12.4.12

Guiné-Bissau: vários anos de impasse

A União Europeia condicionou em Maio de 2010 a continuação do apoio à Guiné-Bissau à libertação do almirante Zamora Induta, à nomeação de novas chefias militares e à apresentação à justiça dos responsáveis pela intervenção militar de 01 de abril daquele ano.
A posição da União Europeia foi transmitida pelo português José Costa Pereira, chefe da Unidade África no secretariado do conselho da União Europeia, no final de uma visita à Guiné-Bissau para contactos com as autoridades.
“Temos um período máximo de quatro meses para refletir. Em Bruxelas os nossos superiores irão refletir, a partir daquilo que iremos transmitir, sobre se existem condições para continuar a dar apoio”, afirmou o porta-voz daquela missão.
“Isso será transposto através da revisão estratégica da relação da União Europeia com a Guiné-Bissau, que terá que ser discutida até final de Junho”, disse.
“Até final de Junho, nós precisamos de ver da parte das autoridades da Guiné-Bissau as iniciativas necessárias que nos levem à continuidade dos apoios”, salientou.
Questionado pelos jornalistas se havia risco de corte nos apoios a setores que não sejam a reforma de defesa e segurança, o responsável referiu: “exceto no que diz respeito ao auxílio humanitário”.
Para a continuidade dos apoios, a União Europeia pediu a libertação do almirante Zamora Induta, chefe das Forças Armadas detido na intervenção militar de 01 de abril desse ano, e a nomeação de novas chefias militares se as autoridades assim o entendessem.
“Se houver uma decisão do poder político no sentido de renovar a chefia das forças armadas que sejam entidades credíveis, pessoas credíveis que não tenham estado implicadas nos acontecimentos de 01 de abril, que venham a ser os nossos interlocutores”, afirmou José Costa Pereira.
Entretanto, a UE falhou no intuito de reformular os sectores guineenses da defesa e da segurança. Angola falhou na tentativa de domar a Guiné-Bissau. O drama prossegue. Hoje como há dois e há três anos.

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