1.5.12

Bissau: a grande charada

O Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, nada disse, nos últimos dias, para além de ter agradecido a hospitalidade concedida pela Costa do Marfim (há até quem receie que se trate de um desterro na Costa do Marfim...). O primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior há mais de 15 dias que não fala. A ministra da Presidência, e primeira-ministra que ele tinha colocado em exercício, quando foi para a campanha eleitoral, Maria Adiatu Djaló Nandigna, não fala. A ministra do Interior, Adja Satú Camará Pinto, que entretanto ficou viúva, não fala. O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, o general golpista António Indjai, não fala. O tenente-coronel Daba Na Walna, aluno do Professor Marcelo Rebelo de Sousa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde consta que é doutorando, está em vias de se cansar de já ter falado tanto e metido os pés pelas mãos. O secretário-geral da CPLP, Domingos Simões Pereira, parece que não voltou a falar, desde que a CEDEAO assumiu o protagonismo e retirou de Bissau o Presidente interino e o primeiro-ministro que era candidato interino à Presidência da República. O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoti, passou o fim de semana calado. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ainda não entregou o relatório que o Conselho de Segurança lhe pedira para o fim de Abril. Mas que grande charada!

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