16.4.12

Bissau: saudades de Amílcar Cabral

Tido como o pai da independência de dois países africanos, a Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral nasceu no primeiro deles, mais propriamente na cidade de Bafatá, em 12 de Setembro de 1924, mas era filho de cabo-verdianos e aos oito anos foi viver para o arquipélago crioulo. Completou o liceu no Mindelo, ilha de São Vicente, e em 1950 completou a licenciatura no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Nove anos depois, juntamente com o seu irmão Luís e com Aristides Pereira, fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), que em 23 de Janeiro de 1963 encetaria a luta armada em território guineense. Em 1970 Amílcar obteve a consagração como líder independentista, ao ser recebido no Vaticano pelo Papa Paulo VI; mas em 20 de Janeiro de 1973 viria a ser assassinado em Conacri, capital da outra Guiné, a francófona, por dois elementos do seu partido, eventualmente em conluio com a polícia política portuguesa. O sonho que tivera começou a ser cumprido quando a independência da Guiné-Bissau foi proclamada unilateralmente nas colinas de Madina do Boé, em 24 de Setembro de 1973, vindo a ser reconhecida por Lisboa em 10 de Setembro do ano seguinte, era então Presidente o antigo governador colonial António de Spínola. No entanto, o golpe de 14 de Novembro de 1980, dado em Bissau pelo então primeiro-ministro Nino Vieira, afastou Luís Cabral da chefia do Estado e feriu de morte o projecto de Amílcar para que a Guiné e Cabo Verde vivessem em uníssono, com um mesmo partido a governá-las. Jorge Heitor

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