não era dessa segunda ponte, apenas, que nós precisávamos, mas de mais duas ou três, a juntar à que a década de 1960 nos legara e que no fim da década de 1980 se encontrava já completamente saturada, incapaz de corresponder às necessidades dos novos tempos.
Em 1997, em 1998 e hoje era premente arrancar com novas travessias; nomeadamente de Beato/Marvila para o Barreiro e de Belém para a Trafaria.
Não o fazer é ficar com 15, 20 ou mais anos de atraso em relação às necessidades de um país que se pretende desenvolvido e já entrado no século XXI.
De cada vez que demoro mais de 25 minutos entre o Fogueteiro e a Praça de Espanha vocifero contra as autoridades deste país e contra a sua falta de iniciativa, por em 1999, 2002 ou 2010 não terem arrancado com as obras de uma terceira ponte na área de Lisboa, de modo a diminuir a pressão sobre o trajecto que nos foi legado pelo Governo de Oliveira Salazar.
Na década de 1960 realizou-se o que era necessário para essa altura; mas nos últimos 13 anos não tem existido a mesma capacidade de se facilitar a interligação entre as duas margens dop Tejo, na área da Grande Lisboa,
"Não avançar, já, já, já, para a terceira e a quarta pontes que ainda não temos parece-me criminoso e um atestado de menoridade para as pessoas que nos têm governado", dizia eu na minha carta de 1997 para o Engenheiro António Guterres. E entretanto passaram-se uns longos 14 anos, o número de viaturas em circulação aumentou e a necessidade de mobilidade também.
Queremos nós ficar tão pobrezinhos como uma qualquer Mauritânia ou ser de facto parceiros da Holanda e da Dinamarca?
Esta questão das pontes, na área da capital, parece-me bem reveladora da incapacidade de gestão da coisa pública ao longo das últimas duas décadas e meia.
Em certos aspectos, este país parece que se ficou por alturas de 1987/1988, não tendo conseguido ir mais além. Esgotou-se.
12.11.11
Presidente zambiano rende-se à China
After just two months in office, President Michael Chilufya Sata has made a complete turnaround in his attitude to China. He once criticised Chinese investors but now wants to use them to develop Zambia’s economy. The full force of his government is focused on reassuring its partners in Beijing, leaving workers and human rights groups to attack the activities of Chinese mining companies. In opposition, Sata (aka King Cobra) blamed Chinese investors for abuse and corruption; as President, he blames the former government for fraud in handing out working papers.
Every ministry that has any dealings with the Chinese government or Chinese companies has started a charm offensive. At a 28 October State House luncheon given by Sata for the Chinese community in Zambia, he told Ambassador Zhou Yuxiao that he would send Zambia’s founding President Kenneth Kuanda to Beijing to thank the Chinese government for its investment and aid. Rather than blame Chinese companies for unreliable construction projects or for bringing large numbers of Chinese labourers into the country, Sata blames the former government.
Africa-Asia Confidential
Every ministry that has any dealings with the Chinese government or Chinese companies has started a charm offensive. At a 28 October State House luncheon given by Sata for the Chinese community in Zambia, he told Ambassador Zhou Yuxiao that he would send Zambia’s founding President Kenneth Kuanda to Beijing to thank the Chinese government for its investment and aid. Rather than blame Chinese companies for unreliable construction projects or for bringing large numbers of Chinese labourers into the country, Sata blames the former government.
Africa-Asia Confidential
Em nome do povo oprimido da Guiné Equatorial
The Universal Human Rights Network in Washington D C is
gathering information on specific crimes against the rights of the
citizens of Equatorial Guinea within and outside of the country by the
administration of President Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, please
note that this information is devoid of any political undertone, our
primary concern is the unheard voices of the oppressed people of
Equatorial Guinea, due to the small population of the country, a blind
eye has been turned on the daily abuses, violations and criminal
activities of the government of Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, the
people are suffering in silence in the country and every opposition
has been suppressed beyond a bearable condition.
W are appealing to all and sundry to kindly contact the office
of Universal Human Rights Network in Washington D C through the
information supplied below with details of specific violations, crimes
and abuses of citizens of Equatorial Guinea, places and victims'
information within and outside the country of Equatorial Guinea.
With these valuable information we will be making a report to
the Office of The Prosecutor, otherwise known as OTP, International
Criminal Court at The Hague in Netherlands, we encourage people to
speak up and help the silent voices in Equatorial Guinea.
