Mali: CEDEAO em diálogo com golpistas

Bamako, 09 mai (Lusa) – Dois emissários da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) chegaram na terça-feira a Bamako para dar continuidade ao diálogo com a ex-junta militar sobre a transição política no Mali depois do golpe de Estado. Djibril Bassolé, ministro dos Negócios Estrangeiros do Burkina Faso, e Adama Bictogo, ministro da Integração Africana da Costa do Marfim, são os dois emissários que se encontram em Bamako. “O povo irmão do Mali merece que o acompanhemos o tempo que for necessário. Estamos todos mobilizados para isto”, explicou Bictogo em declarações à agência noticiosa AFP. O líder da ex-junta, o capitão Hamadou Aya Sanogo, rejeitou as decisões da CEDEAO tomadas no final de abril, que fixavam o período de transição política no Mali em 12 meses e o envio de tropas sem o pedido do Governo maliano. No início deste mês numa cimeira em Dacar, os chefes de Estado da CEDEAO não voltaram a referir a duração do período de transição e anunciaram o envio de tropas ao Mali “logo que o país o solicite”. No final da semana passada, depois de dois encontros em três dias em Ouagadougou, o presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, mediador da CEDEAO para a crise maliana, e uma delegação da ex-junta militar não conseguiram chegar a acordo. A ex-junta manifestou, porém, a sua “disponibilidade” para dar continuidade ao diálogo, salientando a “necessidade de se ter em conta (…) o tempo necessário para a restauração da integridade territorial e realização do processo eleitoral”. A transição política deverá ser concluída no Mali até à realização de eleições presidenciais e legislativas. A tarefa principal dos órgãos de transição é encontrar uma solução para a crise no norte do país, nas mãos dos rebeldes tuaregues e sobretudo de islamitas armados a favor do golpe de Estado de 22 de março. PNE.