18.4.14

Terrestres, perdidos na imensidão do Cosmos

O caso do estranho desaparecimento, em 8 de Março, no Oceano Índico, de um avião comercial malaio com 229 pessoas trouxe à baila as mais estranhas teorias, incluindo a de que no caso poderiam ter tido intervenção inteligências extraterrestres, uma vez que o Homem não está de modo algum só na vastidão do Cosmos. Tempo virá em que a investigação diligente, cobrindo longos períodos, esclarecerá coisas que hoje estão escondidas. Disse-o Séneca, na sua obra Questões Naturais. Para que se soubesse que o tempo de uma vida, ou mesmo de várias vidas, não seria suficiente para a investigação de tudo o que se passa no céu, que é um conceito tão vasto e complexo. O nosso Universo, afirmou-o ainda Séneca, seria uma coisa insignificante se não houvesse sempre nele algo a ser investigado por todas as gerações que permanentemente vão surgindo, ao longo dos milénios. Existe um interesse global enorme, mas ainda não suficiente, sobre a exploração dos planetas do Sistema Solar, entre outros, a origem da vida e do Cosmos. Sempre na procura de uma ou de múltiplas inteligências extraterrestres, pois que não é credível que só na Terra tenham surgido seres capazes de pensar, de raciocinar. Há uma reavaliação contínua e vigorosa do conhecimento adquirido de nossos pais e avós, para que passemos a saber muito mais sobre o que é o Sistema Solar, o que é a Via Láctea e tudo aquilo que existe para além dela. "O conhecido é finito, o desconhecido infinito", escreveu T. H. Huxley em 1887. Para dar a entender que estamos numa pequena ilha , no meio de um oceano ilimitado de coisas por explicar. E que o nosso dever, em cada geração, é desvendar as trevas. "Perdida algures entre a imensidão e a eternidade, fica a nossa minúscula casa planetária", escreveu em 1980 o professor Carl Sagan no livro Cosmos. "A Terra é um lugar. Não é de modo algum o único lugar". Uma galáxia é composta por muitos milhares de milhões de estrelas, cada uma das quais poderá ser um sol para alguém; de modo que numa só galáxia poderão existir dezenas ou centenas de milhares de milhões de planetas, muitos deles com hipóteses de vida. Existem cerca de 100 mil milhões de galáxias (como a Via Láctea), cada uma delas com uma média de 100 mil milhões de estrelas. Poderão existir 10 milhões de triliões de planetas, pontinhos perdidos no Cosmos como a Terra ou Marte. E daí a conclusão lógica de que o Universo estará transbordante de vida. Só que nós ainda não o sabemos; apenas desconfiamos. A Via Láctea, que é como que o nosso bairro, contém cerca de 400 mil milhões de estrelas de todas as espécies; mas nós só conhecemos quem vive dentro do nosso apartamento, que é a Terra, ainda sem sequer tendo ido até aos outros pisos do mesmo prédio, que é o sistema solar. Excepção feita às fugazes visitas que se efectuaram à Lua. Devem existir muitos mundos espalhados pelo espaço, muitas formas de vida, tal como os homens da Terra são diferentes entre si: europeus, africanos, asiáticos, ameríndios... Não estranhemos, pois, se um dia chegar a prova da existência de seres de 1,20, 1,70 ou 2,10 metros oriundos de planetas a 60, 70, 90 anos de viagem de nós. É bem provável que isso aconteça; e deveremos estar preparados para tal. Nós, os terrestres, vivemos como que numa pequena partícula de pó, que gira em torno de uma estrela absolutamente banal, no canto mais remoto de uma galáxia obscura que dá pelo lindo nome de Via Láctea. E o nosso Universo tem entre 15 e 20 mil milhões de anos. É preciso reflectir muito bem nisto, para se chegar à percepção da nossa insignificância. Jorge Heitor 12 de Abril de 2014

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