Thank you very much for your assistance and co-operation.
Ayo J Sotunbo
Chairman Board of Directors
Universal Human Rights Network.
CONTACT INFORMATION:
UNIVERSAL HUMAN RIGHTS NETWORK
419 7th STREET, NW, SUITE 401
WASHINGTON DC 20004
E-MAIL ADDRESSES:
INFO@UNIRIGHTS.NET
gathering information on specific crimes against the rights of the
citizens of Equatorial Guinea within and outside of the country by the
administration of President Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, please
note that this information is devoid of any political undertone, our
primary concern is the unheard voices of the oppressed people of
Equatorial Guinea, due to the small population of the country, a blind
eye has been turned on the daily abuses, violations and criminal
activities of the government of Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, the
people are suffering in silence in the country and every opposition
has been suppressed beyond a bearable condition.
W are appealing to all and sundry to kindly contact the office
of Universal Human Rights Network in Washington D C through the
information supplied below with details of specific violations, crimes
and abuses of citizens of Equatorial Guinea, places and victims'
information within and outside the country of Equatorial Guinea.
With these valuable information we will be making a report to
the Office of The Prosecutor, otherwise known as OTP, International
Criminal Court at The Hague in Netherlands, we encourage people to
speak up and help the silent voices in Equatorial Guinea.
Thank you very much for your assistance and co-operation.
Ayo J Sotunbo
Chairman Board of Directors
Universal Human Rights Network.
CONTACT INFORMATION:
UNIVERSAL HUMAN RIGHTS NETWORK
419 7th STREET, NW, SUITE 401
WASHINGTON DC 20004
E-MAIL ADDRESSES:
INFO@UNIRIGHTS.NET
10.11.11
Primeiro-ministro grego é da Comissão Trilateral
Former European Central Bank vice-president Lucas Papademos has been named as Greece's new prime minister, following days of negotiations.
Mr Papademos, 64, said he was taking over at a "critical point" for Greece.
Leaders of the three main parties making up a new government of national unity had been meeting the Greek president to try to reach a deal.
Greeks will hope the news provides the stability to get them through their debt crisis, correspondents say.
Papademos, who is not a member of parliament, will head an interim government until elections can take place in February.
The govermment's main task will to ensure debt-laden Greece gets its latest bailout payment, by approving a new 130bn euro ($177bn; £111bn) international rescue package from eurozone partners and the International Monetary Fund.
"The president, after recommendations by political leaders who attended the meeting, has instructed Lucas Papademos to form a new government," the president's office said in a statement.
The new government will be sworn in at 12:00 GMT on Friday, a presidency official said.
German Chancellor Angela Merkel denied reports that France and Germany were preparing for a scaled-down eurozone, insisting that the only goal was to stabilise the zone in its current form and make it more competitive
Officials in the EU drastically cut the eurozone growth forecast from 1.8% to 0.5%, and said there was a risk of a new recession
Amid ongoing concerns over Italy crippling debt level and soaring interest rates, Italy raised 5bn euros from a new issue of bonds but at a one-year interest rate of 6.087%
Speaking after the announcement, Mr Papademos said his job "will not be easy but I am convinced the problems will be solved... in a quicker and more efficient way if there is unity and consensus".
He said the first priorities of the transitional government were to ratify the bailout agreed at an EU summit last month, and to implement the policies linked to it.
That will involve another round of austerity measures, which have already proved hugely unpopular with the Greek public.
Lucas Papademos is to take on one of the most unenviable jobs in Europe at the moment.
The bespectacled 64-year-old seemed the strongest choice in the current climate of turmoil.
He is seen as a non-partisan option, above the party politics that is so paralysing here. He is talked of by colleagues as a quiet, respected man - somebody who can steady the ship as it is buffeted by the waves of the financial crisis.
He helped Greece make the transition from the drachma to the euro - something he will now hope is a one-way process, and that there will be no disastrous exit from the eurozone as Greece's financial woes worsen.
Mr Papademos will clearly have strong European support given his past experience - but there will be some Greeks who see Europe's hand a little too clearly behind his appointment.
Greek PM's 'poisoned chalice'
Mr Papademos will replace Greece's outgoing Prime Minister George Papandreou, who was forced to step aside after a disastrous call for a referendum on the eurozone rescue package.
The referendum plan was dropped within a few days, but not before sparking the wider financial and political crisis which led to Mr Papandreou's forced withdrawal from the top job, even though he narrowly survived a confidence vote.
