3.10.13

Bissau: Visita de Xanana e Alkatiri

Díli, 03 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje à agência Lusa que vai à Guiné-Bissau com o "coração nas mãos" para ajudar no que for preciso e dizer aos guineenses que é altura de se "corrigirem". "Vamos com o coração nas mãos. Vamos para lhes dizer que é tempo de se corrigirem e olhar para o futuro sob uma outra visão, conceção e otimismo", afirmou em entrevista à Lusa o primeiro-ministro timorense. Xanana Gusmão viajou hoje para Bissau, onde deverá chegar ao início da madrugada de sábado, acompanhado pelo líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente, Mari Alkatiri, para uma visita de trabalho como presidente do G7+, organização da qual a Guiné-Bissau é Estado-membro. O G7+, presidida por Timor-Leste, é uma organização criada em abril de 2011 que reúne 18 Estados-membros e que defende reformas na forma como a comunidade internacional apoia os países frágeis ou em situação de pós-conflito. "Temos tentado acompanhar a situação na Guiné-Bissau e é hora de nós agirmos em solidariedade para com o povo. Estamos preocupados com a situação na Guiné-Bissau e queremos dar todo o apoio que pudermos", afirmou. Xanana Gusmão explicou à Lusa que vai à Guiné-Bissau segundo os princípios do G7+, que são para "corrigir as propostas erradas da comunidade internacional em relação aos Estados frágeis, que vivem em situação de pós-conflito ou em conflito permanente". "Às vezes a comunidade internacional pensa que o processo democrático reside nas eleições, o que não é exatamente ou fundamentalmente", disse, sublinhando que sem haver paz não se consegue evoluir e consolidar as instituições. Segundo Xanana Gusmão, na Guiné-Bissau é preciso criar a paz para ser capaz de construir um Estado de Direito democrático. "O historial da Guiné-Bissau tem vindo a demonstrar uma instabilidade de governação. A paz não é exatamente o fim das rixas nas ruas, a paz precisa de ser nas mentes e nos espíritos", acrescentou. A 12 de abril de 2012, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente. A Guiné-Bissau está a ser administrada por um Governo de transição, que pretende realizar eleições ainda este ano.

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