25.7.11

Anders Breivik e a Ordem de Cristo

O que pensam Anders Behring Breivik e os seus amigos da English Defense League é o que sempre pensaram os Templários e os seus sucedâneos em Portugal, os homens da Ordem de Cristo: torna-se necessário colocar um travão aos povos que não seguem os Evangelhos mas antes o Corão.
Trata-se de uma guerra de civilizações, estando os novos Templários da Noruega e do Reino Unido em sintonia com o que pensava o Infante D. Henrique quando decidiu conquistar Ceuta, o que pensava D. Afonso V ao ocupar Alcácer Seguer, Arzila e Tânger, D. Sebastião ao embarcar para Alcácer Quibir.
O espírito de Anders Behring Breivik não é muito diferente do das potências católicas que, sob o comando de D. João de Áustria, enfrentaram em 1571 os turcos na Batalha de Lepanto, travada no Golfo de Patras, não muito longe de Ítaca e da Cefalónia, Ilhas Jónicas.
A Ordem de Cristo, de que Portugal se foi orgulhando ao longo dos séculos, herdou as propiedades e os privilégios da Ordem do Templo (templo de Salomão, entenda-se). Trata-se de ums instituição religiosa e militar criada a 14 de Março de 1319 pelo Papa João XXII, que, deste modo, acedia ao pedidos de D. Dinis.
Em Maio desse mesmo ano, numa cerimónia solene que contou com a participação do Arcebispo de Évora, D. Dinis ratificou, em Santarém, cidade que se orgulha da sua arquitectura gótica, a criação da nova Ordem, que mais não era do que um instrumento da Europa cristã contra a crescente influência dos muçulmanos no Norte de África e no Médio Oriente.
Bernardo de Claraval, monge de Cister, o rei Lavrador, o príncipe Navegador, o rei Africano e o soberano perdido em Alcácer Quibir foram todos eles antepassados espirituais de Anders Breivik e da sua cruzada para que a Europa herdada de Godos e de Francos jamais venha a ser terreno de expansão dos discípulos de Maomé.
É esta lógica que é preciso entender: a de mais de 1.200 anos de combate constante de uma série de pessoas de inspiração cristã para que cidades como Tours, Poitiers ou Marselha jamais venham a ser governadas por muçulmanos.
É o medo que move os fundamentalistas cristãos da Noruega, do Reino Unido, da França, da Bélgica, da Holanda, da Áustria, da Hungria e de outros países. O medo de que a Europa algum dia venha a ser gerida por princípios muito diferentes daqueles que existiam nos tempos das canções de gesta. O medo das mesquitas. Jorge Heitor

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