1.1.11

Nos Montes de Nimba, 21 anos depois

No Natal de 1989, Charles Taylor partiu dos Montes de Nimba, na confluência da Costa do Marfim com a Libéria e a República da Guiné, para tomar o poder em Monróvia, escorraçando de lá Samuel Doe.
Agora, nesses mesmos montes, que chegam a uma altitude de 1860 metros, grupos de mercenários liberianos preparam-se para combater por qualquer um dos campos em disputa na Costa do Marfim: o de Laurent Gbagbo ou o de Alassane Dramane Ouattara.
Nimba é sinónimo de um dos períodos mais conturbados da História recente da África Ocidental, com o desencadear das guerras na Libéria e na Serra Leoa, pelo controlo dos recursos do subsolo.
Agora, com Taylor ainda a ser julgado na Holanda, com grande lentidão, compatriotas seus preparam-se para espalhar a devastação e a morte no território marfinense, que há um quarto de século era tido como uma zona calma, produtora de cacau e café.
O ano começa com sinais de guerra na Costa do Marfim, para logo a seguir a grande mancha de sangue também poder chegar ao Sudão e à Nigéria, respectivamente o mais extenso e o mais populoso dos países da África.
Durante os próximos meses o Mundo deverá estar muito atento a tudo o que acontecer desde a bacia do rio Senegal às margens do Nilo Branco e do Nilo Azul, que se juntam em Cartum e daí avançam unificados para a Núbia.
Este ano de 2011 poderá ser de muito sofrimento para os povos da África Negra, a sul do Sara, povos tantas vezes esquecidos pelos europeus, que nunca teriam chegado muito bem a entendfê-los. Jorge Heitor

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