27.5.12

Bissau: um narco-estado

O arquipélago dos Bijagós tem mais de 80 ilhas e fica a meio caminho entre um grande produtor de droga (a América Latina) e um grande consumidor (a Europa). Tendo em conta a geografia do terreno e a fraca vigilância, o arquipélago acaba por ser um local ideal para os traficantes de droga. A constante instabilidade política na Guiné-Bissau, a pobreza e a fraca economia do país fizeram com que o tráfico de droga se fixasse nos últimos anos. Estima-se que todas as noites cheguem, por avião, à Guiné-Bissau cerca de 900 quilos de cocaína. A esse número acresce a droga transportada pelo mar para as ilhas na costa guineense. De acordo com Virginia Comolli, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, ou IISS, “a Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo e deve muito do seu Produto Interno Bruto à produção e exportação de produtos agrícolas, sobretudo de castanha de caju. O tráfico de droga veio colmatar essa lacuna na economia guineense”. A Guiné-Bissau é tida como o “primeiro narco-estado da África Ocidental” e especialistas acreditam que altos dirigentes políticos e militares guineenses andarão de mãos dadas com traficantes há já algum tempo. Segundo uma publicação recente do IISS, pensa-se que o ex-presidente da Guiné-Bissau João Bernardo ‘Nino’ Vieira teria estado envolvido no tráfico de cocaína. Em 2010, a nomeação de Bubo Na Tchuto como chefe da Marinha foi criticada pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que o tinham apontado como um “barão da droga”. VOZ DA´AMÉRICA

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