The new PM will also face a confidence vote in parliament, which is expected to happen on Monday, Greek state TV reported.
The Greek stock market jumped sharply when Mr Papademos arrived at the presidential palace to join the negotiations on Thursday morning.
Reports say Mr Papademos has accepted that the current Finance Minister, Evangelos Venizelos, remains in place.
The exact framework of the new coalition government is yet to be agreed.
In Italy, meanwhile, there was increasing speculation that former European Commissioner Mario Monti would take over from outgoing Prime Minister Silvio Berlusconi.
The markets appeared to calm amid hopes that the economist would take over the reins shortly, correspondents say, and borrowing levels fell back from the previous day's record highs.
Mark Lowen/BBC News, Athens
Mr Papademos, 64, said he was taking over at a "critical point" for Greece.
Leaders of the three main parties making up a new government of national unity had been meeting the Greek president to try to reach a deal.
Greeks will hope the news provides the stability to get them through their debt crisis, correspondents say.
Papademos, who is not a member of parliament, will head an interim government until elections can take place in February.
The govermment's main task will to ensure debt-laden Greece gets its latest bailout payment, by approving a new 130bn euro ($177bn; £111bn) international rescue package from eurozone partners and the International Monetary Fund.
"The president, after recommendations by political leaders who attended the meeting, has instructed Lucas Papademos to form a new government," the president's office said in a statement.
The new government will be sworn in at 12:00 GMT on Friday, a presidency official said.
German Chancellor Angela Merkel denied reports that France and Germany were preparing for a scaled-down eurozone, insisting that the only goal was to stabilise the zone in its current form and make it more competitive
Officials in the EU drastically cut the eurozone growth forecast from 1.8% to 0.5%, and said there was a risk of a new recession
Amid ongoing concerns over Italy crippling debt level and soaring interest rates, Italy raised 5bn euros from a new issue of bonds but at a one-year interest rate of 6.087%
Speaking after the announcement, Mr Papademos said his job "will not be easy but I am convinced the problems will be solved... in a quicker and more efficient way if there is unity and consensus".
He said the first priorities of the transitional government were to ratify the bailout agreed at an EU summit last month, and to implement the policies linked to it.
That will involve another round of austerity measures, which have already proved hugely unpopular with the Greek public.
Lucas Papademos is to take on one of the most unenviable jobs in Europe at the moment.
The bespectacled 64-year-old seemed the strongest choice in the current climate of turmoil.
He is seen as a non-partisan option, above the party politics that is so paralysing here. He is talked of by colleagues as a quiet, respected man - somebody who can steady the ship as it is buffeted by the waves of the financial crisis.
He helped Greece make the transition from the drachma to the euro - something he will now hope is a one-way process, and that there will be no disastrous exit from the eurozone as Greece's financial woes worsen.
Mr Papademos will clearly have strong European support given his past experience - but there will be some Greeks who see Europe's hand a little too clearly behind his appointment.
Greek PM's 'poisoned chalice'
Mr Papademos will replace Greece's outgoing Prime Minister George Papandreou, who was forced to step aside after a disastrous call for a referendum on the eurozone rescue package.
The referendum plan was dropped within a few days, but not before sparking the wider financial and political crisis which led to Mr Papandreou's forced withdrawal from the top job, even though he narrowly survived a confidence vote.
The new PM will also face a confidence vote in parliament, which is expected to happen on Monday, Greek state TV reported.
The Greek stock market jumped sharply when Mr Papademos arrived at the presidential palace to join the negotiations on Thursday morning.
Reports say Mr Papademos has accepted that the current Finance Minister, Evangelos Venizelos, remains in place.
The exact framework of the new coalition government is yet to be agreed.
In Italy, meanwhile, there was increasing speculation that former European Commissioner Mario Monti would take over from outgoing Prime Minister Silvio Berlusconi.
The markets appeared to calm amid hopes that the economist would take over the reins shortly, correspondents say, and borrowing levels fell back from the previous day's record highs.
Mark Lowen/BBC News, Athens
To Palestine, with love
The Palestinian Authority President, Mahmoud
Abbas, asked at the United Nations in September
the end to the Israeli occupation of Palestinian
territories, from where many inhabitants have had
to flee to Lebanon, Syria, Jordan and Egypt.
After 63 years of suffering, of submission to the
interests of the State of Israel, the Palestinian people
is still awaiting to be truly free and independent as the
people of Angola, Mozambique or South Africa
Tears and sighs have marked the daily lives of the
Palestinians over six long decades because the Israelites
have hoisted the right to have the last word on
the true proclamation and recognition of a Palestinian
state in the West Bank and Gaza Strip.
