24.11.14
Portugal: Um país de desigualdades
Números divulgados pelo PÚBLICO em 15 de Janeiro de 2006 davam razão a uma coisa que eu já antes dissera: existe uma tremenda desigualdade entre alguns portugueses ricos e muitos portugueses pobres.
Algumas famílias têm mais de sete vezes o rendimento de outras, o que é escandaloso. Enquanto uns auferem mais de 4.500 euros ao fim do mês, outros nem sequer chegam aos 500, o que é verdadeiramente aflitivo.
Ministros, secretários de estado, deputados e empresários vão a safaris, fazem férias na neve, conhecem Nova Iorque e o Brasil. Varredores de rua e condutores da Carris nunca passaram além dos Pirenéus e têm de se contentar com uma ida ao Jardim Zoológico ou à Costa da Caparica.
Juízes, advogados, arquitectos assistem aos musicais em Londres e fazem cruzeiros no Mediterrâneo. A mulher da limpeza vai uns dias à terra, no Alentejo ou nas Beiras
Páginas e páginas de jornais com notícias de espectáculos. Para quem? Não será certamente para mais de meio milhão de desempregados ou para os dois milhões de portugueses que nem sequer chegam a receber 500 euros ao fim do mês.
Enquanto esta situação não se resolver, o país não se pode dar por satisfeito, nem está de forma alguma a caminho do socialismo, como pretendiam alguns líricos do 25 de Abril.
As grandes fortunas têm de ser taxadas a mais de 43%, para que o ordenado mínimo nacional vá acima dos 530 euros e para que se criem mais postos de trabalho com salários de 580, 600, 790 euros, de modo a que não se passe fome.
Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho e outros políticos têm de se preocupar com estes problemas, sob pena de merecerem o desprezo da maioria da Nação e ninguém mais os poder ver à frente.
Jorge Heitor 16 de Março de 2013 no Blog Comunidades.Net
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