9.11.14

Timor-Leste: "Um Parlamento irresponsável"

O ex-primeiro-ministro timorense e secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente, Mari Alkatiri, apelou hoje à união da liderança do país para encontrar uma solução para as investidas que estão a ser feitas contra o Estado timorense. "Declaro que não permitirei que se continue a politizar uma questão processual e apelo a toda a liderança timorense para se unir na procura de solução para todas as investidas contra o nosso país", afirmou, numa mensagem divulgada na sua página na rede social Facebook. Na mensagem, Mari Alkatiri reafirma que não vai permitir que se "use um erro processual para se procurarem atingir a coesão nacional do Estado de Timor-Leste". "Todo o ataque que tem sido feito contra figuras da liderança faz-me lembrar a crise de 2006. Na altura o diabo era eu", salientou. O Governo de Timor-Leste ordenou segunda-feira a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano. No dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução a determinar uma auditoria ao sistema judicial do país e a suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais "invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional". "Um parlamento irresponsável - Parlamento de Timor-Leste (de que sou membro) - adotou uma resolução de constitucionalidade duvidosa que acabou por politizar uma questão que podia ter sido fácil e corretamente tratada por via administrativa, técnica e legislativa", refere o antigo primeiro-ministro, sublinhando que era conhecido o mal-estar que se avolumava entre o Governo, tribunais e Ministério Público. Para Mari Alkatiri, "só por milagre" um país acabado de nascer "ficaria ileso de problemas desta natureza". "Em Timor-Leste também não é a primeira vez que isto acontece. Já durante a primeira legislatura o mesmo se verificou. Só que na altura o Governo optou por apoiar o sistema judiciário timorense a encontrar soluções no sentido de se introduzirem correções no sistema. E seria este o caminho certo que teria evitado a politização do assunto", acrescenta. Lusa, em Notícias ao Minuto

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