Guillaume Kigbafori Soro, católico de 38 anos que é primeiro-ministro da Costa do Marfim, deverá representar o Presidente eleito Alassane Dramane Ouattara na cimeira que a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) marcou para 22 de Janeiro em Bamaco, capital da Costa do Marfim.
A Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) deverá garantir que Guillaume Soro saia do hotel onde se encontra entrincheirado em Abidjan, com o Presidente Ouattara, e consiga ir ao estrangeiro representar um dos dois poderes actualmente existentes num país onde há 13 anos a estabilidade política e económica atraía investidores.
Soro é primeiro-ministro desde Abril de 2007, primeiro em conjugação com o Presidente socialista Laurent Gbagbo e agora ao serviço do Presidente liberal Ouattara.
Anteriormente, o jovem católico do Norte de um país com grandes ambições dirigiu o Movimento Patriótico da Costa do Marfim e, a seguir, as Novas Forças, estrutura que controla a parte setentrional daquela antiga colónia francesa situada a sul do Mali.
Foi a junção do Movimento Patriótico com outros dois grupos rebeldes que deu as Novas Forças, para retirar terreno a Gbagbo e o obrigar a partilhar o poder com representantes da parte setentrional da Costa do Marfim, território que há 12 anos aspirava a ser o motor do desenvolvimento de todos os que o rodeiam.
Tendo-se perspectivado nestes últimos quatro anos como autêntico árbitro da situação, no embate entre os velhos Gbagbo e Ouattara, Guillaume Soro começou a preparar terreno para o futuro, numa terra onde os imigrantes, de primeira ou segunda geração, constituem quase que um terço de todos os habitantes.
Quando o Conselho Constitucional proclamou o mês passado a vitória de Gbagbo na segunda volta das presidenciais de 2010, Soro demitiu-se de primeiro-ministro dele e foi de imediato nomeado para as mesmas funções por Ouattara.
Se bem que algumas pessoas menos inteiradas de todos osw meandros se admirem de Paris e Washington apoiarem um Presidente eleito que é muçulmano, a verdade é que esse Presidente liberal tem como seu primeiro-ministro o ainda jovem e ambicioso católico Guillaume Soro, homem de que ainda se deverá ouvir muito falar nos anos a haver.
O que a equipa Ouattara/Soro vai tentar, com o apoio das instituições de Brenton Woods, é desenvolver uma economia forte, melhorar o nível de vida da população e criar, daqui a cinco ou seis anos, uma sociedade inspirada nos padrões que vigoram na União Europeia e nos Estados Unidos.
A política macro-económica da Costa do Marfim vem desde há muito a ser seguida pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional, que apostaram forte em Alassane Ouattara e decerto concordam em que Soro venha a ser cada vez mais o seu delfim.
Tudo isto numa estratégia a longo prazo, de modo a delinear o que é que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a UEMOA deverão ser em 2017 ou 2020. Jorge Heitor
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário