5.4.14

Disco brilhante visto em Fátima no ano de 1917

As pessoas em redor de mim comparavam-no com um disco de prata mate o que me pareceu incorrecto. O seu aspecto era de uma clareza nítida e variável, recordando "o Oriente" de uma pérola. Não se assemelhava de modo algum à lua de uma bonita noite; não tinha nem a cor, nem as manchas. Dir-se-ia antes uma roda lisa, recortada nas válvulas prateadas de uma concha. Isto não é poesia; vi-o assim dos meus olhos. Não se podia confundir também com o sol através do nevoeiro. De nevoeiro, não havia vestígio, e além disso, este disco solar não era nem turvo nem encoberto de nenhuma maneira, mas brilhava claramente no seu centro e na sua circunferência.
Este disco colorido e celeste parecia ter a vertigem do movimento. Não era a cintilação da luz viva de uma estrela. Girava sobre ele mesmo com uma rapidez perturbante. De repente, vibra desta multidão um grande clamor, como um grito de angústia! O sol, guardando ao mesmo tempo a sua velocidade de rotação, precipitava-se para a terra, ameaçando esmagar-nos sob o peso da sua imensa massa de fogo! Foram segundos de uma emoção aterrorizante! Almeida Garrett, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra

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