15.5.12

Bissau: todos se revelam cúmplices

Os Estados Unidos aceitaram o novo presidente interino Serifo Nhamadjo, nomeado em consequência do golpe de estado na Guiné-Bissau. Uma porta-voz do Departamento de Estado americano elogiou as negociações conduzidas pela CEDEAO e saúda "a nomeação negociada pela CEDEAO de Serifo Nhamadjo como líder de um governo de transição". "Exortamos todas a partes a aceitarem-no e a cooperarem para que haja estabilidade, primado da lei, democracia, prosperidade e respeito pelos direitos humanos na Guiné-Bissau", disse a porta-voz. Os Estados Unidos dizem, ainda, que um plano de acção para este período transitório na Guiné-Bissau deve "respeitar o direito constitucional e incluir todas as partes nacionais". "Antes de se considerarem outras opções devem ser esgotados todos os esforços para ser alcançada uma solução negociada", defende a porta-voz. A posição americana aumenta o isolamento do PAIGC, que não reconhece Nhamadjo, posição também assumida pela CPLP e pela ONU. As reacções iniciais ao golpe do mês passado, incluíam a exigência unânime (da CEDEAO, União Africana, ONU e CPLP) de regresso à normalidade constitucional. Isso comportava o regresso de Raimundo Pereira à presidência interina, a retomada de funções da Assembleia Nacional onde o PAIGC tinha maioria, e a conclusão do processo eleitoral com o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior a liderar no fim da primeira volta. Os militares apresentaram o seu próprio plano de regresso a um governo civil, que inicialmente foi rejeitado. O plano incluía a formação de um conselho de transição que nomearia um executivo com a missão de preparar eleições dentro de um ou dois anos. Mas num volte face, a CEDEAO aceitou quase na íntegra o plano dos golpistas - as funções do conselho de transição ficaram a cargo do que resta da Assembleia Nacional e o período de transição foi encurtado para um ano. Gazeta de Notícias - Parece que estava tudo preparado para este golpe e que uma série de entidades que inicialmente se manifestaram indignadas sabiam perfeitamente como é que as coisas se iriam passar. O que não queriam era que fosse a direcção do PAIGC e os seus amigos angolanos a gerir o processo de aproveitamento das muitas riquezas da Guiné-Bissau: petróleo, ouro, fosfato, bauxite e tantas outras.

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