8.5.12

Bissau: séculos de ambição francesa

No último quartel do século XVII, a presença francesa na região intensifica-se com as atividades da Companhia do Senegal, empresa monopolista constituída para explorar o fornecimento escravos para as Antilhas. É nesse contexto que o capitão-mor de Cacheu, António de Barros Bezerra, por carta ao soberano português de 4 de Março de 1687, deu conta das pretensões francesas em construir uma fortificação em Bissau, para o que haviam enviado navios com materiais, o que o referido capitão-mor teria conseguido evitar por intermédio do gentio. O feitor de Cacheu, na mesma data, por sua vez também deu conta a el-rei do desejo francês em erguer uma fortificação no ilhéu junto a Bissau, possívelmente o ilhéu de Bandim[1]. O novo governador de Cabo Verde, Veríssimo Carvalho da Costa, em visita à Guiné, também informou ao soberano sobre o assunto, por carta datada de Cacheu em 2 de Abril de 1687, referindo as medidas acertadas em conjunto com capitão-mor para evitar o estabelecimento dos Franceses: "Uniformemente ajustamos se faça a fortaleza de Bissau, que com ela divertimos aos Franceses a não façam, porque a não ser o rei [de Bissau, Bacampolo-Có] tão amante de V. Majestade o teriam conseguido, para o que lhe pediram licença, e ele lhe não quis dar, dizendo tinha V. Majestade na sua terra uma igreja que era a sua fortaleza."

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