3.5.12

Bissau: acusações ao PAIGC

Bissau, 03 mai (Lusa) - O Fórum de partidos da oposição da Guiné-Bissau acusou hoje o PAIGC, principal partido guineense, de querer semear uma guerra no país com a "intransigência" em fazer regressar ao Governo Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira à presidência. A acusação foi feita hoje por Fernando Vaz, porta-voz do Fórum, numa conferência de imprensa no clube militar em Bissau. De acordo com Fernando Vaz, a suposta guerra que estaria a ser "orquestrada pelo PAIGC" foi anunciada aos dirigentes políticos e aos militares guineenses pelo Presidente da Gâmbia, Yaya Jameh num encontro em Banjul, no domingo passado. "Yaya Jameh, agindo em nome e interesses de Angola, na defesa de Carlos Gomes Júnior, tentou em Banjul intimidar-nos ameaçando-nos com a imposição de sanções e guerra", afirmou o porta-voz do Fórum de partidos que têm estado a dialogar com o Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau no dia 12 de abril passado. Para Fernando Vaz, a "estratégia de Carlos Gomes Júnior", que é líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) é conduzir a Guiné-Bissau para uma situação de "revolta civil" o que, diz, levará "a uma guerra civil". "Neste contexto e perante a total intransigência do PAIG, de Carlos Gomes Júnior e seus associados, o Fórum de partidos políticos, avisa ao povo da Guiné-Bissau para que tudo o que vier a acontecer no país, ou seja, quaisquer sanções ou mesmo a guerra, serão da responsabilidade do PAIGC, Carlos Gomes Júnior e seus parceiros", defendeu Fernando Vaz. O PAIGC tem-se mostrado relutante em aceitar a proposta defendida pelo Comando Militar e partidos agrupados no Fórum para o retorno à ordem constitucional sem Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira. Os partidos agrupados no Fórum e os militares defendem como solução para o retorno à ordem constitucional a indigitação de Serifo Nhamadjo, atual presidente interino do Parlamento para a chefia do Estado durante o período da transição. O porta-voz dos partidos reunidos no Fórum acusa ainda Angola, Gâmbia e Portugal de estarem associados a Carlos Gomes Júnior na sua estratégia para que este possa regressar ao poder, "a qualquer preço, mesmo ceifando vidas humanas".

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