16.7.11

Viemos da Etiópia, do Quénia e da Tanzânia

Quinta, 07 Julho 2011 08:00 Jorge Heitor

A raça humana nasceu na África Negra

Há quatro milhões de anos ainda não existia na Terra nada que se parecesse com os Homens de hoje, ninguém que andasse de pé e usasse instrumentos.

O Homo Sapiens Sapiens, a raça a que todos nós pertencemos, os que somos capazes de ler estas linhas, teve a sua origem nos hominídios (homens muito primitivos) que viveram nas terras a que hoje em dia chamamos Etiópia, Quénia, Tanzânia e África do Sul. Isto talvez há 1,6 milhões de anos.

Só depois disso é que as criaturas humanas derivadas do Australopithecus Afarensis e do Homo Habilis, entre outros, seguiram dos territórios africanos para a Europa, a China e a Indonésia, à medida que aprendiam a fazer lume e a afugentar as feras. As fogueiras eram o centro da actividade das comunidades primitivas, como as que existiam há um milhão e meio de anos na África Austral, onde é hoje a região de Gauteng.

É bom que se saiba que só a partir de há 100.000 anos é que os africanos foram das imediações do Limpopo e dos Grandes Lagos até ao Médio Oriente e que há 70.000 anos ainda não deveria existir ninguém na Europa nem no Extremo Oriente.

Aliás, só foram até agora encontrados esqueletos e outros vestígios de seres humanos com mais de 50.000 anos na África, no Médio Oriente e no Sul da China. Não na Europa ou nas Américas, onde a existência do Homem é mais recente.

Torna-se verdadeiramente fascinante tentar compreender a forma como o Homem, ido da África, passou pelas terras de Israel e da Palestina a caminho da Europa Ocidental, da Escandinávia, do Sueste Asiático e até mesmo do Alasca, que há perto de 16.000 anos se encontrava ligado por terra ao Extremo Oriente siberiano, antes de a natureza ter criado o Estreito de Bering.

Foi há uns 12 ou 13.000 anos que os antepassados dos actuais egípcios e sudaneses começaram a utilizar mós ou pedras de afiar para fazer farinha, a partir das sementes de certas ervas.
E há perto de 9000 anos que as populações do Sara Ociden tal começaram a pintar animais nos rochedos e nas grutas em que habitavam.

Há cerca de 5500 anos o gado começou a ser domesticado nas regiões sarianas, numa altura em que noutras paragens a agricultura chegava à Holanda e à China.
Depois, em diferentes continentes, começou a usar-se a charrua e a roda, criaram-se centros urbanos, como Jericó, e surgiu a escrita, esta última entre o rio Tigre e o Eufrates, onde é hoje o Iraque.

São estes os primórdios do mundo, do planeta Terra, tal como hoje o conhecemos, a girar em redor do Sol, a sua estrela. Mas para que a civilização tivesse florescido na Suméria, no Egipto, na Grécia e em Roma foi preciso que, primeiro, o Homem tivesse começado a evoluir nas vastidões existentes a sul do Sara. Há mais de um milhão e meio de anos, como já o dissemos...

in Prestígio, Bilingual magazine of Mozambique

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