27.10.13

Bissau: Eleições nunca antes do fim de Fevereiro

A um mês das eleições gerais na Guiné-Bissau, o país e a comunidade internacional aguardam pela marcação de uma nova data, algures no início de 2014, de acordo com o representante das Nações Unidas no país, Ramos-Horta. O atraso das autoridades guineenses na definição do modelo de recenseamento eleitoral levaram a que só em setembro se chegasse a um orçamento final e se iniciasse a angariação de fundos, explicou aquele responsável. A União Europeia foi, na terça-feira, a primeira entidade a entregar dinheiro, num montante de dois milhões de euros, através de um acordo assinado em Bissau. "Estamos a criar condições para que logo que o dinheiro chegue aos cofres do Estado, se inicie o recenseamento", referiu na última semana Fernando Vaz, ministro de Estado do Governo de transição. Segundo as contas de Ramos-Horta, o orçamento de 14,6 milhões de euros deverá ser financiado com 9,5 milhões (65 por cento) da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), 2,2 milhões da União Europeia (15 por cento) e 1,4 milhões de outros fundos, alguns do sistema das Nações Unidas. Haverá ainda milhão e meio de euros por cobrir, mas, segundo o representante da ONU, também há ainda anúncios de doações por fazer, por exemplo, por parte do Reino Unido. Entretanto, partidos políticos e sociedade civil guineenses admitiram chegar a um acordo para encurtamento dos prazos previstos nas leis eleitorais para acelerar o registo dos votantes e o escrutínio. É neste cenário que o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, se encontra hoje e na sexta-feira com os chefes de Estado da CEDEAO para com eles chegar a acordo sobre a nova data. O tema está na agenda da cimeira extraordinária que se realiza na sexta-feira em Dacar, capital do Senegal. A Guiné-Bissau está a ser dirigida por um Presidente e um Governo de transição na sequência do golpe militar de 12 de abril de 2012. A CEDEAO determinou que o período de transição tinha que terminar antes do final deste ano com a organização de eleições gerais. Com o prazo já comprometido, Ramos-Horta defende que a ida às urnas não deve acontecer para lá das primeiras semanas de 2014. Xanana Gusmão, primeiro-ministro de Timor-Leste, anunciou que as autoridades guineenses pretendem ter o recenseamento concluído "até final do presente ano, de modo a permitir a realização de eleições em finais de fevereiro de 2014". A informação foi revelada num discurso a que a agência Lusa teve acesso e que foi proferido em Nova Iorque, depois de o governante timorense ter visitado a Guiné-Bissau, no início deste mês. LFO // MLL Lusa/fim -------- Há muitas semanas que ando aqui a insistir na tecla de que seria completamente irrealista falar de eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau antes do fim de Fevereiro, pois que gastar dinheiro num acto mal organizado será deitá-lo à rua, com o risco de se chegar a Abril ou Maio com tudo na mesma. Com todas as animosidades bem patentes nestes últimos anos. Alguns líricos é que ainda andavam há 15 dias a falar na hipótese de eleições antes do fim de 2013.

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