Já em finais de 2005 o então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, comunicava ao Conselho de Segurança que a Guiné-Bissau estava cada vez mais a ser usada como um território de trânsito para o tráfico de drogas, conforme já fora dito em Outubro por um inspector da polícia local, João Alexandre Forbs.
O país então presidido por João Bernardo (Nino) Vieira ia receber uma missão da ONU encarregada de apoiar tecnicamente os serviços locais no combate ao tráfico de narcóticos, dizia o relatório de Annan que o Conselho analisou.
Por outro lado, o secretário-geral avisou que “a situação económica e financeira permanece grave” na Guiné-Bissau, com alguns doadores a suspenderem a sua ajuda, devido à continuação das tensões políticas no país, entre os que se aliavam ao controverso Chefe do Estado e os que estavam com o PAIGC, força vencedora das eleições legislativas de 2004.
Annan pediu “à sociedade em geral” que respeitasse a decisão do Supremo Tribunal guineense quando este determinasse se era ou não constitucional o facto de Nino Vieira ter demitido o Governo chefiado pelo líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, e designado primeiro-ministro um dissidente desse grupo, Aristides Gomes.
O relatório enviado ao Conselho de Segurança falava, entre outros pontos, do aumento da criminalidade e da falta de recursos da polícia para a combater, mas o que mais ressalta de todo ele é o atractivo que as terras e as águas guineenses constiuem para os traficantes que desejam fazer transitar o seu produto da América do Sul para a Europa.
Na Guiné-Bissau não existe guarda costeira e a Armada não está equipada de forma a conseguir patrulhar as águas territoriais, de modo que é possível surgirem autênticos entrepostos de droga, designadamente nas muitas ilhas que constituem o arquipélago das Bijagós.
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