19.4.12

Moçambique: compromisso Guebuza-Dhlakama

O Presidente moçambicano,
Armando Guebuza,
disse esta quarta-feira
em Maputo que obteve do
líder da RENAMO, Afonso
Dhlakama, um compromisso
para a manutenção da paz
no país, apesar das divergências
entre os dois líderes.
O país viveu em Março
passado receios de uma confrontação
generalizada entre
os ex-guerrilheiros da RENAMO
e as forças de defesa e
segurança, depois de as duas
partes se terem envolvido em
escaramuças na sede do
principal partido da oposição
em Nampula, norte de Moçambique.
Em conferência de imprensa
sobre o encontro que manteve
com Afonso Dhlakama
no domingo, o chefe de Estado
moçambicano afirmou
que obteve do presidente da
RENAMO garantias de respeito
pela paz.
“Aquilo que nós falámos
é que guerra não, paz sim,
ambos repetimos que vamos
defender a paz e ele
respondeu que vai defender
a paz”, sublinhou Armando
Guebuza.
O chefe de Estado moçambicano
apontou que no encontro
divergiu com Afonso Dhlakama
sobre o confronto de
Março entre os ex-guerrilheiros
da RENAMO e a polícia,
mas realçou que a diferença
de opiniões em relação ao
acontecimento não deve pôr
em causa a tranquilidade da
população.
Concordamos
em divergir
“Eu tenho a minha versão,
ele tem a sua versão,
temos diferenças”, enfatizou
o chefe de Estado moçambicano,
referindo-se ao confronto
de Nampula, que segundo
a polícia moçambicana resultou
em dois mortos, um elemento
da RENAMO e um da
polícia, além de dezenas de
detenções de ex-guerrilheiros
do principal partido da oposição.
Para que a situação de tensão
seja dissipada, assinalou
Armando Guebuza, é necessário
que o caso dos exguerrilheiros
que a RENAMO
ainda mantém sob seu comando
continue a ser tratado
pela via do diálogo, pois “são
um problema para a própria
RENAMO e para a população”.
Na reunião com o chefe de
Estado moçambicano, Afonso
Dhlakama também manifestou
a sua preocupação
com o alegado favorecimento
de figuras próximas do partido
no poder, FRELIMO, das
oportunidades geradas pelos
grandes investimentos, principalmente
na extração de
recursos minerais.
“Chamei a atenção para
a forma como funcionam
os investimentos e pus-me
à disposição dele para
que seja melhor informado
sobre os grandes investimentos
no país, pois são
necessários para ajudar a
combater a pobreza e criar
prosperidade no país”, disse
Armando Guebuza.
Segundo o Presidente moçambicano,
o diálogo com o
líder da oposição, que praticamente
não existiu nos cincos
anos do primeiro mandato de
Armando Guebuza e no primeiro
ano do actual, vai continuar. CORREIO DA MANHÃ, Maputo

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