Persecuted by the Jewish cause in 1948 and 1967,
the Palestinians are a people that only managed to
have an Authority, fragile, but not a true Republic, so
proud of itself as Algeria or India.
Native of the lands lying between the Sinai Peninsula
and the River Jordan, the Palestinians have more
than 2000 years of existence, for already in the fifth
century BC the Greek historian Herodotus referred
to them, but yet they do not have as much right for a
seat on the UN General Assembly as East Timor or
South Sudan, which recently proclaimed its independency
from the north.
The West Bank has about 2.4 million inhabitants
and the Gaza Strip, which is the other part of Palestine,
1.4 million, so as a whole they are expected to
total as close to four million, not counting the three
million Palestinians refugees in Jordan for a long time.
If this is not enough people to have their own
state, as a full member of the United Nations, then
what it is? Any set of four to seven million people have
the right to establish their own identity without being
subject to the dictates of others.
Much less populous areas, such as Guinea-Bissau,
Gambia, Cape Verde and Sao Tome and Principe have
the right to an unquestionable place in the international
community. So, why Palestine doesn’t have?
There are other such cases in the world, of people
relegated to the second plan, as is the case of the
Kurdish people, but for now, let’s start by demanding
the recognition of the rights of the Palestinians to a
state of full sovereignty, a Republic that can coexist
peacefully with Israel.
Palestinians or Philistines are awaiting their time in
the concert of nations. Jorge Heitor
* Na revista Prestígio, de Maputo
Abbas, asked at the United Nations in September
the end to the Israeli occupation of Palestinian
territories, from where many inhabitants have had
to flee to Lebanon, Syria, Jordan and Egypt.
After 63 years of suffering, of submission to the
interests of the State of Israel, the Palestinian people
is still awaiting to be truly free and independent as the
people of Angola, Mozambique or South Africa
Tears and sighs have marked the daily lives of the
Palestinians over six long decades because the Israelites
have hoisted the right to have the last word on
the true proclamation and recognition of a Palestinian
state in the West Bank and Gaza Strip.
Persecuted by the Jewish cause in 1948 and 1967,
the Palestinians are a people that only managed to
have an Authority, fragile, but not a true Republic, so
proud of itself as Algeria or India.
Native of the lands lying between the Sinai Peninsula
and the River Jordan, the Palestinians have more
than 2000 years of existence, for already in the fifth
century BC the Greek historian Herodotus referred
to them, but yet they do not have as much right for a
seat on the UN General Assembly as East Timor or
South Sudan, which recently proclaimed its independency
from the north.
The West Bank has about 2.4 million inhabitants
and the Gaza Strip, which is the other part of Palestine,
1.4 million, so as a whole they are expected to
total as close to four million, not counting the three
million Palestinians refugees in Jordan for a long time.
If this is not enough people to have their own
state, as a full member of the United Nations, then
what it is? Any set of four to seven million people have
the right to establish their own identity without being
subject to the dictates of others.
Much less populous areas, such as Guinea-Bissau,
Gambia, Cape Verde and Sao Tome and Principe have
the right to an unquestionable place in the international
community. So, why Palestine doesn’t have?
There are other such cases in the world, of people
relegated to the second plan, as is the case of the
Kurdish people, but for now, let’s start by demanding
the recognition of the rights of the Palestinians to a
state of full sovereignty, a Republic that can coexist
peacefully with Israel.
Palestinians or Philistines are awaiting their time in
the concert of nations. Jorge Heitor
* Na revista Prestígio, de Maputo
8.11.11
Julius Malema contesta Zuma
Presidential friends and foes are keenly purging their factions and reaching for every weapon at hand
Fierce purges are under way in the governing African National Congress and its affiliates, paralysing the government and the organisations themselves. The clean-outs are reciprocal, among both opponents and supporters of President Jacob Zuma’s bid for a second term as ANC leader and as President (AC Vol 52 No 18, Disrespect for the President & AC Vol 52 No 19, The fight of the century). The bitterness is greater because he appears to be trying to sideline former allies who supported him in ousting ex-President Thabo Mbeki but have turned against the second-term bid which Zuma had promised not to make.
