13.11.14

Timor-Leste: "Xanana é o dono do cofre"

DN entrevistou o polícia expulso de Timor-Leste juntamente com seis magistrados portugueses. José Fernando Brito, que trabalhou na Comissão Anti-Corrupção, em Díli, ameaça publicar tudo o que sabe num livro sobre negócios supostamente ilícitos envolvendo ministros timorense Já está fora de Timor, com a sua família, na Tailândia. Mas vai sendo informado da situação em Díli. O que lhe dizem os seus contactos? Dizem-me que há um clima de medo entre juízes, procuradores e até nos investigadores da Comissão Anti- Corrupção (CAC), órgão a que eu pertencia. A milícia Brigada Negra, ligada a Xanana, está a avisar todos os funcionários judiciários para se manterem calados. Abriu vários processos na CAC por alegada corrupção de membros do governo. Quem são os ministros visados nesses inquéritos? Não posso falar em concreto dos casos que estão em investigação. O que lhe posso dizer é que um número considerável de inquéritos estão abertos e que os mesmos visam vários ministros e membros deste e do anterior governo, bem como altas figuras da administração pública. Como qualifica o papel do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, nesta situação? Xanana Gusmão é o dono do cofre e a sua ministra das Finanças, Emília Pires [acusada de gestão danosa e participação económica em negócio] é o guardião do cofre. Ninguém faz nada no governo timorense sem a intervenção direta dos dois. Haverá então indícios de alegada corrupção que poderão atingir diretamente Xanana Gusmão? É olhar para os casos de importação de arroz pela empresa criada para o efeito pela filha do Xanana ou para o caso das importações de combustível pela empresa do sobrinho. Não sou o primeiro a falar do envolvimento de Xanana em corrupção. Nos últimos quatro anos foram várias as vozes dentro e fora de Timor-Leste a afirmar que Xanana é um corrupto.

Nenhum comentário: