16.5.12

Bissau: a geopolítica dos tráficos

Com o António Melo, estive hoje no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, no polo da Universidade Técnica de Lisboa existente na Ajuda, a assistir, durante uma hora e meia, à conferência do Professor Doutor Eduardo Costa Dias sobre a geopolítica das rebeliões e dos tráficos no Noroeste de África. Muito do que diz respeito ao Sara e ao Sahel, nomeadamente aos tráficos de drogas, armas e medicamentos falsificados que passam pela Mauritânia, pela Senegâmbia, pela Guiné-Bissau, pela República da Guiné, pelo Mali, pelo Níger, pelo Burkina Faso e pela Nigéria foi abordado por este estudioso das coisas do antigo território do Kaabú. Os movimentos entre o deserto que corre pelo trópico de Câncer e as regiões subsarianas, que vão até à Serra Leoa, à Libéria e à Costa do Marfim, foram dissecados por Eduardo Costa Dias, que explicou como é que grupos salafistas foram "enxotados" de Marrocos e da Argélia para as terras mais a sul. O conferencista explicou como é que o Burkina, a Costa do Marfim e a Nigéria estão a coordenar as acções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no Mali e na Guiné-Bissau, procurando adaptar a seu belo prazer as normas constitucionais que deveriam vigorar nestes países. Quanto ao Presidente marfinense, Alassane Dramane Ouattara, actualmente na presidência da CEDEAO, foi destacado o grande papel da França sarkoziana para que chegasse ao poder, substituindo Laurent Gbagbo. Interrogado sobre se a mudança da guarda no Eliseu irá alterar em alguma coisa o panorama da África Ocidental, Eduardo Costa Dias foi da opinião de que deveremos esperar ainda algum tempo até chegar a uma conclusão.

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