Zuma claimed on 18 October that, before the 2007 ANC Conference where he took the party leadership, someone had tried to assassinate him but the plot was foiled by a bodyguard who died last week. Only Zuma and the late bodyguard seem to have known about the plot. Former ANC communications chief Smuts Ngonyama a supporter of Mbeki, said the allegations were ‘hogwash’ and the police should investigate whether there really had been a plot. Some say Zuma is getting ready to deploy the security services against his opponents.
The President’s fiercest fight is with the ANC Youth League (ANCYL) and its leader Julius Malema, a rallying-point for Zuma’s former allies. As he awaits the result of the ANC’s disciplinary charges against him, Malema presents himself as a fighter for the poor against Zuma and the establishment. Zuma instigated the disciplinary charges after Malema had rattled investors by calling for the nationalisation of the mines (contrary to party policy) and also called for regime change in neighbouring Botswana. Malema has delayed the hearing, lobbying allies and mobilising support among the unemployed, the poor and the young. After pleading ‘flu-like symptoms’, he retired to hospital, turning it into his political headquarters.
At the final hearing, which had been put off until 26 October, Malema secured the positive testimony of party heavyweights against charges that he had brought the ANC into disrepute. Whatever their private opinions of Malema, this was an unmissable opportunity for them to strike against Zuma. Winnie Madikizela-Mandela lambasted him for ‘acting on his own’ without consulting party leaders. Human Settlements Minister Mosima Gabriel ‘Tokyo’ Sexwale said the ANC had previously accepted apologies from Zuma and his spokesman Jackson Mthembu, but declined to do so for Malema. Zuma’s apology was for having unprotected sex with an HIV-positive woman, Mthembu’s for drink-driving and neither had faced a disciplinary hearing. Closing arguments were due to be heard on 3 November.
Plans for a post-Zuma era
Zuma’s main rivals, Tokyo Sexwale and Deputy President Kgalema Motlanthe, are trying to fix it so that Motlanthe would be a one-term president, Sexwale would be his deputy and Paul Mashatile, Gauteng’s provincial leader and Premier, would be ANC national chairman. They may offer a deputy presidency to Lindiwe Nonceba Sisulu, the Defence Minister and Zuma’s ally. Sisulu and Sexwale, however, do not get along.
An anti-Zuma tirade erupted from the General Secretary of the Congress of SA Trade Unions, Zwelinzima Vavi, who said there is leadership paralysis in the ANC and warned that the country is in danger of ‘imploding’. He criticised Zuma’s ‘doublespeak’ on economic issues.
In the latest attack on Malema, the special police unit known as the ‘Hawks’ and the SA Revenue Service intend to bring charges against him relating to allegations that contracts may have been improperly awarded to companies in which he has a close interest. He says he is keen to ‘explain these allegations in front of a magistrate’. It is widely believed that his Ratanangan Family Trust (whose profits are said to benefit some senior ANC leaders) may influence the award of government contracts in Limpopo Province. Malema certainly lives well. Just after his march for ‘economic freedom’ for the poor, he flew, all expenses paid, to Mauritius for the 10 million rand (US$1.25 mn.) wedding of his ally David Mabilu, a property tycoon. Another target of Zuma and his supporters is Sports Minister Fikile Mbalula, the Youth League’s favourite to replace Gwede Mantashe as ANC General Secretary. Mbalula was forced to apologise to his family after the media were informed about his night of passion with a model.
http://www.africa-confidential.com/article/id/4216/Malema_and_Zuma_mass_their_armies
Fierce purges are under way in the governing African National Congress and its affiliates, paralysing the government and the organisations themselves. The clean-outs are reciprocal, among both opponents and supporters of President Jacob Zuma’s bid for a second term as ANC leader and as President (AC Vol 52 No 18, Disrespect for the President & AC Vol 52 No 19, The fight of the century). The bitterness is greater because he appears to be trying to sideline former allies who supported him in ousting ex-President Thabo Mbeki but have turned against the second-term bid which Zuma had promised not to make.
Zuma claimed on 18 October that, before the 2007 ANC Conference where he took the party leadership, someone had tried to assassinate him but the plot was foiled by a bodyguard who died last week. Only Zuma and the late bodyguard seem to have known about the plot. Former ANC communications chief Smuts Ngonyama a supporter of Mbeki, said the allegations were ‘hogwash’ and the police should investigate whether there really had been a plot. Some say Zuma is getting ready to deploy the security services against his opponents.
The President’s fiercest fight is with the ANC Youth League (ANCYL) and its leader Julius Malema, a rallying-point for Zuma’s former allies. As he awaits the result of the ANC’s disciplinary charges against him, Malema presents himself as a fighter for the poor against Zuma and the establishment. Zuma instigated the disciplinary charges after Malema had rattled investors by calling for the nationalisation of the mines (contrary to party policy) and also called for regime change in neighbouring Botswana. Malema has delayed the hearing, lobbying allies and mobilising support among the unemployed, the poor and the young. After pleading ‘flu-like symptoms’, he retired to hospital, turning it into his political headquarters.
At the final hearing, which had been put off until 26 October, Malema secured the positive testimony of party heavyweights against charges that he had brought the ANC into disrepute. Whatever their private opinions of Malema, this was an unmissable opportunity for them to strike against Zuma. Winnie Madikizela-Mandela lambasted him for ‘acting on his own’ without consulting party leaders. Human Settlements Minister Mosima Gabriel ‘Tokyo’ Sexwale said the ANC had previously accepted apologies from Zuma and his spokesman Jackson Mthembu, but declined to do so for Malema. Zuma’s apology was for having unprotected sex with an HIV-positive woman, Mthembu’s for drink-driving and neither had faced a disciplinary hearing. Closing arguments were due to be heard on 3 November.
Plans for a post-Zuma era
Zuma’s main rivals, Tokyo Sexwale and Deputy President Kgalema Motlanthe, are trying to fix it so that Motlanthe would be a one-term president, Sexwale would be his deputy and Paul Mashatile, Gauteng’s provincial leader and Premier, would be ANC national chairman. They may offer a deputy presidency to Lindiwe Nonceba Sisulu, the Defence Minister and Zuma’s ally. Sisulu and Sexwale, however, do not get along.
An anti-Zuma tirade erupted from the General Secretary of the Congress of SA Trade Unions, Zwelinzima Vavi, who said there is leadership paralysis in the ANC and warned that the country is in danger of ‘imploding’. He criticised Zuma’s ‘doublespeak’ on economic issues.
In the latest attack on Malema, the special police unit known as the ‘Hawks’ and the SA Revenue Service intend to bring charges against him relating to allegations that contracts may have been improperly awarded to companies in which he has a close interest. He says he is keen to ‘explain these allegations in front of a magistrate’. It is widely believed that his Ratanangan Family Trust (whose profits are said to benefit some senior ANC leaders) may influence the award of government contracts in Limpopo Province. Malema certainly lives well. Just after his march for ‘economic freedom’ for the poor, he flew, all expenses paid, to Mauritius for the 10 million rand (US$1.25 mn.) wedding of his ally David Mabilu, a property tycoon. Another target of Zuma and his supporters is Sports Minister Fikile Mbalula, the Youth League’s favourite to replace Gwede Mantashe as ANC General Secretary. Mbalula was forced to apologise to his family after the media were informed about his night of passion with a model.
http://www.africa-confidential.com/article/id/4216/Malema_and_Zuma_mass_their_armies
Liberdade para o povo do Tibete
Days ago, Palden Choetso walked out of her nunnery, covered herself in petrol and set herself on fire while pleading for a 'free Tibet'. Minutes later she died. In the past month, nine monks and nuns have self-immolated to protest a growing Chinese crackdown on the peaceful Tibetan people.
These tragic acts are a desperate cry for help. Machine gun-toting Chinese security forces are beating and disappearing monks, laying siege to monasteries, and even killing elderly people defending them -- all in an effort to suppress Tibetan rights. China severely restricts access to the region. But if we can get key governments to send diplomats in and expose this growing brutality, we could save lives.
We have to act fast -- this horrific situation is spiraling out of control behind a censorship curtain. Over and over we have seen that when diplomats themselves bear witness to atrocities, they are motivated to act, and increase political pressure. Let’s answer Palden's tragic cry and build a massive petition to the six world leaders with the most influence in Beijing to send a mission to Tibet and speak out against the repression. Sign the urgent petition
https://secure.avaaz.org/en/save_tibetan_lives/?vl
Donna McCulloch, United Kingdom
Rosie Smith, United Kingdom
Jorge Heitor, Portugal
These tragic acts are a desperate cry for help. Machine gun-toting Chinese security forces are beating and disappearing monks, laying siege to monasteries, and even killing elderly people defending them -- all in an effort to suppress Tibetan rights. China severely restricts access to the region. But if we can get key governments to send diplomats in and expose this growing brutality, we could save lives.
We have to act fast -- this horrific situation is spiraling out of control behind a censorship curtain. Over and over we have seen that when diplomats themselves bear witness to atrocities, they are motivated to act, and increase political pressure. Let’s answer Palden's tragic cry and build a massive petition to the six world leaders with the most influence in Beijing to send a mission to Tibet and speak out against the repression. Sign the urgent petition
https://secure.avaaz.org/en/save_tibetan_lives/?vl
Donna McCulloch, United Kingdom
Rosie Smith, United Kingdom
Jorge Heitor, Portugal
5.11.11
Novo ministro saudita da Defesa tem 76 anos
Saudi Arabia's Prince Salman bin Abdulaziz was named the kingdom's new defence minister in a royal decree read on state television.
The appointment of Prince Salman, 76, on Saturday follows the death last month of his elder brother Crown Prince Sultan, who had held the position for five decades.
Prince Salman, governor of Riyadh province for nearly 50 years, now controls the top-spending ministry in Saudi Arabia, which has long used arms purchases to turn its military into one of the best equipped in the Middle East and to bolster ties with Western allies such as the United States, Britain and France.
He is one of the most senior members of the al-Saud ruling family which founded and still dominates the desert kingdom in alliance with conservative religious clerics.
In a royal family that bases its right to rule on its guardianship of Islam's holiest sites in Mecca and Medina, Prince Salman is reputed to be devout and relatively outward-looking.
"He's intelligent, political, in touch with the conservative base, but also quite modern-minded," said a former diplomat in Riyadh interviewed by Reuters about the kingdom's succession process.
Since 1962, Salman has served as governor of Riyadh, and has more to do with foreign governments than many senior royals.
In a meeting with the US ambassador in March 2007, described in a cable released by WikiLeaks, Salman said the social and cultural reforms instigated by King Abdullah had to move slowly for fear of a conservative backlash.
He also argued against the introduction of democracy in the kingdom, citing regional and tribal divisions, and told the ambassador that a solution to the Palestinian-Israeli conflict was necessary for Middle East stability.
The previous defence minister, Prince Sultan, was also first in line of succession to become king of Saudi Arabia. Following his death last month, veteran interior minister Prince Nayef became crown prince in a choice that illustrated King Abdullah's concern for continuity and stability in the world's top oil exporter.
Al Jazira
The appointment of Prince Salman, 76, on Saturday follows the death last month of his elder brother Crown Prince Sultan, who had held the position for five decades.
Prince Salman, governor of Riyadh province for nearly 50 years, now controls the top-spending ministry in Saudi Arabia, which has long used arms purchases to turn its military into one of the best equipped in the Middle East and to bolster ties with Western allies such as the United States, Britain and France.
He is one of the most senior members of the al-Saud ruling family which founded and still dominates the desert kingdom in alliance with conservative religious clerics.
In a royal family that bases its right to rule on its guardianship of Islam's holiest sites in Mecca and Medina, Prince Salman is reputed to be devout and relatively outward-looking.
"He's intelligent, political, in touch with the conservative base, but also quite modern-minded," said a former diplomat in Riyadh interviewed by Reuters about the kingdom's succession process.
Since 1962, Salman has served as governor of Riyadh, and has more to do with foreign governments than many senior royals.
In a meeting with the US ambassador in March 2007, described in a cable released by WikiLeaks, Salman said the social and cultural reforms instigated by King Abdullah had to move slowly for fear of a conservative backlash.
He also argued against the introduction of democracy in the kingdom, citing regional and tribal divisions, and told the ambassador that a solution to the Palestinian-Israeli conflict was necessary for Middle East stability.
The previous defence minister, Prince Sultan, was also first in line of succession to become king of Saudi Arabia. Following his death last month, veteran interior minister Prince Nayef became crown prince in a choice that illustrated King Abdullah's concern for continuity and stability in the world's top oil exporter.
Al Jazira
3.11.11
Um alerta do Congresso Mundial Amazigh (berbere)
Le 23 octobre 2011 la Tunisie a connu le premier scrutin à priori démocratique de son histoire. Les premiers résultats semblent donner l’avantage au mouvement islamiste Ennahda.
