17.7.11

Nelson Mandela completa 93 anos

Nesta segunda-feira 18 de Julho do ano 2011 da era cristã, o mundo celebra o nonagésimo terceiro aniversário de um dos mais amados estadistas deste último século. Aquele que dirigiu de forma sábia a luta para que o regime sul-africano do apartheid fosse substituído por uma democracia multiracial.
Neste mês que viu nascer um novo país, a República do Sudão do Sul, a África rejubila por ainda poder ter entre si o carismático Nelson Mandela. Aquele que disse: "Na prisão, ficamos cara a cara com o Tempo; e nada há de mais aterrador".
Encarcerado durante uns longos 27 anos, Madiba saiu feliz do cárcere, para se tornar o primeiro Presidente negro de um país que até aí fora exclusivamente de brancos, sem lugar para os demais grupos étnicos.
Tendo partilhado com F. W. de Klerk o Prémio Nobel da Paz de 1993, o paradigma de uma nova África do Sul fez com que esta se tornasse uma potência respeitada em todo o continente, sempre ouvida para a resolução de qualquer conflito que no mesmo surja.
O carismático senhor do Cabo Oriental, o nobre Thembu, de língua Xhosa, vai ficar na História ao lado de outras grandes figuras, devido ao muito que fez pelos povos africanos e ao exemplo de bondade que ainda hoje continua a ser, mesmo quando a idade o obriga a uma vida recatada.
Tendo-se retirado há sete anos da vida pública, para passar mais tempo com a família e os amigos, jamais caiu porém no esquecimento. E qualquer pessoa de destaque na cena internacional que visite a África do Sul tenta sempre a hipótese de o conhecer pessoalmente. Ainda há algumas semanas isso aconteceu com a primeira dama dos Estados Unidos da América.
Já quase não há palavras para dizer tudo o que de bom Nelson Mandela tem feito por um mundo melhor, através do seu exemplo. As palavras estão gastas; mas nós procuramos sempre uma forma de dizer que se mais gente houvesse como Madiba o mundo seria decerto mais tolerável.
Nem cancros nem infecções respiratórias têm até agora conseguido nada com ele, pois que se trata de um Homem de rija têmpera, como raros dos que passaram pelo Mundo nestes últimos 100 anos.
Rolihlahla Dalibhunga, Nelson Mandela, Madiba, três designações para uma só realidade, entrou para o ANC em 1943 e ajudou a fazer do Congresso Nacional Africano uma das referências deste último século, de tal modo conseguiu identificar esse movimento político com o desejo profundo de bem mais de dois terços de toda a população sul-africana.
"Só os homens livres podem negociar. Os prisioneiros não podem estabelecer qualquer espécie de contrato", disse também um dia aquele que exigiu ser libertado para que começassem as conversações sobre o estabelecimento na África do Sul de uma verdadeira democracia multiracial.
Jorge Heitor

(texto escrito a pedido do jornal moçambicano Correio da Manhã, de Maputo)

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