Simone Gbagbo, ainda primeira dama da Costa do Marfim, afirmou ontem em Abidjan que o Presidente da França, Nicolas Sarkozy, é "o diabo" e o Presidente eleito marfinense, Alassane Dramane Ouattara, "o chefe dos bandidos".
Fazendo juz à sua fama de eminência parda do sistema político que tem vigorado durante a última década, Simone disse no Palácio da Cultura que "o tempo dos debates sobre as eleições entre Gbagbo e o chefe bandido passou. O nosso Presidente está vigorosamente instalado no poder e trabalha".
Perante 4.000 pessoas mobilizadas pelo Congresso Nacional da Resistência para a Democracia (CNRD), de que é secretária-geral, esta espécie de Rasputine em figura de mulher declarou que "o diabo é perseverante na derrota. Por ele ser perseverante é que o nosso país se encontra na tormenta".
A França, antiga potência colonial, reconheceu a vitória de Ouattara no acto eleitoral e pede a Gbagbo que abandone o poder, o que ele rejeita, nomeadamente por não ser essa a vontade da "dama de marfim", uma antiga sindicalista agora revertida aos valores dos evangelistas e dos neo-conservadores.
"Vamos recuperar a nossa independência, a nossa soberania total. O movimento de libertação da África inteira está em vias de nascer na Costa do Marfim", disse ontem Simone Gbagbo, em mais um sinal de que a crise por ali está para durar.
A resistência do Presidente cessante conta com a solidariedade do seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos. Jorge Heitor
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