Praticamente seis semanas decorridas sobre a segunda volta das presidenciais na Costa do Marfim, Laurent Gbagbo continua no seu posto, apesar de a França, a União Europeia, os Estados Unidos e a ONU terem dito que ele foi derrotado pelo economista liberal Alassane Dramane Ouattara.
Quarenta e um dias passados sobre a ida às urnas em 28 de Novembro, a Frente Popular Marfinense (FPI), de Laurent Gbagbo, continua no palácio presidencial da Costa do Marfim, país que é o maior produtor mundial de cacau e que também tem muito café robusta, ouro, diamantes, cobalto, petróleo e gás natural.
Laurent Gbagbo e a FPI não desejam voltar ao estatuto de oposicionistas em que se encontravam até ao ano 2000, quando eram apoiados pela Internacional Socialista e contestavam o sistema instituído pelo primeiro Presidente da República, Félix Houphouet-Boigny, e pelo Partido Democráqtico da Costa do Marfim (PDCI).
Há 16 anos, numa entrevista à Lusa e à SIC, Gbagbo comparou Houphouet-Boigny, que falecera pouco antes, a Estaline, Hitler, Franco e Salazar; mas agora são os seus adversários que o acusam de se querer perpetuar no poder, contra a vontade de Paris, de Bruxelas e do FMI.
É assim a roda da História, com as figuras simpáticas de há 12 ou 15 anos a serem a partir de dada altura apresentadas como tiranos, por não acatarem resultados eleitorais que lhes teriam sido adversos.
Dizem as contagens dadas como válidas pelo secretário-geral das Nações Unidas que na segunda volta das presidenciais Gbagbo teve cerca de oito por cento de votos a menos do que Ouattara, mas ele contesta, alegando que se teria verificado fraude em alguns círculos. E é nisto que estamos, ao fim de 41 dias, mergulhados num profundo impasse, enquanto as atenções da imprensa internacional se desviam para outras bandas, como a Argélia e o Sudão.
Desde a morte de Félix Houphouet-Boigny, que em 1990 batera Gbagbo nas primeiras eleições multipartidárias do país, que Alassane Dramane Ouattara espera a sua oportunidade de ser universalmente reconhecido como o novo senhor indiscutível do território onde o cacau foi introduzido em 1910 e não mais deixou de estar presente.
Vejamos agora o que é que nops reservam os próximos dias e semanas. Jorge Heitor
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