Faisant de l’identité de la Tunisie sa priorité, M. Ghanouchi, chef de ce mouvement islamiste, proclame : «Nous sommes arabes et notre langue c'est la langue arabe». Parle t-il au nom de sa personne ou au nom de tous les tunisiens ? En tout cas, il est utile de lui rappeler qu’historiquement la Tunisie est une terre d’abord amazighe (comme tout le reste de l’Afrique du Nord d’ailleurs) et qui a connu de nombreuses invasions de peuples et de civilisations d’origine européenne et orientale. La plupart de ces peuples ont cherché à s’imposer par la force et en tentant d’éradiquer la langue et de la culture amazighes autochtones. Mais malgré des siècles de génocide culturel, il subsiste aujourd’hui encore plusieurs millions de Tunisiens de souche amazighe, dont environ un million de locuteurs. Ceux-là ne sont certainement pas des arabes et leur langue n’est pas l’arabe.
M. Ghanouchi qui a passé 20 ans de sa vie en Grande Bretagne ne connait visiblement pas bien son pays. Nous lui accordons volontiers la liberté de se définir comme il l’entend mais il ne peut dénier à d’autres Tunisiens de se définir comme Amazighs.
Les araboislamistes utilisent sciemment un discours aux relents intolérants et xénophobes pour galvaniser les foules et accéder au pouvoir démocratiquement pour mettre ensuite la main sur les rouages de l’Etat. Ils auront ainsi détourné la révolte d’une jeunesse assoiffée de justice et de liberté, pour satisfaire les intérêts étroits du clan le plus conservateur de la société. Cela est inquiétant pour l’avenir du pays.
Les Amazighs (Berbères) dont la culture est empreinte de sécularité et qui sont toujours à l’avant-garde des combats démocratiques, continueront d’agir de manière déterminée, en Tunisie comme ailleurs, en faveur des principes et des valeurs qui fondent le progrès humain.
Le Congrès Mondial Amazigh appelle les institutions démocratiques de par le monde, les peuples épris de justice et de paix, les organisations de la société civile et les citoyen-ne-s, à se mobiliser pour accompagner la Tunisie vers une réelle démocratie et pour lui éviter toute forme de régression. Il y va de l’intérêt de toute la région Euro-Méditerranéenne.
Paris, 27/10/2011
Le Bureau du CMA
www.congres-mondial-amazigh.org
congres.mondial.amazigh@wanadoo.fr
Faisant de l’identité de la Tunisie sa priorité, M. Ghanouchi, chef de ce mouvement islamiste, proclame : «Nous sommes arabes et notre langue c'est la langue arabe». Parle t-il au nom de sa personne ou au nom de tous les tunisiens ? En tout cas, il est utile de lui rappeler qu’historiquement la Tunisie est une terre d’abord amazighe (comme tout le reste de l’Afrique du Nord d’ailleurs) et qui a connu de nombreuses invasions de peuples et de civilisations d’origine européenne et orientale. La plupart de ces peuples ont cherché à s’imposer par la force et en tentant d’éradiquer la langue et de la culture amazighes autochtones. Mais malgré des siècles de génocide culturel, il subsiste aujourd’hui encore plusieurs millions de Tunisiens de souche amazighe, dont environ un million de locuteurs. Ceux-là ne sont certainement pas des arabes et leur langue n’est pas l’arabe.
M. Ghanouchi qui a passé 20 ans de sa vie en Grande Bretagne ne connait visiblement pas bien son pays. Nous lui accordons volontiers la liberté de se définir comme il l’entend mais il ne peut dénier à d’autres Tunisiens de se définir comme Amazighs.
Les araboislamistes utilisent sciemment un discours aux relents intolérants et xénophobes pour galvaniser les foules et accéder au pouvoir démocratiquement pour mettre ensuite la main sur les rouages de l’Etat. Ils auront ainsi détourné la révolte d’une jeunesse assoiffée de justice et de liberté, pour satisfaire les intérêts étroits du clan le plus conservateur de la société. Cela est inquiétant pour l’avenir du pays.
Les Amazighs (Berbères) dont la culture est empreinte de sécularité et qui sont toujours à l’avant-garde des combats démocratiques, continueront d’agir de manière déterminée, en Tunisie comme ailleurs, en faveur des principes et des valeurs qui fondent le progrès humain.
Le Congrès Mondial Amazigh appelle les institutions démocratiques de par le monde, les peuples épris de justice et de paix, les organisations de la société civile et les citoyen-ne-s, à se mobiliser pour accompagner la Tunisie vers une réelle démocratie et pour lui éviter toute forme de régression. Il y va de l’intérêt de toute la région Euro-Méditerranéenne.
Paris, 27/10/2011
Le Bureau du CMA
www.congres-mondial-amazigh.org
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