24.11.14

Portugal: Quinze anos de retrocesso

Existe uma tremenda desigualdade entre alguns portugueses ricos e muitos portugueses pobres. Algumas famílias têm sete vezes o rendimento de outras, o que é escandaloso. Enquanto uns auferem mais de 2.600 euros ao fim do mês, outros (pensionistas, por exemplO)nem sequer chegam aos 390, o que é verdadeiramente aflitivo. Ministros, secretários de estado, deputados e empresários vão a safaris, fazem férias na neve, conhecem Nova Iorque e o Brasil. Varredores de rua e condutores da Carris nunca passaram além dos Pirenéus e têm de se contentar muitas vezes com uma ida ao Jardim Zoológico ou à Costa da Caparica. Juízes, advogados, arquitectos assistem aos musicais em Londres e fazem cruzeiros no Mediterrâneo. A mulher da limpeza vai uns dias à terra, no Alentejo ou nas Beiras. Páginas e páginas de jornais com notícias de espectáculos. Para quem? Não será certamente para mais de meio milhão de desempregados ou para os dois milhões de portugueses que nem sequer chegam a receber 395 euros ao fim do mês. Enquanto esta situação não se resolver, o país não se pode dar por satisfeito, nem está de forma alguma a caminho do socialismo, como pretendiam alguns líricos do 25 de Abril. As grandes fortunas têm de ser taxadas a 45 %, para que o ordenado mínimo nacional vá acima dos 500 euros e para que se criem mais postos de trabalho com salários de 600, 790 ou 880 euros, de modo a que não se passe fome. Cavaco Silva, Assunção Esteves, Passos Coelho, Paulo Portas e António José Seguro têm de se preocupar muito a sério com estes problemas, sob pena de perderem por completo o respeito da Nação. Quase tudo está muito pior do que estava há oito ou há 13 anos. Este país tem vindo a retroceder, profundamente, em muitos aspectos. JH Outubro de 2012, no Blog Comunidades.Net

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