Bissau: Memórias do Maio de 2006

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), fundado a 19 de Setembro de 1956, deu em Maio de há seis anos “luz verde” a um grupo de militantes seus empenhados numa “Iniciativa de Salvação Nacional” para que encetassem conversações com o Partido da Renovação Social (PRS), de modo a que se estabelecesse um pacto de estabilidade entre as duas formações.
O que esta iniciativa pretendia é que o líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, negociasse com a direcção do outro partido, de modo a que juntos trabalhassem, pelo menos, durante duas legislaturas, conseguindo ultrapassar as crises que têm sido muito frequentes na vida política guineense.
Uma primeira consequência do eventual entendimento seria facilitar a aprovação do Orçamento Geral do Estado para 2006, que então começava a ser debatido na Assembleia Nacional Popular. A composição desta fora definida nas legislativas de 2004 e a sua terceira bancada, depois das do PAIGC e do PRS, era a do Partido Unido Social Democrata (PUSD), de Francisco Fadul.

-- Convém recordar tudo isto, quando se fala novamente da hipótese de um Governo de coligação entre diferentes forças.