4.10.13

Bissau: Xanana recomenda eleições em 2014

Díli, 03 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, recomendou hoje que as eleições na Guiné-Bissau sejam feitas no próximo ano para ser realizado um recenseamento credível e que não crie dúvidas. Xanana Gusmão viajou hoje para Bissau, onde deverá chegar ao início da madrugada de sábado, acompanhado pelo líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente, Mari Alkatiri, para uma visita de trabalho como presidente do G7+, organização da qual a Guiné-Bissau é Estado-membro. "Recomendamos que as eleições não sejam em novembro. Materialmente é impossível fazer-se eleições antes do fim do ano", afirmou Xanana Gusmão em entrevista à agência Lusa. Segundo o primeiro-ministro, para as autoridades guineenses o "problema é o recenseamento eleitoral, que tem sido uma das causas de desconfiança, de dúvidas sobre o processo eleitoral". A recomendação de Xanana Gusmão foi feita na sequência da deslocação do secretário de Estado da Administração Estatal timorense, Tomás Cabral, a Bissau para analisar no terreno as possibilidades de realizar um recenseamento eleitoral antes da eventual realização de eleições em novembro. Na entrevista à Lusa, Xanana Gusmão explicou que no próximo ano Timor-Leste conseguirá dar um apoio mais efetivo às eleições. "O mais perigoso é o recenseamento, no sentido que não pode criar dúvidas e estamos dispostos a apoiar em termos de sensibilizar e socializar, como nós dizemos aqui, os mecanismos", esclareceu. Segundo o primeiro-ministro timorense, durante a sua estada em Bissau vai debater o assunto e ver os prazos práticos que podem ser aceitáveis para o recenseamento. Xanana Gusmão esclareceu também que é contra exorbitâncias em dinheiro, mas a favor de um apoio efetivo e prático e que obedeça aos contextos reais do país. "É este o nosso ponto de vista em relação às eleições", disse. A 12 de abril de 2012, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente. A Guiné-Bissau está a ser administrada por um Governo de transição, que pretende realizar eleições ainda este ano. A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) determinou que o período de transição na Guiné-Bissau (iniciado na sequência do golpe de Estado de abril de 2012) tem que terminar antes do final deste ano com a organização de eleições gerais. As autoridades guineenses de transição têm repetido que querem realizar os escrutínios na data marcada pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, mas que não têm dinheiro, que, dizem, foi prometido pela comunidade internacional. Várias vozes da classe política, o Governo e o próprio Presidente têm admitido a possibilidade de as eleições serem adiadas por falta de verbas.

Nenhum comentário: